sexta-feira, julho 31

A ignorância


“Até que ponto um certo amor pelo espaço não revelará, afinal, uma incompreensão muito grande desse mesmo espaço? Porque a Terra não está fora do Universo, nem o Sol, nem a Via Láctea. Assim, se eu pensar em mim enquanto ser humano, poderei sentir-me preso à Terra embora deseje ansiosamente sair, voar, conhecer outros espaços; mas se pensar em mim enquanto matéria pensante, e isso é sobretudo aquilo que sou, compreendo que não preciso fazer viagem nenhuma, que a viagem mais longínqua é a que faz a estrela que a Terra persegue incessantemente.

Eu vivo numa imensa nave e já viajo no espaço e no tempo; na verdade, se penso um pouco, compreendo que nunca fiz outra coisa senão desejar conhecer outros mundos. Mas Universo com vida é aqui. Pode haver mais, haverá certamente mais – “...seria um enorme desperdício de espaço se não houvesse...” -, mas a Terra deve dar-me, enquanto não me for possível viajar no Cosmos, tudo aquilo que me é necessário, todas as fontes de deslumbramento e de encanto possíveis – se a Terra não me der tudo isso, estou certo que nenhum outro mundo me dará. A Terra é o dia único que contém todos os dias, a noite única que contém todas as estrelas, o pequeno mundo onde encontro todos os grandes mundos, o meu hoje que contém todos os ontens e todos os amanhãs, o instante onde encontro o infinito e a eternidade. (…) o terror de se ser corpo, de se existir sob a forma de um corpo” (Milan Kundera, “A ignorância”)


Este sentimento leva-me a uma série de reflexões:
- O que me liga a Andrómeda para eu gostar tanto dela? Que sentir profundo é este que me relaciona com essa Nebulosa? O que nos une? Serão os elementos dos átomos que compõem o meu corpo, prioritariamente dali?
- E este corpo que se perpetua através dos meus átomos, integrando outros organismos, num “eterno retorno”? Será possível dissociá-lo do “espírito”, do meu “sentir”, que é “luz” e “vibração”? E seria esta componente espiritual, imortal, que se perpetuaria através de todos os Universos possíveis? A “teoria das cordas” que pretendeu substituir os elementos pontuais e ínfimos da matéria por pequenos segmentos que vibram e que seria esse vibrar que os caracterizava e lhes conferia as suas propriedades, que nos diz? “Vibração”? Sim, talvez, pois todo o electrão é simultaneamente “corpúsculo” e “onda”, “onda=vibração”?
- E quando me lembro do “filme-mito”, “2001-Odisseia no espaço”, o que vou encontrar senão “luz” e “música” (vibração)? Será que haverá seres que são só luz?
No livro de Kundera os personagens têm vida própria e é assim que actuam. Movimentam-se livremente como indivíduos que são e as relações que se estabelecem são procuradas, no interesse de quem as procura, mas sem que com isso se entenda como sendo uma relação de dependência, antes de complementaridade.

Que me leva a “postar” hoje?

Não estou sujeito a horário, nem a nenhuma obrigação de o fazer ou deixar de fazer. Estava para aqui a olhar o ecrã em branco... aliás talvez não valha a pena.

quinta-feira, julho 30

A Justiça dos pobres

Agostinho O. morreu em 2008 sem ver o fim de um processo que moveu contra o Estado por violação do direito à Justiça em prazo razoável. A decisão chegou este mês e dá-lhe razão, 26 anos depois do primeiro contacto com a máquina judicial.

Em 1980, fora vítima de atropelamento na rua onde morava, em Lisboa, esteve em coma e, menos de um ano depois, foi forçado a aposentar-se, devido às graves mazelas com que ficou. Tinha então 49 anos, trabalhava como carpinteiro e era o sustento da mulher e da filha.

Três anos depois, já reformado, decidiu avançar com um processo cível contra o responsável pelo atropelamento e a companhia seguradora do veículo. Durante quatro longos anos, Agostinho resignou-se a esperar. Tentou, junto do tribunal, obter respostas que nunca chegavam e insistiu, por diversas vezes, pedindo formalmente celeridade para o caso.

Por volta de 1987, para seu desespero, foi informado de que o processo tinha "desaparecido". Os papéis do caso só voltaram a aparecer 10 anos depois, em Maio de 1997, "num armário da ex-Câmara de Falências", e também não lhe foi dada "qualquer justificação" para o sucedido, como refere a decisão do STA. Precisamente 20 anos e 108 dias depois, em 2003, esta primeira fase do tormento terminava. Farto de esperar, Agostinho chegou a acordo com a seguradora, que lhe pagou a quantia, pouco mais do que simbólica, de 3 491,59 euros.

Mas o seu calvário pelo labirinto dos tribunais estava longe de acabar. Revoltado, decidiu pedir contas ao Estado pela demora e deu entrada com uma acção no Tribunal Administrativo. O acórdão do STA que põe fim ao caso foi tornado público seis anos depois, no dia 9 deste mês, depois de um anterior recurso que já havia ilibado o Estado. O Supremo fixou em dez mil euros mais juros a indemnização que o Estado deverá pagar por danos não patrimoniais, referentes a atrasos na administração da Justiça. Os juízes consideraram que os 20 anos de espera para ver designado o julgamento em primeira instância causaram à vítima "angústia e ansiedade". Demasiado tarde para Agostinho. Morreu em Outubro do ano passado.

Apesar do tempo que já decorreu desde a morte de Agostinho (nove meses), o acórdão do STA ignora este facto. O texto reconhecer que, "na verdade, o anormal atraso do processo perturbou, preocupou ou afligiu o autor", mas os juízes não se coíbem de afirmar que todas estas consequências estão "aquém dos graves danos psicológicos e psíquicos de que ele [Agostinho], com manifesto exagero, presentemente se queixa".

