quinta-feira, setembro 29

Movimento perpétuo

Do corpo esguio e esbelto, a suave lembrança do toque.

No regressar de Cleópatra o abandono dos medos. A presença, presença sublinhada no toque das mãos e no entrelaçar de dedos – mãos belas, esguias – no olhar a imensidão de olhos que adquirem todas as tonalidades onde o perder e encontrar deixam de ser paradoxos para serem complementaridades.

A Paz transbordante feita silêncio e olhares cúmplices as mãos que se percorrem lentamente gozando cada segundo eternizado em repetições de momentos perpétuos e acetinados de peles macias, mas ainda e sempre a presença agora ainda mais presença com a ausência.

O fustigar do vento contra as vidraças arrastando chuvas intempestivas quais furacões de sentimentos impossíveis de conter por serem maiores que a dimensão de um corpo.

Entender-te-me!

[A surpresa de te saber em paz] e a segurança do constatar que todos os destinos se cumprem resumindo a felicidade a um primeiro encontro onde todas as incertezas são desfeitas antevendo o registo intemporal da alma que se sabe gémea de rosto Egípcio, Cleopátrico, Esfíngico e belo.
Da profundidade do Tempo eis-te regressada, Rainha de todas as Rainhas.

[Ainda e sempre o sentir o calor emanado pelas mãos que se deixaram tocar numa entrega absoluta sublimando os sentires até se tornarem espiritualidade], a noite fria chuvosa cortada pelo uivar de um vento adverso impotente para travar a saída e o acompanhar. O café bebido a dois no silêncio de uma noite que se sabe mágica e que perdurará para além da eternidade e que fará de todas as noites e dias sucessões de momentos mágicos, guardados no baú imenso das memórias.

Ainda o fustigar do vento transportando pedaços de ambos ao encontro do outro.
Nesse encontro, o beijo que inevitavelmente acontecerá.

Agora:

A paz que desceu sobre ambos e a certeza de uma noite de sonhos rostos e olhares/mergulhos perdições e encontros. O verdadeiro encontro.

[O exotismo do aroma desse corpo de mulher/menina/Rainha perdura para além do sonho. Sabemo-nos de ambos]

7 Comentários:

Às 29 setembro, 2005 23:16 , Anonymous Anónimo disse...

Foi muito agradavel ler este "Movimento perpétuo". Bem escrito, gostei. Beijinhos.

 
Às 30 setembro, 2005 09:04 , Blogger Marta disse...

Para matar saudades. Beijo grande

 
Às 30 setembro, 2005 12:54 , Blogger Isabel Filipe disse...

belo....

bjs

 
Às 30 setembro, 2005 13:19 , Anonymous Anónimo disse...

E é tão bom quando se alcança a paz desejada...
Beijo e bom fim de semana

 
Às 30 setembro, 2005 14:14 , Blogger Peter disse...

Estava a ver que este maravilhoso texto do Zé, ficava sem comentários ...

 
Às 02 outubro, 2005 11:07 , Blogger Peter disse...

bluegift e o zezinho é como o vinho do Porto ...

 
Às 02 outubro, 2005 13:01 , Blogger Ana disse...

O movimento perpétuo que nos guia ao verdadeiro encontro.
Ler-te é caminhar.
Um beijo.

 

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