segunda-feira, julho 25

Da experiência EPR aos computadores quânticos.

Como sou pessoa de inteligência limitada, que não compreende as “nuances” da linguagem poética, venho hoje falar-vos de uma experiência científica, que sempre me intrigou e que, com muito maior razão, foge à minha compreensão.

Em 1935, Albert Einstein, Nathan Rosen e Boris Podolsky, levaram a cabo uma experiência, que ficou conhecida como “experiência EPR”.
Consideraram uma partícula que se desintegrava espontaneamente em dois grãos de luz, A e B, que, por simetria, deveriam partir em direcções diametralmente opostas. Mas se A não “sabia” antecipadamente que direcção tomar, antes de ser detectado, como podia B (que se encontrava num local distante) “adivinhar” o comportamento de A e regular o seu próprio comportamento de forma a ser captado, no mesmo momento, na direcção oposta?
Isto não fazia sentido, a menos que a comunicação entre A e B fosse instantânea, o que implicava velocidades de transmissão de sinais superiores à da luz.
“Deus não envia sinais telepáticos”, dizia Einstein, concluindo que a mecânica quântica não fornecia uma descrição completa da realidade e que esta deveria estar “escondida” por trás da fachada da incerteza e do indeterminismo quânticos (“Teoria das variáveis escondidas”).
O físico francês Alain Aspect veio posteriormente dar razão à mecânica quântica, admitindo que A e B fazem parte de uma realidade global: “o Universo é um vasto sistema de partículas, que interagem todas umas sobre as outras”.

Como dizia Richard Feynman, nas suas palestras:
“Não dá para fazer perguntas sobre as quais, honestamente, não existe resposta no estádio actual do conhecimento.”

As partículas quânticas tipo A e B, produzidas por determinados processos físicos, designam-se por “pares entrelaçados”. Recentemente, os cientistas australianos, pegaram em 3 fotões: A, B e B1. “A” era o fotão a transportar e os outros dois o “par entrelaçado”. Destes, guardaram B1 e colocaram B no ponto para onde queriam que o fotão A reaparecesse. Fizeram então interagir o fotão B1 com o fotão A, (o que levou à destruição deste), mediram o resultado desta interacção e transmitiram esses dados para o local onde estava B, que assim se converteu numa cópia de A .

Qual o interesse?

Para já, a possibilidade de construção de computadores quânticos onde, ao contrário dos digitais, o “bit” quântico, já designado pelos cientistas por “qubit”, pode ter ao mesmo tempo os valores 0 e 1, ou seja, uma sobreposição dos estados 0 e 1, o que faz com que, para certos efeitos, se comportem como vários processadores em paralelo, com uma imensa capacidade de memória e a possibilidade de resolver problemas a uma velocidade milhões de vezes maior.

Espero que nos comentários alguém me possa elucidar porque eu, sinceramente não compreendo. Aliás, como o espantoso e saudoso Feynman já admitia.

5 Comentários:

Às 25 julho, 2005 10:13 , Blogger PDivulg disse...

Isto está um pouco técnico de mais!!

 
Às 25 julho, 2005 12:48 , Anonymous Anónimo disse...

O paradoxo EPR funciona assim:

Eu tenho duas funções de onda, Bob e Alice. Em geral, as transformações aplicadas pa fundir duas funções de onda são um simples produto das duas. No entanto o Einsteine cia, arranjaram uma forma de fazer uma transformação cuja função de onda resultante não pode ser escrita como o produto de duas funções de onda distintas, o que se chama um "entangled state", onde passamos a ter uma função de onda que não é nem Bob, nem Alice, nem bob/alice. Agora largamo- lo e faze-mo-lo passar por um polarizador que envia uma parte de pa cada lado. Apesar de aquilo ser , quando medimos dum lado e sai Bob, do outro lado ja sabemos que vamos medir Alice, o que implica uma transmissão imediata de informação.
Por isso, o paradoxo esta tudo menos despachado.
O que nos reserva ainda a capacidade humama? - Veremos

 
Às 25 julho, 2005 17:51 , Blogger Peter disse...

zezinho, não compreendi a tua explicação. Deves tê-la simplificado demais, de modo que não acompanhei o teu raciocínio.

"Por isso, o paradoxo está tudo menos despachado" ?

 
Às 25 julho, 2005 18:07 , Blogger Peter disse...

anjo do sol, todo o fenómeno físico resulta de uma causa, a qual é o resultado de outra causa, etc,etc...
Mas este modo causal de abordar o "tempo" não funciona senão à escala humana, porque em mecânica quântica o tempo não existe. Como falo no meu artigo, em 1982 o físico francês Alain Aspect mostrou que duas partículas podem adoptar simultaneamente um mesmo comportamento, como se elas comunicassem entre si com uma velocidade superior à da luz e o sábio suiço Antoine Suarez, revelou em 2002 que esta "telepatia" existe mesmo quando as partículas nem sequer dispõem de tempo para comunicarem entre si.

 
Às 25 julho, 2005 18:21 , Blogger Peter disse...

anjo do sol, mudei de ideias quanto ao sêlo do blog. Não vale a pena. Obrigado pela disponibilidade.

 

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