Da experiência EPR aos computadores quânticos.
Como sou pessoa de inteligência limitada, que não compreende as “nuances” da linguagem poética, venho hoje falar-vos de uma experiência científica, que sempre me intrigou e que, com muito maior razão, foge à minha compreensão.
Em 1935, Albert Einstein, Nathan Rosen e Boris Podolsky, levaram a cabo uma experiência, que ficou conhecida como “experiência EPR”.
Consideraram uma partícula que se desintegrava espontaneamente em dois grãos de luz, A e B, que, por simetria, deveriam partir em direcções diametralmente opostas. Mas se A não “sabia” antecipadamente que direcção tomar, antes de ser detectado, como podia B (que se encontrava num local distante) “adivinhar” o comportamento de A e regular o seu próprio comportamento de forma a ser captado, no mesmo momento, na direcção oposta?
Isto não fazia sentido, a menos que a comunicação entre A e B fosse instantânea, o que implicava velocidades de transmissão de sinais superiores à da luz.
“Deus não envia sinais telepáticos”, dizia Einstein, concluindo que a mecânica quântica não fornecia uma descrição completa da realidade e que esta deveria estar “escondida” por trás da fachada da incerteza e do indeterminismo quânticos (“Teoria das variáveis escondidas”).
O físico francês Alain Aspect veio posteriormente dar razão à mecânica quântica, admitindo que A e B fazem parte de uma realidade global: “o Universo é um vasto sistema de partículas, que interagem todas umas sobre as outras”.
Como dizia Richard Feynman, nas suas palestras:
“Não dá para fazer perguntas sobre as quais, honestamente, não existe resposta no estádio actual do conhecimento.”
As partículas quânticas tipo A e B, produzidas por determinados processos físicos, designam-se por “pares entrelaçados”. Recentemente, os cientistas australianos, pegaram em 3 fotões: A, B e B1. “A” era o fotão a transportar e os outros dois o “par entrelaçado”. Destes, guardaram B1 e colocaram B no ponto para onde queriam que o fotão A reaparecesse. Fizeram então interagir o fotão B1 com o fotão A, (o que levou à destruição deste), mediram o resultado desta interacção e transmitiram esses dados para o local onde estava B, que assim se converteu numa cópia de A .
Qual o interesse?
Para já, a possibilidade de construção de computadores quânticos onde, ao contrário dos digitais, o “bit” quântico, já designado pelos cientistas por “qubit”, pode ter ao mesmo tempo os valores 0 e 1, ou seja, uma sobreposição dos estados 0 e 1, o que faz com que, para certos efeitos, se comportem como vários processadores em paralelo, com uma imensa capacidade de memória e a possibilidade de resolver problemas a uma velocidade milhões de vezes maior.
Espero que nos comentários alguém me possa elucidar porque eu, sinceramente não compreendo. Aliás, como o espantoso e saudoso Feynman já admitia.
5 Comentários:
Isto está um pouco técnico de mais!!
O paradoxo EPR funciona assim:
Eu tenho duas funções de onda, Bob e Alice. Em geral, as transformações aplicadas pa fundir duas funções de onda são um simples produto das duas. No entanto o Einsteine cia, arranjaram uma forma de fazer uma transformação cuja função de onda resultante não pode ser escrita como o produto de duas funções de onda distintas, o que se chama um "entangled state", onde passamos a ter uma função de onda que não é nem Bob, nem Alice, nem bob/alice. Agora largamo- lo e faze-mo-lo passar por um polarizador que envia uma parte de pa cada lado. Apesar de aquilo ser , quando medimos dum lado e sai Bob, do outro lado ja sabemos que vamos medir Alice, o que implica uma transmissão imediata de informação.
Por isso, o paradoxo esta tudo menos despachado.
O que nos reserva ainda a capacidade humama? - Veremos
zezinho, não compreendi a tua explicação. Deves tê-la simplificado demais, de modo que não acompanhei o teu raciocínio.
"Por isso, o paradoxo está tudo menos despachado" ?
anjo do sol, todo o fenómeno físico resulta de uma causa, a qual é o resultado de outra causa, etc,etc...
Mas este modo causal de abordar o "tempo" não funciona senão à escala humana, porque em mecânica quântica o tempo não existe. Como falo no meu artigo, em 1982 o físico francês Alain Aspect mostrou que duas partículas podem adoptar simultaneamente um mesmo comportamento, como se elas comunicassem entre si com uma velocidade superior à da luz e o sábio suiço Antoine Suarez, revelou em 2002 que esta "telepatia" existe mesmo quando as partículas nem sequer dispõem de tempo para comunicarem entre si.
anjo do sol, mudei de ideias quanto ao sêlo do blog. Não vale a pena. Obrigado pela disponibilidade.
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