Este caso foi publicado no Jornal de Notícias de 27 JUL 09, em artigo assinado por Susana Otão.

Entretanto o processo “Casa Pia” prossegue sem fim à vista…

quarta-feira, julho 29

Uma história mal contada...

É preciso mais informação sobre os piratas da Somália. Não sabemos até onde vão as verdades ou mentiras, mas vale a pena pensar....
Estão-nos mentindo sobre os piratas da Somália - 5/1/2009, Johann Hari: The Independent, UK

Quem imaginaria que em 2009, os governos do mundo declarariam uma nova Guerra aos Piratas? No instante em que você lê esse artigo, a Marinha Real Inglesa - e navios de mais 12 nações, dos EUA à China - navega rumo aos mares da Somália, para capturar homens que ainda vemos como vilãos de pantomima, com papagaio no ombro. Mais algumas horas e estarão bombardeando navios e, em seguida, perseguirão os piratas em terra, na terra de um dos países mais miseráveis do planeta. Por trás dessa estranha história de fantasia, há um escândalo muito real e jamais contado. Os miseráveis que os governos 'ocidentais' estão rotulando como "uma das maiores ameaças de nosso tempo" têm uma história extraordinária a contar - e, se não têm toda a razão, têm pelo menos muita razão.

O governo da Somália entrou em colapso em 1991. Nove milhões de somalis passam fome desde então. E todos e tudo o que há de pior no mundo ocidental rapidamente viu, nessa desgraça, a oportunidade para assaltar o país e roubar de lá o que houvesse. Ao mesmo tempo, viram nos mares e praias da Somália o local ideal onde jogar todo o lixo nuclear do planeta.

Exactamente isso: lixo atómico. Nem bem o governo desfez-se (e os ricos partiram), começaram a aparecer misteriosos navios europeus no litoral da Somália, que jogavam ao mar contentores e barris enormes. A população do litoral começou a adoecer. No começo, erupções de pele, náuseas e bebés mal-formados. Então, com o tsunami de 2005, centenas de barris enferrujados e com vazamentos apareceram em diferentes pontos do litoral. Muita gente apresentou sintomas de contaminação por radiação e houve 300 mortes.

Quem conta é Ahmedou Ould-Abdallah, enviado da ONU à Somália: "Alguém está jogando lixo atómico no litoral da Somália. E chumbo e metais pesados, cádmio, mercúrio, encontram-se praticamente todos". Parte do que se pode rastrear leva directamente a hospitais e indústrias europeias que, ao que tudo indica, entrega os resíduos tóxicos à Máfia, que se encarrega de "descarregá-los" e cobra barato.

Quando perguntei a Ould-Abdallah o que os governos europeus estariam fazendo para combater esse "negócio", ele suspirou: "Nada. Não há nem descontaminação, nem compensação, nem prevenção."

Ao mesmo tempo, outros navios europeus vivem de pilhar os mares da Somália, atacando uma de suas principais riquezas: pescado. A Europa já destruiu seus estoques naturais de pescado pela super-exploração – e, agora, está super-explorando os mares da Somália. A cada ano, saem de lá mais de 300 milhões de atum, camarão e lagosta; são roubados anualmente, por pesqueiros ilegais. Os pescadores locais tradicionais passam fome.

Mohammed Hussein, pescador que vive em Marka, cidade a 100 quilómetros ao sul de Mogadishu, declarou à Agência Reuters: "Se nada for feito, acabarão com todo o pescado de todo o litoral da Somália."

Esse é o contexto do qual nasceram os "piratas" somalis. São pescadores somalis, que capturam barcos, como tentativa de assustar e dissuadir os grandes pesqueiros; ou, pelo menos, como meio de extrair deles alguma espécie de compensação.

Os somalis chamam-se "Guarda Costeira Voluntária da Somália". A maioria dos somalis os conhece sob essa designação. [Ler matéria importante sobre isso aqui, em:"The Armada is not a solution"]. Pesquisa divulgada pelo site somali independente WardheerNews informa que 70% dos somalis "aprovam firmemente a pirataria como forma de defesa nacional".

Claro que nada justifica a prática de fazer reféns. Claro, também, que há gangsters misturados nessa luta - por exemplo, os que assaltaram os carregamentos de comida do World Food Programme. Mas em entrevista por telefone, um dos líderes dos piratas, Sugule Ali disse: "Não somos bandidos do mar. Bandidos do mar são os pesqueiros clandestinos que saqueiam nosso peixe". William Scott entenderia perfeitamente.

Por que os europeus supõem que os somalis deveriam deixar-se matar de fome passivamente pelas praias, afogados no lixo tóxico europeu, e assistir passivamente os pesqueiros europeus (dentre outros) que pescam o peixe que, depois, os europeus comem elegantemente nos restaurantes de Londres, Paris ou Roma? A Europa nada fez, por muito tempo. Mas quando alguns pescadores reagiram e intrometeram-se no caminho pelo qual passa 20% do petróleo do mundo... Imediatamente a Europa despachou para lá os seus navios de guerra.

A história da guerra contra a pirataria em 2009 está muito mais claramente narrada por outro pirata, que viveu e morreu no século 4º AC. Foi preso e levado à presença de Alexandre, o Grande, que lhe perguntou "o que pretendia, fazendo-se de senhor dos mares." O pirata riu e respondeu:

"O mesmo que você, fazendo-se de senhor das terras; mas, porque meu navio é pequeno, sou chamado de ladrão; e você, que comanda uma grande frota, é chamado de imperador." Hoje, outra vez, a grande frota europeia lança-se ao mar, rumo à Somália - mas... quem é o ladrão?

O artigo original, em inglês, pode ser lido em:

http://www.independent.co.uk/opinion/commentators/johann-hari/johann-hari-you-are-being-lied-to-about-pirates-1225817.html

terça-feira, julho 28

Elementos de segurança nas notas de Euro

Perante o aumento de notas falsas que se está a verificar, veja em que consiste o método “tocar-observar-inclinar” para saber se a nota é falsa, em:

http://www.bportugal.pt/default.htm?bank/com/contrafaccao_2007_1_p.htm

a questão das notas falsas nos multibancos pode levantar-se sobretudo nas máquinas que estão fora das instituições bancárias.

segunda-feira, julho 27

Pescadores


Sob o título “Morrer de sede em frente ao mar”, vi ontem na TVI, após o noticiário, uma reportagem sobre a vida e morte dos nossos pescadores, que me deixou extremamente chocado. Julgo que foi filmada em Sesimbra, pelo menos foi-o na maior parte.
Impedidos de pescar durante grande parte do ano, devido ao mau tempo e com um horário condicionado no Verão, devido à utilização das praias pelos turistas, para conseguirem sobreviver, arriscam a vida enfrentando o mar. Uma das entrevistadas leva toda a vida vestida de preto: primeiro o mar roubou-lhe o pai, depois o filho e por último o marido.

Os mais velhos, na casa dos 70/80 continuam em pequenos grupos a pescar por conta própria, pois é o que sempre fizeram.
Os outros trabalham em traineiras, mas o peixe escasseia, muitas vezes não conseguem apanhar nada que valha a pena e quando conseguem e a reportagem mostrava a captura de cerca de 2 toneladas de sardinha, o que devido a uma legislação caduca, com preços que vigoram nas lotas desde a década de 80, se iria a traduzir em 70/80€ para cada pescador. Arriscar a vida por uma miséria. Essa sardinha foi vendida na lota por 0,70/0,80€ o quilo e arrematada pelos intermediários que breve a colocam no mercado a cerca de 4/4,5€, ou nos hiper, onde o preço ronda os 5€/kg. E é este facto que revoltou uma das miúdas e que a entrevistadora põe em contacto com o min Agricultura e Pescas. Este acaba por debitar umas banalidades, diz que tem mais de 200 milhões de Euros para gastar, mas não percebi como, nem onde e acaba por sugerir que os pescadores poderiam fazer dinheiro, abrindo apoios de praia para venda de sandes, bebidas e gelados.

Mas como? Essa miúda tinha pedido à mãe dinheiro para ir comprar um bolo ao café e a resposta que teve foi a de que “não podia ser”, pois apenas tinha 17€ para o dia seguinte. A família era o pai, a mãe e duas filhas.
Como sobrevivem? Os mais idosos, ou as viúvas recebem e nem sempre, uma esmola dada pela igreja e que vem dos peditórios feitos nas missas dominicais. Há também uma organização que entrega mensalmente um pequeno cabaz de alimentos aos mais necessitados. Não me apercebi se era a Junta de Freguesia que o fazia.

O PCP “defende a sua dama”, os agricultores do Alentejo; mas eu que ali passei parte da minha vida e que ali continuo a ir, vejo que o seu nível de vida é muito superior ao que tinham antes do 25/ABR/74 e que, para sobreviver, não precisam de arriscar a vida, como fazem os pescadores.

(imagem GOOGLE, “pescadores da Nazaré”)

domingo, julho 26


Sigmund Freud

«Quando Pedro me fala sobre Paulo,
sei mais de Pedro que de Paulo.»

Etiquetas: ,

sábado, julho 25

Breve encontro

“Este é o amor das palavras demoradas
moradas habitadas
nelas mora
em memória e demora
o nosso breve encontro com a vida.”

(Sophia de Mello Breyner Andresen)

Porque publiquei este poema? Há sempre uma razão: nado mal e ontem, apesar de estar a tomar banho com a bandeira verde, num mar com pequenas ondas e ainda numa zona onde tinha pé, quando deixei de nadar e fiquei de costas, ao pretender pôr-me de pé não conseguia e em cada tentativa estava sendo arrastado mais para o largo; comecei a entrar em pânico, tanto mais que me encontrava sozinho na zona.
Não sei como, mas lá consegui tocar o solo novamente com os calcanhares e ganhar o impulso suficiente para poder endireitar o corpo e completamente extenuado, arrastar-me para a praia.

quinta-feira, julho 23

O ensino português igual ao finlandês?

A ministra quer o ensino português igual ao finlandês? Nós também! É só corrigir estes pormenores...

A propósito do sistema de Ensino da Finlândia, veja Senhora Ministra, se consegue perceber as 9 diferenças:

1. Na Finlândia as turmas têm 12 alunos.
2. Na Finlândia há auxiliares de acção educativa acompanhando constantemente os professores e educandos.
3. Na Finlândia, os pais são estimulados a educar as crianças no intuito de respeitarem a Escola e os Professores.
4. Na Finlândia os professores têm tempo para preparar aulas e são profissionais altamente respeitados.
5. Na Finlândia as aulas terminam às 3 da tarde e os alunos vão para casa brincar, estudar e usufruir do seu tempo livre.
6. Na Finlândia o ensino é totalmente gratuito, inclusivamente os LIVROS, CADERNOS E OUTRO MATERIAL ESCOLAR.
7. Na Finlândia todas as turmas QUE TÊM ALUNOS com necessidades educativas especiais, têm na sala de aula um professor especializado a acompanhar o aluno que necessita de apoio.
8 . Na Finlândia não há professores avaliadores, professores avaliados, nem Inspectores.!!!!!
9. Na Finlândia não há professores de primeira e de segunda.

Conseguiu perceber as diferenças???

(recebido por e-mail)

terça-feira, julho 21

Les précautions nécessaires


segunda-feira, julho 20

O primeiro homem na Lua

A 16 de Julho de 1969, a Apollo 11 partiu em direcção à Lua, com o comandante Neil Armstrong, o piloto do Módulo Lunar Edwin “Buzz” Aldrin, e o piloto do Módulo de Comando Michael Collins. A 19 de Julho, a Apollo 11 entrou em órbita lunar. A 20 de Julho, numa descida dramática, com somente 25 segundos de combustível disponível, Armstrong pousou o módulo lunar Eagle. Às 21h17 em Portugal, o sonho de Kennedy e de muitos outros “loucos idealistas” concretizava-se nas palavras de Armstrong: “Houston, Tranquility Base here. The Eagle has landed”. (“Houston, estamos na Base Tranquilidade. A Águia pousou”).

(Foto da tripulação da Apollo 11)

Na madrugada do dia 21 de Julho, às 3h56 em Portugal, faz hoje 40 anos e comigo a assistir, pois podia lá perder esse momento, Armstrong saiu do módulo lunar, ao pisar o solo, Neil Armstrong pronunciou as famosas palavras: “That’s one small step for man, one giant leap for mankind” (”Este é um pequeno passo para o homem, um salto gigante para a humanidade”). Era o primeiro ser humano a pisar outro planeta.

(Foto da descida)

Quinze minutos mais tarde Buzz Aldrin também pisou o solo lunar, descrevendo-o como uma “magnificent desolation” (”desolação magnífica”). Podem ver a primeira pégada de Aldrin na Lua e que ali permanecerá eternamente:


(Foto da pegada)

Após pouco mais de 2 horas e meia na superfície lunar, de carregarem com mais de 20 quilos de rochas e pó lunar, de deixarem reflectores na Lua de modo a calcularem a distância Terra-Lua por laser, de colocarem a bandeira americana cosida pela portuguesa Maria Isilda Ribeiro que trabalhava em New Jersey (modesto, mas sempre foi um contributo à nossa medida…) e de deixarem uma placa dizendo:

“Here Men From The Planet Earth First Set Foot Upon the Moon, July 1969 A.D. We Came in Peace For All Mankind” (“Em Julho de 1969, Humanos do Planeta Terra pela primeira vez puseram o pé na Lua. Viemos em paz por toda a humanidade”).

Entre experiências científicas que realizaram e aparelhagem que por lá ficou, os astronautas da Apollo 11 deixaram a Lua, e fizeram a viagem de regresso à Terra. Esta foto de Aldrin de costas para o Eagle dá-nos a ideia do tamanho desta.

(Foto do Eagle, de costas Aldrin)

A 24 de Julho de 1969, às 17h50 em Portugal, voltaram à Terra são e salvos, como Kennedy tinha anunciado oito anos antes. Depois da Apollo 11 em Julho de 1969, foram também à Lua as missões: Apollo 12 em Novembro de 1969, Apollo 14 em Fevereiro de 1971, Apollo 15 em Julho/Agosto de 1971, Apollo 16 em Abril de 1972, e Apollo 17 em Dezembro de 1972.
Todas estas missões realizaram inúmeras experiências científicas e deixaram inúmeros artefactos provando que realmente se esteve na Lua. No entanto, ainda hoje há quem prefira irracionalmente optar por conspirações sem sentido. A maioria desses indivíduos diz que a Apollo 11 não aconteceu, apesar de “acreditarem” nas missões subsequentes.
Quem faz afirmações tem de as provar. Como diria Aldous Huxley: “Most ignorance is vincible ignorance. We don’t know, because we don’t want to know”.

domingo, julho 19

Lhasa De Sela - La Marée Haute


La marée haute

LA ROUTE CHANTE
QUAND JE M'EN VAIS
JE FAIS TROIS PAS...
LA ROUTE SE TAIT

LA ROUTE EST NOIRE
À PERTE DE VUE
JE FAIS TROIS PAS...
LA ROUTE N'EST PLUS

SUR LA MARÉE HAUTE
JE SUIS MONTÉE
LA TÊTE EST PLEINE
MAIS LE COEUR N'A
PAS ASSEZ


MAINS DE DENTELLE
FIGURE DE BOIS
LE CORPS EN BRIQUE
LES YEUX QUI PIQUENT

MAINS DE DENTELLE
FIGURE DE BOIS
JE FAIS TROIS PAS...
ET TU ES LÀ

SUR LA MARÉE HAUTE
JE SUIS MONTÉE
LA TÊTE EST PLEINE
MAIS LE COEUR N'A
PAS ASSEZ

Etiquetas: ,

sábado, julho 18

Gostar e amar


"Não tenho seja o que for contra o meu marido, não tenho seja o que for contra ninguém. No caso de perguntarem
- Gostas dele?
respondo que gosto sem saber ao certo o que é gostar de ti, o que isso significa" (1)

Gosto de te ouvir rir quando converso contigo, como gosto de estar junto a ti e de te sentir satisfeita. Sinto-me feliz por isso, por te dar este prazer. Gosto de te poder ser útil e procuro ajudar-te com os meus conselhos, como me preocupo com a tua saúde.
Será isto o amor? Se calhar não é, se calhar nunca amei ninguém.
Lembro-me da minha mãe, depois de terem morrido os meus outros dois irmãos, se ter tornado extremamente possessiva, agarrando-se a mim aos beijos e de eu a afastar.
- "Não tens coração. No seu lugar tens uma pedra", dizia-me ela. Talvez fosse isso que me marcou para sempre ...

"Somos felizes acha a minha mãe. Será ideia minha ou a felicidade é uma maçada?
(...)
Quando a minha mãe acha que somos felizes o meu pai olha para mim de banda, calado" (1)

Se calhar é mesmo uma "maçada".
Os telemóveis servem para comunicar, embora sejam utilizados principalmente para conversar, ou namorar. O pior é a conta das chamadas ...
Mas essa obsessão quase doentia de estar sempre em contacto, não será uma manifestação de insegurança de um e controlo que o outro sente pesar sobre si e que por isso acha que lhe corta a liberdade?
Os homens querem-se livres como os pássaros, como dizia o professor Leal, no livro de Isabel Allende, "De amor e de sombra":
- "se a liberdade é o primeiro direito do homem, com maior razão devia sê-lo para as criaturas com asas nas costas"
Por isso gosto de os ver voar livremente e como gostaria de me poder juntar a eles ...
"Voo" junto ao mar, rasando as ondas, nas quais mergulho.
-----------
(1) - Citações de António Lobo Antunes, in "Crónica do domingo de manhã", revista VISÃO nº 696 de 6 a 12 de Julho de 2006.

quinta-feira, julho 16

Conquista da Lua

Site recria Apollo 11 em tempo real

A partir de hoje e nos próximos quatro dias, a Biblioteca Museu John F. Kennedy disponibiliza um site da Internet onde os visitantes poderão acompanhar, ao pormenor, as etapas mais importantes da missão Apollo 11, concluída com sucesso há 40anos pelos astronautas Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins.

Desde animações dos principais momentos da missão lunar, clips de vídeo, áudios das conversas entre os tripulantes da nave e os controladores de voo da NASA, tudo estará disponível em

http://www.wechoosethemoon.org/

Neste momento faltam cerca de 98h para que a Apollo 11 atinja o seu objectivo. Como Armstrong pisou o solo lunar às 03.56 (hora portuguesa) do dia 21JUL69, o que, dada a diferença de horário relativamente aos EUA, situa o acontecimento no dia anterior, contamos publicar um post “O primeiro homem na Lua”, no próximo dia 20.

terça-feira, julho 14

O homem de vermelho


Estava encostado á parede e deveria ter cerca de 30 anos, um pouco menos, um pouco mais. Com uma Tshirt, vestia um anorak claro/sujo por cima, umas calças de ganga em mau estado e um gorro vermelho. Louro, cabelo curto, pareceu-me inglês. Aos pés uma mochila sebenta e ao seu lado um pequeno recipiente de plástico com água e um papel, serviam de mesa a um cão que dormitava indiferente a tudo e todos.
O homem fumava um cigarro com filtro e estendia a mão, onde jaziam algumas moedas de cêntimos.
Dantes eu diria que "titilintavam", agora nem isso fazem.

Entre nós, a rua por onde desfilavam mulheres jovens, cada vez mais bonitas, com decotes generosos e seios espantosos. A minha companhia disse-me que as mulheres andavam em feroz competição. Os homens escasseiam e elas têm que enfrentar uma concorrência cada vez maior. Enquanto trocávamos impressões, dois jovens nitidamente "gays" sentavam-se numa mesa ao lado.
-"Vês o que te disse? Olha o rapaz de azul, um autêntico desperdício."
Tive de concordar.
"Por isso, elas têm de exibir os seus dotes. É a concorrência, uma concorrência feroz.", continuava ela.
"Bem, é assunto que não me preocupa, não me afecta", respondi afagando-lhe o braço.
"Também não é preciso estares a olhar."
"Não posso estar aqui de olhos fechados, como te poderia ver?"
"Desculpas, já te conheço."

Ao nosso lado, três francesas de exportação, daquelas para quem não valia sequer a pena olhar. Às tantas, uma delas, já "entradota", levantou-se e foi dar umas moedas e um bolo ao "homem de vermelho". Este mirou as moedas com ar de desprezo, meteu-as no bolso do colete e deitou o bolo para o papel que servia de prato ao cão, o qual continuou a dormir, ou a fingir que o fazia.
Tirou do mesmo bolso uma lata de cerveja, de que beberricou um pouco, enquanto passava um negro a quem julgo que pediu um cigarro, mas este nem se dignou olhar para ele.

As miúdas continuavam a passar…

O homem resolveu comer metade do bolo do cão, que não protestou, preferiu continuar a dormitar. Depois comeu a outra metade, apanhou o recipiente de plástico, despejou a água, parte para cima do cão, pegou na mochila e foi-se embora.
Já quase ao virar da esquina o cão resolveu levantar-se e com o rabo entre as pernas seguiu o rasto do homem.
Deve ter pensado, se por acaso os cães pensam: "mais vale este que nenhum".

(o texto é meu, mas é uma reedição, afinal estou em férias…)

sábado, julho 11

VOU DE FÉRIAS!


(Foto Peter)

Mas o blogue continua. Ainda por cá ficam a “bluegift”, o “ANT” e o “vbm”.


BOAS FÉRIAS PARA TODOS!

sexta-feira, julho 10

Golden shares

Os defensores das “golden shares” (‘parcelas douradas’) defendem que estas protegem o interesse nacional, evitando que os centros de decisão das grandes empresas se deslocam para fora de Portugal.
“C’est pour épater le bourgeois”, elas servem é os interesses partidários e “estão-se nas tintas” para o interesse nacional.

