sexta-feira, dezembro 16

Basta

Buscar o impossível é tentar atingir a perfeição.

Sendo as imponderabilidades hipóteses remotas que se constituem a elas mesmas como variantes a ter em conta no desfecho de uma equação, custa-me a entender como podem os nossos candidatos ao tacho de Belém falarem sempre em planos puramente hipotéticos, em cenários irreais, outros criados nas mentes distorcidas de quem se arroga o direito de dizer que fazer política é um acto nobre e em prol de todos.
Sabemos pelas duras experiências a que temos sido submetidos que os ditos servidores do todo, se servem principescamente a eles mesmos, ignorando de seguida todos a quantos nos dias de campanha mendigaram o voto.
Falar com um Presidente de Câmara é já um trabalho hercúleo. Conseguir uma palavrinha com um ministro revela-se uma missão quase impossível. Chegar à fala com um Presidente é apenas uma miragem.
Afinal, quem se julgam esses verdadeiros imbecis? Deuses?
Claro que tudo isto acontece por causa da nossa passividade. Não lhes pedimos contas, permitimos que eles se atribuam ordenados principescos, que viajem à custa de todos nós, que façam leis que os favorecem, etc.
Quando confrontados com o acto (único) que nos permite de facto poder alterar as coisas, vamos em massa voltar a votar nos fulanos que ainda há bem pouco tempo nos tramaram a todos. Isto repete-se ciclicamente e os resultados são bem visíveis. Afinal que raio de seres humanos somos nós?
O espectro político não se esgota nos dois maiores partidos. Na verdade, a democracia nem sequer se esgota nos partidos políticos e sob esse ponto de vista, Alegre veio trazer uma nova visão do que deve ser a democracia participativa.
Têm de ser movimentos de cidadãos a organizarem-se e a dizerem “basta” a esta corja de pulhas que nada fazem em prol do colectivo, mas apenas em proveito deles próprios.
Em tempo de fim de fim de ciclo há que repensar tudo. Sobretudo a nossa forma de exercer a cidadania, que ao contrário do que muitos julgam, não é uma mera figura de retórica.

4 Comentários:

Às 17 dezembro, 2005 00:52 , Blogger Peter disse...

No momento actual estão em jogo as eleições presidenciais. O candidato eleito terá de actuar no âmbito da Constituição. Só existem duas alternativas :

- Ou se vota num deles.
- Ou se vota em branco, porque nenhum dos candidatos nos satisfaz.

O não votar, é abrir mão de um direito, muito possivelmente o único que temos: o direito de votar.

O resto é pura utopia. A leitura de

"Perspectivas do movimento anarquista para o século XXI"

em:

http://www.utopia.pt/ler.php?numero=85&cidade=1

não é mais que isso.

 
Às 17 dezembro, 2005 10:29 , Blogger Peter disse...

lazuli

***************************************************************************************************************************************************************

Ghega?

 
Às 17 dezembro, 2005 11:44 , Blogger Peter disse...

Bluegift, o caso do FGomes é paradigmático.

Para já não falar no Valentim Loureiro (ler Operação "Apito Dourado" no jornal "A Bola" de 22 ABR 04, "Homem dos sete fôlegos", artigo de Pedro Neves, no jornal Correio da Manhã, da mesma altura, "Um português (in)tranquilo", texto de Felícia Cabrita e Paula Barreiro, na Revista "única" do Expresso nº1643, de 24 ABR 04).

Mas isto são "migalhas". Onde se desbarata mais dinheiro é, sempre que muda o Partido no Governo, a substituição de gestores e altos cargos na Administração Pública, com o pagamento das indemnizações aos que são substituidos.

 
Às 17 dezembro, 2005 11:46 , Blogger Peter disse...

Na revista "Courrier internacional", de há 1 ou 2 semanas, vinha um artigo muito interessante sobre "O fim dos Partidos políticos".

 

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial