Retrospectiva
Fez exactamente 60 anos que as duas primeiras bombas atómicas foram lançadas sobre duas cidades Japonesas. Para evitar a morte de militares americanos foi a desculpa, sem importarem os milhares de vidas de pacatos cidadãos japoneses. A ignomínia cobrirá para sempre o país que as lançou. Ganhou sem sombra de dúvida o epíteto de “maior golpe terrorista jamais perpetrado”.
Nada pode explicar este acto de barbárie. Nem mesmo o ataque japonês no Pacífico. Ao responderem daquela forma, os USA colocaram-se ao nível desse acto ignóbil.
Agosto é igualmente tempo de sol e férias. Mas é igualmente tempo de actos de guerra nas estradas portuguesas, que mau grado as medidas de alteração do código da estrada, continuam a ceifar vidas ingloriamente.
É ainda o mês dos grandes incêndios, da imagem de um país em chamas e manifestamente da constatação da “Indústria dos fogos”.
Não é novidade para ninguém que uma boa parte deles são de origem criminosa. Também não é novidade para ninguém, as posições assumidas por todos os governos que têm passado pelo Poder da negação do óbvio.
Um primeiro-ministro ausente em parte incerta e a gozar as delícias de um qualquer paraíso enquanto o país arde literalmente, é a prova cabal da inoperância, do laxismo e quiçá de alguma conivência, com negócios obscuros.
É igualmente óbvia a falta de meios aéreos. Mas não só. No terreno, os abnegados e muitas vezes incompreendidos Bombeiros portugueses, debatem-se igualmente com falta de material suficiente para debelarem as labaredas que consomem as pequenas economias familiares, debilitam –, o já mais que debilitado – meio ambiente. As paisagens portuguesas ainda não há muito tempo verdejantes são hoje cenários lunares, negros, tão negros como os cenários de horror vividos por milhares de famílias que dependiam em grande parte daquilo que os negócios obscuros lhes teimam em roubar.
Impressiona a passividade de um governo em férias, impressiona a ausência de José Sócrates, impressiona a posição dos governadores civis, que ao arrepio da vontade de muitos autarcas – esses, vimo-los sempre presentes – decidiram não haver motivos para decretar o estado de calamidade pública.
Agosto foi ainda um mês de confronto entre a actual directora do Museu Grão Vasco e o Movimento Cívico “AMARTE”.
À óbvia atitude arrogante desta, a generosidade de muitos que se dispuseram a encetar uma luta pela sua demissão.
É um confronto de modelos de vida. Não é um confronto de gerações.
De um lado o retrocesso, a ambiguidade, a incompetência e a falsidade. Do outro, a abertura, a generosidade, uma visão de uma sociedade sem tabus, o amor real pela arte.
Ante um cenário real e a frontalidade traçados pelo Movimento e destacados em muitos órgãos de comunicação social, a inglória tentativa de arranjar apoios que na verdade não tem. A carta assinada pela quase totalidade dos funcionários do Museu é um acto de pura coacção levada a cabo pela Dr. ª Ana Paula Abrantes e alguns lacaios ávidos de protagonismo.
Lamento que a maior parte que não concorda com a gestão da senhora tenha assinado tal documento. Perderam uma oportunidade quase única para a isolarem. Presumo que alguns de vós que assinaram com medo de represálias não conseguirão adormecer tranquilos.
Aqueles e aquelas que trabalharam com as Dr. ªs Dalila Rodrigues e Maria João Pinto Correia dificilmente terão coragem para as enfrentar. Iria ser difícil olhá-las nos olhos!
Agosto é também tempo de festa. E de Feira.
S. Mateus abriu as portas à diversão, à alegria, ao entretenimento.
O espaço da Feira, obviamente melhorado, será a forma dos visitantes esquecerem por horas que vivem num país de incendiários, de incompetentes – ao nível do Poder central – e de velhas do Restelo que querem a todo o custo reintroduzir conceitos anacrónicos de ver o Mundo.
4 Comentários:
Foi o começo do chamado equilíbrio do terror.
Agora, desaparecido o outro polo, estamos entregues a um lunático.
Venha o diabo e escolha!
oi zé... bom final de semana...
tinha lido no voz... cadê o artigo de fundo?... beijinho... gi
Pois é... O Agosto está a terminar, mas porque é que não consigo acreditar que as desgraças vão terminar com o mês?
(Uma breve nota: o primeiro-ministro não esteve ausente em parte incerta... esteve no Quénia... bem longe dos nossos incêndios...)
Porque será que estou tão pessimista, que nem me sai o tal... melhores dias virão?
Abraço ;)
Concordo com o conteúdo do texto do Letras_ao_acaso, que apreciei bastante.
Será que eu quando assinei o protesto quanto à atitude da Srª Directora do Museu G. Vasco, assinei o documento errado? Às vezes sou um pouco "despistado".
Um acrescento:
- Os presidentes das autarquias vivem localmente os problemas dos autarcas que os elegeram, até porque esses problemas muitas vezes tb os afectam directamente.
- Os Governadores Civis foram lá colocados pelo Governo. Daí a sua atitude.
"Adeus até ao meu regresso!"
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