Para nós tanto faz que elas sejam dirigidas por portugueses, ou estrangeiros, o que interessa é que elas se desenvolvam e criem postos de trabalho, só assim o país será beneficiado. As “golden shares” servem os interesses partidários, só protegem “a clique que orbita em redor do arco da governação”. Se elas protegessem o interesse nacional, então “por que razão divergimos há 10 anos da média de crescimento europeia?”, pergunta Henrique Raposo no seu artigo “Golden share: o cabaré do regime” (“Expresso”, 04 JUL 09).



«Cada porção da matéria pode ser concebida
como um jardim pleno de plantas e como um lago pleno de peixes.

Mas cada ramo da planta, cada membro do animal,
cada gota de seus humores é ainda um tal jardim ou um tal lago.


E embora a terra e o ar interpostos entre as plantas do jardim
ou a água entreposta entre os peixes do lago,

não sejam nem plantas nem peixes,

eles os contêm ainda,
as mais das vezes de uma subtilidade
imperceptível para nós.

Assim,
não há nada de inculto, de estéril, de morto no universo,
não há caos nem confusão senão na aparência,

mais ou menos como num lago à distância
no qual se veria um movimento confuso e buliçoso, por assim dizer,
de peixes no lago sem discernir os próprios peixes.

Por isso se vê que cada corpo tem uma enteléquia dominante,
que é a alma no animal;

mas os membros deste corpo vivo
são plenos de outros corpos vivos,

plantas, animais,

dos quais cada um tem ainda
a sua enteléquia ou a sua alma dominante.»


(Leibniz, Monadologia, §§ 67-70)

Etiquetas: ,


(P. Charteres de Azevedo)


Aquela

Minha amada é de carne, de pele e pêlo.
Ora é negra, ora é loura, ora é vermelha.
Minha amada é três. É trinta e três.
Minha amada é lisa, é crespa, é salgada, é doce.

Ela é flor, é fruto, é folha, é tronco.
Também é pão, é sal e manga-rosa.
Minha amada é cidade de ruas e pontes.
É jardim de arrancar flores pelo talo.

Ela é boazuda e é bela como uma fera.
Minha amada é lúbrica, é casta, é catinguenta.
Minha amada tem bocas e bocas de sorver,
de sugar, de espremer, de comer.

Minha amada é funda, latifúndia.
Minha amada é ela, aquela que não vem.
Ainda não veio, nunca veio, ainda não.
Mas virá, ora se virá. A diaba me virá.

Darcy Ribeiro

Etiquetas: ,

quinta-feira, julho 9

Kafka em Portugal

“No passado dia 29 de Junho, o ex-financeiro de Wall Street, Bernard Madoff, foi condenado a uma pena de 150 anos de prisão pelos vários crimes de burla bancária que cometeu, num valor total de c. 65 biliões de dólares. As fraudes de Madoff repousavam numa complexa e dissimulada engrenagem financeira que a crise mundial veio pôr a descoberto, levando à sua prisão, a 11 de Dezembro de 2008. Quer isto dizer que um dos maiores crimes de colarinho branco das últimas décadas na alta finança mundial foi detectado, investigado, julgado e sentenciado em apenas seis meses e meio (!), fazendo jus ao velho dito anglo-saxónico de que só uma justiça rápida faz verdadeira justiça (“swift justice or no justice”).
A celeridade do caso Madoff contrasta vivamente com o panorama da justiça portuguesa. Não sendo advogado, jurista ou magistrado, só posso abordar o tema como cidadão comum – embora, como cidadão comum, não devesse ter que falar dele. Num mundo ideal, a justiça deveria ser uma área da actividade do Estado arredada das manchetes sensacionalistas dos jornais, das trocas de acusações dos políticos e do diz-que-disse da “voz populi”. O que se tem visto nos últimos meses ou anos, contudo – do “apito dourado” à ”operação furacão”, da Casa Pia ao Freeport, do BPN ao BPP, do “caso Esmeralda” ao pequeno Martim – deve deixar-nos a todos preocupados e deveria merecer a mais séria das atenções de todos os agentes envolvidos na justiça.
Quem tem o azar de necessitar dela ou de lhe cair nas malhas deve sentir-se como Joseph K., o pobre personagem do escritor checo Franz Kafka, que, sem saber como, desde quando, porquê, por quem ou até quando, vê a sua pacata existência tumultuada num processo labiríntico que o acaba, literalmente, por aniquilar.
Muita coisa está errada nos tribunais e no processo judicial português, e não necessariamente por causa dos funcionários que neles trabalham.

As instalações são péssimas, os processos são volumosos e infindáveis, a informatização e outros meios periciais são antiquados e rudimentares e as leis, na sua maior parte e nem sei bem se intencionalmente, são complicadíssimas, tão cheias de garantias para o pecador quanto desprovidas delas para o inocente. É por isso que este desespera, e aquele esfrega as mãos, sobretudo se o primeiro for pobre e precisar de uma sentença rápida, e o segundo for rico e lhe convier obstruir o sistema, mediante uma meia-dúzia de incidentes processuais e recursos. Portugal é um país com uma sociedade civil demasiado pequena e com um Estado demasiado omnipresente para que se justifique a justiça que tem para oferecer – burocrática no mar de papelada em que (ainda) repousa, hermética no seu funcionamento, cara, e por isso socialmente discriminatória para muitos, com agentes que falam quando não devem, mas que, pelo corporativismo do sistema, nunca são responsabilizáveis no exercício das suas funções e, no fim disto tudo, lenta, exasperantemente lenta. É por tudo isto que no recente inquérito da SEDES a justiça foi considerada o sector público português que mais directamente envenena a saúde da nossa democracia.

De facto, o azar de Madoff foi não ser português. A ele, ter-lhe-ia dado jeito o labiríntico processo de Kafka: ao cabo de uns aninhos, com fugas de informação, provas baralhadas e investigação contaminada pela política, lá viria a proverbial prescrição para o salvar.”

(José Miguel Sardica, Prof Univ Cat Port, in “Página 1” de 08 Julho 2009)

Desculpe Professor a minha ousadia em transcrever o seu artigo, mas ele corresponde também ao que eu penso como cidadão comum e me preocupa, como deve preocupar os nossos concidadãos, por isso o divulgei. Aliás, o Procurador Geral ainda ontem disse na TV que "a justiça tem de ser completamente independente da política". Portanto e como salienta acima, ela deve executar o seu serviço como "uma área da actividade do Estado arredada das manchetes sensacionalistas dos jornais, das trocas de acusações dos políticos e do diz-que-disse da “voz populi”.

terça-feira, julho 7

R.I.P.


Sem dúvida que Michael Jackson foi um artista sem igual, e que influenciou várias gerações de músicos e artistas em todo o mundo, sendo assim, o “conversas” envia as sinceras condolências a toda a família Jackson bem como aos fãs do artista.

Que fazer?

Perante tantos acontecimentos importantes que fazem as delícias dos “media”:

- As eleições no Benfica, onde o candidato perdedor, com apenas pouco mais de 2% de votos, nos esteva a “seringar” durante imenso tempo, à hora de almoço, nas 4 estações de TV. Quando acabei de comer ainda o homem estava a falar.
- A apresentação do futebolista Cristiano Ronaldo no Estádio do Real Madrid. Já o estou vendo a ser condecorado no próximo 10 de Junho, embora eu gostasse mais que ele metesse uns golitos, quando joga pela Selecção Nacional.
- A morte de Michael Jackson que vai chamar milhares de pessoas a Los Angeles, com ou sem bilhete, para entrar no Staples Center, onde decorrerá o memorial.

Que fazer?

- Ouvir a MFLeite? Que tem ela para me dar? Ainda não ouvi nada de concreto e não a posso esquecer quando foi Ministra da Economia e depois da Educação, ou vice-versa.
- Ouvir o Sócrates a prometer mundos e fundos para nos tirar do buraco onde nos enfiou? Há sempre uma esperança. Talvez se ele tirasse alguns ministros que por lá andam, não sei a fazer o quê?
- Ouvir o Jerónimo de Sousa? O homem ainda está no sec XIX e agora, ainda por cima, anda preocupadíssimo, não vá a Gripe A estragar-lhe a Festa do Avante.
- Ouvir o Louçã? Ontem ainda ouvi um bocado. Ele até pode aumentar as pensões para o dobro. Nunca será 1º ministro, então pode prometer, prometer, prometer… Mas sempre o vou ouvindo religiosamente, pois a sua voz tem qualquer coisa de missionário e, além do mais, confere-me um certo ar de intelectual.

Que fazer então?

Esquecer os “media”, levar 2 ou 3 livros e ir de férias para a terrinha. Sempre há por lá algum parente onde podemos asilar.

segunda-feira, julho 6

A mais honesta ficha de emprego

Esta ficha de emprego foi preenchida por um jovem para o McDonalds no Rio de Janeiro. A empresa contratou-o por ter considerado a ficha honesta e engraçada. Serve também para se observar a quantidade de perguntas estúpidas que são feitas ao candidato.

Ficha de Emprego

NOME: Júlio da Silva Moura
SEXO: Duas vezes por semana.
CARGO DESEJADO: Presidente ou vice-presidente da empresa.
Falando sério,qualquer um que esteja disponível.
Se eu estivesse em posição de escolher, eu não estaria me inscrevendo aqui.
SALÁRIO DESEJADO: R$ 15.000,00 por mês e todos os privilégios existentes.
Se não for possível, façam uma oferta e poderemos chegar a um acordo.
EDUCAÇÃO: Tenho.
ÚLTIMO CARGO OCUPADO: Alvo de hostilidade da gerência.
ÚLTIMO SALÁRIO: Menos do que mereço.
MAIS IMPORTANTE META ALCANÇADA NO ÚLTIMO EMPREGO: Uma incrível colecção de canetas roubadas e de mensagens post-it.
RAZÃO DA SAÍDA DO ÚLTIMO EMPREGO: Era um lixo.
HORÁRIO DISPONÍVEL PARA O TRABALHO: Qualquer um.
HORÁRIO PREFERIDO: Das 13:30h às 15:30h, segundas, terças e quintas.
VC TEM ALGUMA QUALIDADE ESPECIAL? Sim, mas é melhor se ela for colocada em prática em ambientes mais íntimos.
PODEMOS ENTRAR EM CONTACTO COM SEU ACTUAL EMPREGADOR? Se eu tivesse algum, eu estaria aqui ?
VC TEM ALGUMA CONDIÇÃO FÍSICA QUE O PROÍBA DE LEVANTAR PESOS DE ATÉ 25kg? 25 kg de quê?
VC POSSUI CARRO? Eu acho que a pergunta mais apropriada seria: Você tem um carro que funciona?
VC JÁ RECEBEU ALGUM PRÉMIO OU MEDALHA DE RECONHECIMENTO? Talvez. Eu já ganhei a Porta da Esperança.
VC FUMA ? No trabalho não, nos intervalos sim.
O QUE VC GOSTARIA DE ESTAR FAZENDO DAQUI A CINCO ANOS? Vivendo nas Bahamas, com uma super modelo loura, incrivelmente rica, burra, sexy e que pensa que eu sou a melhor coisa que surgiu desde a invenção do pão de forma. Na verdade, eu gostaria de estar fazendo isso agora.

