Horizonte cosmológico
Após meio século de progresso, a Cosmologia “marca passo”. Com efeito, a observação astronómica, desenvolvida nos últimos 400 anos pelo progresso tecnológico, é vítima do seu sucesso e atingiu um limite do conhecimento que é um limite absoluto imposto pela sua própria natureza. Porquê?
Por uma razão simples: o nosso conhecimento do universo está limitado pela velocidade a que a informação circula no espaço. Como a luz é emitida pelos corpos celestes, e se desloca “apenas” à velocidade de 300.000 km/s, esta constitui um limite absoluto. Ora, segundo a teoria do BB, o nosso universo apareceu há cerca de 13,7 mil milhões de anos-luz.
Quanto mais longe o astrónomo observa o espaço, mais longe ele observa no tempo. Uma galáxia distante de 12 mil milhões de anos-luz é observada tal como ela era há 12 mil milhões de anos. Mas então, quando se observa a uma distância de 13,7 mil milhões de anos-luz será que poderemos ver o Big Bang?
Não, porque este está oculto por um autêntico e opaco “nevoeiro de luz”, a radiação de fundo, que corresponde ao estado quente, denso e homogéneo do Universo, tal como este existia imediatamente após o BB, isto é, antes que as estrelas e galáxias se formassem.
Este nevoeiro, chamado “horizonte cosmológico” é impenetrável. É o limite da observação e, infelizmente, nunca será atingido, nenhum telescópio alcançará mais longe. Estamos condenados a ver cada vez mais nitidamente os fenómenos, a dissecá-los, mas permaneceremos eternamente diante deste muro luminoso que rodeia a esfera celeste.
Segundo a relatividade geral, a Terra está no centro duma esfera aparente medindo 26 mil milhões de anos-luz e limitada pela radiação cosmológica de fundo. Quando os cosmólogos se referem ao Universo, é a esta esfera aparente que se referem.
Uma esfera equivalente seria centrada em Marte se nós ali vivêssemos.
Só modelos teóricos podem dar-nos ideias sobre como será o Universo para além desses 10^26m mas infelizmente as respostas dadas pelos cosmólogos desde o início do sec XXI são demasiado frustrantes.
2 Comentários:
Se nós só percepcionamos 'coisas' que já foram - e, como tal, não estão a ser -, que mundo é este em que nada é, porque já não é!?
Perguntas bem.
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