quinta-feira, junho 23

A jogar às escondidas no Cosmos – Parte I

Em 1987, foi observada a partir da Terra a explosão de uma estrela na galáxia anã Grande Nuvem de Magalhães. Os astrónomos estudaram avidamente esta supernova, a mais próxima observada nos últimos 300 anos, continuando a examinar os seus restos. Embora a onda de choque originada pela supernova tenha iluminado as nuvens de gás e poeira circundantes, a explosão parece não ter deixado nenhum núcleo. Os astrónomos dizem que mesmo com o "olhar" nítido do telescópio espacial Hubble não foi possível localizar o buraco negro ou a estrela de neutrões ultracompacta, que se acredita ter sido formada pela morte da estrela há 18 anos.

Onde se encontra pois a estrela de neutrões desaparecida?

Quando uma estrela de massa elevada explode, esta deixa para trás uma espécie de objecto compacto, quer seja uma esfera constituída por partículas subatómicas de dimensões de uma cidade, designada por estrela de neutrões, ou um buraco negro.
O resultado depende da massa da estrela inicial, da estrela que explodiu.
Estrelas pequenas formam estrelas de neutrões enquanto que estrelas maiores formam buracos negros.

A estrela mãe que deu origem à supernova (SN) 1987A possuia 20 vezes a massa do Sol, colocando-a exactamente na linha divisória e deixando os astrónomos na incerteza de qual o tipo de objecto compacto que terá sido produzido por esta explosão. Todas as observações realizadas até à data falharam na detecção de uma fonte de luz no centro dos despojos da supernova, deixando no ar a questão por responder.

Foi esta a imagem da supernova SN 1987A obtida pelo Hubble:



A detecção de um buraco negro ou de uma estrela de neutrões constitui sempre um desafio. Um buraco negro pode ser detectado apenas quando "engole" matéria - à medida que a matéria vai caindo para o centro do buraco negro, esta aquece e emite radiação. Uma estrela de neutrões a uma distância equivalente à da Grande Nuvem de Magalhães apenas é detectada quando emite feixes de radiação como um pulsar, ou quando atrai matéria quente como o buraco negro.

5 Comentários:

Às 23 junho, 2005 01:32 , Blogger BlueShell disse...

Estas coisas fascinam-me!
Beijo de Boa Noite...ehheheh

 
Às 23 junho, 2005 01:38 , Blogger Peter disse...

Ainda bem, "rosa vermelha". Já foi uma grande conquista encontrar alguém que se interessa por estes assuntos.

 
Às 23 junho, 2005 02:07 , Anonymous Anónimo disse...

Uma interessante narrativa.

Não está muito dentro da minha área, sou franca, mas não deixa de ter interesse.

Abraço ;)

 
Às 23 junho, 2005 10:59 , Blogger Peter disse...

menina_marota, quem tenha convicções religiosas e se interesse pelo Cosmos, que se expande a uma velocidade infinita e onde constantemente nascem e morrem milhões de milhões de estrelas,fica com essas convicções profundamente abaladas. O melhor será procurar o seu Deus, não nos espaços infinitos, mas dentro de si e adoptar, em relação aos seus semelhantes, uma atitude de compreensão, amor e bondade.

 
Às 23 junho, 2005 11:05 , Blogger Peter disse...

Lúcia, resolvi dividir o texto em duas partes, para não se tornar muito maçudo. O texto é do "Astronovas", que me é enviado regularmente pelo OAL (Observatório Astronómico de Lisboa). Às vezes faço cortes e adaptações, outras, como é o caso, publico o artigo por inteiro, exceptuando alguns desenvolvimentos matemáticos.

 

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