"Temos que combater os candidatos bandidos"
Entre anteontem e ontem, comecei a perceber claramente porque é que as pessoas hoje já não se interessam pela política. É que os políticos já não fazem um mínimo esforço, nos debates públicos, para esconder a sua demagogia e o seu mau carácter. Uns até mostram com veemência que são malcriados.
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Começamos pelo debate entre Manuel Maria Carrilho e Carmona Rodrigues, dois candidatos à presidência da Câmara de Lisboa, que passou na SIC Notícias. Foi uma miséria completa. Não se debateu nada. Ambos mostraram que não tinham nenhum plano especial para desenvolver a capital portuguesa; ambos ficaram por esclarecer o verdadeiro propósito das suas candidaturas à Câmara Municipal de Lisboa; ambos passaram o debate inteiro a dizer "o senhor sabe quantos...?", "o senhor sabia que...?", "o senhor conhece...?". No final, nenhum dos senhores sabia de nada. Creio mesmo que nem sabiam muito bem o que foram fazer à SIC Notícias. As patetices políticas de ambos os candidatos eram evidentes. O debate de Carmona Rodrigues e Manuel Maria Carrilho fez-me lembrar o tempo em que eu andava na 1ª Classe, onde eu e os meus colegas testávamos o que não sabíamos: "Conheces isso?"; "Conheces aquilo?". Mas teve uma agravante: é que dois senhores, com a idade que eles têm, passaram mais de uma hora a discutir uma casa de banho. Será que um mandato chegaria para um deles construir pelo menos uma casa de banho?
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Outro Ponto:
Na RTPN, o jornalista Hélder Silva e uma outra colega dele conduziam o debate entre cinco candidatos à presidência da Câmara de Gondomar. Uma catástrofe autêntica. Os homens não respeitavam minimamente a intervenção dos jornalistas. Valentim Loureiro, actual presidente da Câmara de Gondomar, foi o mais estúpido. Não deixava ninguém falar. Mostrou uma arrogância e uma falta de educação incrível. Será que para se ganhar uma eleição é preciso mostrar aos eleitores que o candidato é mesmo um malcriado? Foi isso que o Major Valentim Loureiro fez ontem na RTPN.
Hélder Silva, um dos jornalistas a moderar o debate, muitas vezes, ficava exaltado que não conseguia mesmo pronunciar as palavras com clareza. Por várias vezes, aumentou o tom de voz para ver se calava os homens. Sempre que havia situações dessas, uma das pessoas envolvidas era o senhor Major. Triste cena de um debate para esquecer.
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No fim, foi a entrevista de Judite Sousa a Francisco Louçã, líder do Bloco Esquerda, na RTP1. Esta sim, correu bem. Francisco Louçã estava igual a si mesmo. A inteligência era notória na forma como o homem se posiciona na entrevista. Mostrou firmeza em derrubar Cavaco Silva nas presidenciais e disse o que já havia dito antes: "Temos que combater os candidatos bandidos".
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posted by Silvino Évora (jornalista) – Vila do Tarrafal – Chão Bom – Cabo Verde @ 11:59 AM
3 Comentários:
Por acaso já repararam que o blog é de Cabo Verde e que o artigo é escrito por um jornalista cabo-verdeano, ali morador?
Não estamos sós no mundo ...
Mas alguma vez o senhor Major foi sinónimo de educação?concordo com a bluegif que diz que são uns galos de capoeira..Acham que para se fazerem ouvir tem o direito de cortar a palavra aos outros...perderam por completo a vergonha..lavam roupa suja em publico, dizem mal uns dos outros e depois é ver os ditos senhores em grande almoçaradas...é este o pais que temos...o pais que nos permitimos ter...sim pk nós so estamos assim pk queremos...pk ainda não acreditamos que temos voz e que tb podemos gritar para nos fazer ouvir.
ana luar, nem mais, tens 100% de razão!
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