sexta-feira, julho 29

Na morte

A tangencia da sombra em mim e rasares etéreos quais asas de anjo impalpáveis, como se de substrato se tratasse a conduzir à falência do sonho.
Do pesadelo constante, a dor que macera a alma.

[Onde deixaste os teus voos rasantes e toques suaves?]

Tudo apagado nas realidades irreais. Nem o aroma a raiar essência ficou. Nada. Do corpo guardo memórias de noites translúcidas, salpicadas de vitrais multicolores e lençóis desalinhados.

O quase tocar-te não passa de alucinação. Ficaste algures em terras templárias onde nem sequer ouso voltar.
Restam-me cabelos soltos/azeviches. E olhos amendoados. Talvez sabores salgados de beijos e lágrimas. Talvez!

Talvez corpos quentes e delirantes, frenéticos.

Sei da impossibilidade de repetições irrepetíveis.
Sei.

[Querer-me-ias de novo?]

C. já nem memórias sou capaz de guardar. Queimam. Chamuscam peles e almas.

[Quase inaudível o som longínquo da voz. Absurdo.]


Viver é carregar um amor impossível?

Quando os dedos fervilham de letras, quereria que elas percorressem distâncias [mesmo sabendo que não existem distâncias] te tocassem corpo, percorressem lábios, e lábios devorassem lábios.

Talvez na morte.
Apenas na morte.

2 Comentários:

Às 29 julho, 2005 19:15 , Blogger Amita disse...

Um excelente texto em que o autor vagueia pelos caminhos insondáveis da mente e nela se sente. Bjos

 
Às 02 agosto, 2005 12:50 , Blogger Menina Marota disse...

"...Viver é carregar um amor impossível?"

Eu dir-te-ia que é... mas isso sou eu... uma sonhadora...

Jinhos :)

 

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial