terça-feira, outubro 25

Simplicidade

Numa pequena vila alentejana adorava conversar longas horas com um antigo pedreiro. Uma pessoa quase a fazer 90 anos, mas extremamente lúcida e que, com aquela idade, reconstruiu e adaptou a casa em que vivia, quase sem a ajuda de ninguém.
Falava-me da Natureza, dos legumes e árvores de fruto que cultivava, bem como dos animais que criava e que constituíam a base da sua alimentação.

Mas não só estava atento a tudo o que se passava no seu pequeno mundo, como discutia comigo os grandes problemas que afligiam a Humanidade. Sabia ler e escrever e ficou por aí, pois havia que ganhar a vida. Aos sábados, pela noite dentro, trabalhava como barbeiro, para arranjar mais um dinheirito.
Era no tempo em que os trabalhadores do campo apenas faziam a barba ao Sábado, no barbeiro, para no Domingo vestirem os seus fatos de “ver a Deus”. É certo que muitos não O chegavam a ver ...

Tinha 3 filhos. Todos tiraram cursos superiores e todos atingiram o topo das suas carreiras, sempre em número um.

A semente estava lá ...

Utilizei-o num trabalho que fiz para a Universidade e o Prof manifestou interesse em saber mais coisas sobre o entrevistado. Satisfiz-lhe a vontade.

É a minha homenagem sentida ao Manuel Ramalho, que aprendeu na escola da vida e não necessitou de frequentar a Universidade.

3 Comentários:

Às 25 outubro, 2005 00:22 , Anonymous Anónimo disse...

A homenagem renovada e creio que mais que merecida.
Mais: a sabedoria não está nos livros académicos. Os maiores sábios são os que aprenderam com a vida.

 
Às 25 outubro, 2005 01:30 , Anonymous Anónimo disse...

Isto agora n tem nada a ver mas ao fazer zapping deparei-me com o Rui Reininho na tv e foi uma tremenda desilusão. Parecia um pacóvio, sem jeito, sem saber estar nem falar e que aos 50 anos de idade pouco sabe sobre sexualidade...

 
Às 25 outubro, 2005 02:10 , Blogger Peter disse...

Ângela, dá-me vontade de rir pq houve tempo em que pensei que uma pessoa que muito prezo, andava com ele. Felizmente (para ela) que fui eu que fiz confusão com algo que ela escrevera e tal nunca acontecera.

P.S. - A repetição da história (verdadeira) do MR foi intencional. Acresce que eu gostava mesmo dele, como se fosse da m/família.

 

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