O primo Oismaca
Caros primo:
Só eu, os primo Oismaca, a contar notícias da vida desde que deixei os
Cabo Verde para vir para Lisboa.
A vida corre muito bem, vale a pena vir viver para Lisboa.
Cheguei o ano passado no Verão e fui viver para os barraca.
Pouco depois de ter chegado, apareceu umas senhora esquisita com um
cheiro àquela erva da Jamaica, e disse que ia dar casas aos nigga todos.
Eu fiquei assustado e disse que não tinha dinheiro para pagá, mas ela
disse para não preocupar porque o contibuinte pagava. E pouco depois fui
viver para os casa nova.
Precisava dinheiro e queria trabalho, mais os broder disse que trabalho é
para os branco. E então foi assim que entrei no gang. Trabalhar nos gang
é cool. Um nigga passa os dia no cabeleireiro a fazer penteado novo para
impressionar os dama, e quando o dinheiro acaba pega no naifa e vai aos
comboio assaltá os branco. Nem é preciso ir todo os dia, uma ou duas
tarde a roubar dá para toda a semana. Agora só uso roupa cara e todos os
semana compro Nikes nova. Além disso,quanto ainda recebo subsídios pagos
pelo contribuinte.
Agora no verão, às vezes vamos para a praia. É uma curtição, levamos uns
tijolos para curtir rap em alto som, vemos os dama e ainda fazemos
dinheiro.
Um destes dias, eu e mais 500 broders assaltamos todos os branco que
estava numa praia do Estoril, e de regresso ainda assaltamos os comboio e
os loja.
Tu deves julgá que os branco não gosta de nos porque nós esfaqueia muito
branco. Mas os branco gosta muito de nos. No televisão toda a gente diz
bem de nós e que o país precisa de mais niggas. Os branco é tão estúpido
que nós às vezes dá porrada nos branco só para nos divertir.
No dia depois de roubar os branco na praia, um nigga do Kacem matou uns
branco só para experimentar os catana nova.
Há dias, enquanto estava a assaltar uns branco no comboio cortei-me e fui
para o hospital. Fiquei com medo porque não tinha dinheiro, mas depois
quando sai do hospital nao paguei nada. Disseram-me que o contribuinte
pagou. Não sei quem é esse contribuinte, mas deve ser um gajo fixe.
Um dia destes a senhora que cheira a droga apareceu na televisão.
Eu julgava que roubava para comprar roupa cara e ténis Nike, mas ela diz
que não, diz que roubo porque não estou não sei o quê (uma palavra que
não percebi).
Mas tu não sabe o melhor: Em Outubro vou ser português. É verdade. E as
senhora com cheiro a droga disseram que depois já podemos votar no
partido delas e ainda ganhamos mais coisas. Também há bué niggas a vender
droga, mas eu é mais partir lojas e gamar nos comboios.
A única coisa mais chato é os polícia. Às vezes quando nos apanham a
esfaquear os branco levam-nos à esquadra para identificação. Até já me
tiraram uma foto, como podes ver. Mas depois pedem-nos desculpa e
mandam-nos embora.
Vem depressa para Portugal e traz os família toda.
Este país precisa de nós.
Um abraço do primo Oismaca
(Recebido por e-mail)
9 Comentários:
LOL....já tinha saudades de me rir aqui contigo!
Que bom...ja´estás em pleno. Beijos, BShell
Acho que te disse que ando em Pré-campanha...pois é! Muito trabalho, muitos caminhos percorridos.
Dá um salto ao Mocho!
BShell
o Manoel Carlos tinha-me tb enviado isto..
Fartei-me de rir.
Abraços
Blueshell,pré-campanha?
zezinho espero que não venha para aí ninguém acusar-me de racista.
luna, julguei que o coment não tinha entrado. Vou colocar-te nos links.
Coitados deles , ó Peter!
mfc, não tenho a menor intensão racista. É uma situação que existe em Lisboa e de que nós, os brancos, talvez tenhamos maiores culpas do que eles pela sua existência. Mas é a realidade. Não a podemos esconder. Temos é que solucioná-la.
Conheço Cabo Verde e tenho amigos de côr.
Às vezes gozo com eles e digo que cheiram a "katinga". Então eles respondem-me dizendo:
- "e branco cheira a cadáver"
E até é verdade!
Nós nunca nos levamos a mal, Peter!
Sei perfeitamente que era uma situação jocosa e o humor nunca ofendeu ninguém.
Peço desculpa é se o meu comentário deu a entender que tinha ficado chocado.
Grande abraço
Manel
mfc, eu sei. Não há sequer situações de culpa, ou desculpa, entre nós. Eu fiz a observação para prevenir a eventualidade de um "passante ocasional", me entender mal.
Tá?
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