Inédito de Fernando Pessoa
(Publicado no “Jornal de Letras”)
A luz que vem das estrelas,
Diz ---- pertence-lhes a elas?
O aroma que vem da flor,
É seu? Dize, meu amor.
Problemas vastos, meu bem,
Cada cousa em si contém.
Pensando claro se vê
Que é pouco o que a mente lê
Em cada cousa da vida,
Pois que cada cousa, enfim,
É o ponto de partida
Da estrada que não tem fim.
Perante este sonho eterno
Falar em Deus, céu, inferno...
Ah! dá nojo ver o mundo
Pensar tão pouco profundo.
(15/11/1908)
2 Comentários:
Olá Lúcia, já sei que o tempo por aí está espectacular.
E eu sem poder lá ir.
O espólio literário do Pessoa é um poço sem fundo.
Que belo Poema este ! Fernando Pessoa não se comenta! Beijo
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