(recebido por e-mail)

domingo, julho 5


s o que me fascina nas ciências?
É o facto de aí encontrar a poesia suprema:
com a matemática, a embriagante vertigem dos números;
com a astronomia, o enigmático murmúrio do Universo.
Mas, por favor, não me venham falar de verdade!


Omar Khayyam, Rubaiyat

Etiquetas: ,

sábado, julho 4

Ganância

Desde Setembro/Outubro do ano passado que os “lorpas” caíram noutro esquema tipo D.Branca.
Faziam depósitos entre 500 e 200 mil € em contas bancárias que lhe eram indicadas por telefone, ou e-mail e estima-se que mais de 200 portugueses teriam investido na negociata mais de um milhão de euros. Uma empresa com morada fictícia na Suíça, em Genebra, a “Forex LLC” e tendo uma central de suporte para Portugal, prometia juros de 36% e comissões por cada investidor angariado. Assim, 10.000€ poderiam facilmente converter-se em 640.000€ no espaço de um ano.
Era o “milagre da multiplicação dos pães”. E as pessoas acreditavam. Se calhar até são as mesmas que respondiam às “cartas da Nigéria”, que felizmente nos largaram. Os pormenores iam passando de amigo para amigo, em grande confidencialidade, tomavam conhecimento através de mensagens espalhadas por fóruns de investimento, ou eram convidados a participar em sessões de esclarecimento online. Faziam depois os seus depósitos e poucas perguntas sobre a actividade da empresa. As sessões de esclarecimento eram feitas online e um dos alegados responsáveis pelas transacções, Júlio César da Silva, não terá sido visto por ninguém pois falavam apenas através do Messenger.

Ignora-se o número de lesados, pois muitos não apresentaram queixa às autoridades para não passarem por “lorpas”, que foram.
Empresa, moradas, telefones, representantes em Portugal e dinheiro dos clientes, “tudo o vento levou”. É o “chicoespertismo” nacional, querer ganhar muito em pouco tempo e sem trabalhar…

sexta-feira, julho 3

LRO's First Moon Images


1994 Clementine image of the moon with Mare Nubium labeled. LRO's first lunar images show an area near this region.
Credit: NASA NASA's Lunar Reconnaissance Orbiter has transmitted its first images since reaching the moon on June 23.
The spacecraft's two cameras, collectively known as the Lunar Reconnaissance Orbiter Camera, or LROC, were activated June 30.
The cameras are working well and have returned images of a region in the lunar highlands south of Mare Nubium (Sea of Clouds). As the moon rotates beneath LRO, LROC gradually will build up photographic maps of the lunar surface."Our first images were taken along the moon's terminator -- the dividing line between day and night -- making us initially unsure of how they would turn out," said LROC Principal Investigator Mark Robinson of Arizona State University in Tempe.
"Because of the deep shadowing, subtle topography is exaggerated, suggesting a craggy and inhospitable surface. In reality, the area is similar to the region where the Apollo 16 astronauts safely explored in 1972. While these are magnificent in their own right, the main message is that LROC is nearly ready to begin its mission."
(Recebido da NASA em 07.02.09)

quinta-feira, julho 2



Do blog experimental chegou a este blog conversas de xaxa
o prémio LEMNISCATA que nos honra numa distinção
que queremos partilhada com todos
os que nos visitam e lêem.

Eis o texto oficial relativo ao prémio:
O blog experimental
atribuiu o prémio
Lemniscata
ao conversas de xaxa

“O selo deste prémio foi criado a pensar nos blogs
que demonstram talento, seja nas artes, nas letras,
nas ciências, na poesia ou em qualquer outra área
e que, com isso, enriquecem a blogosfera
e a vida dos seus leitores."
Sobre o significado de LEMNISCATA: “curva geométrica com
forma semelhante à de um 8; lugar geométrico dos pontos
tais que o produto das distâncias a dois pontos fixos
é constante.”
Lemniscato: ornado de fitas; Do grego Lemniskos,
do latim, Lemniscu: fita que pendia das coroas
de louro destinadas aos vencedores
(In Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora).
Acrescento que o símbolo do infinito é um 8 deitado,
em tudo semelhante a esta fita, que não tem interior
nem exterior, tal como no anel de Möbius,
que se percorre infinitamente.
(Texto da editora de “Pérola da cultura”.)

Do blog da Sol, recolho a menção
de várias curvas resultantes
de várias equações :):

> a Lemniscata de Bernoulli - (x^2 + y^2)^2 = 2a^2 (x^2 - y^2)


> a Lemniscata de Booth - (x^2 + y^2)^2 +4y^2 =4c(x^2 - y^2)


> a Lemniscata de Gerono – x^4 - x^2 + y^2 = 0


De acordo com as regras, este prémio
é para ser atribuído a 7 blogues,
os quais nomeio a seguir:

abluente
Em Livro
Blondwithaphd
Relógio de Pêndulo
A Papoila
Minha Página
O Silêncio Culpado

ass.) Peter

Etiquetas: ,

D.Afonso Henriques

“Comemoram-se actualmente os 900 anos do nascimento de D. Afonso Henriques. O mesmo é dizer que não tardará muito que comemoremos os novecentos anos do nascimento do Estado português.
Estas comemorações assumem hoje, em que a crise de identidade portuguesa e o processo de integração europeia vão criando uma certa desorientação no nosso viver comunitário, uma importância excepcional.
O país não nasceu ontem. Resultou do esforço de Afonso Henriques e dos seus barões mas é principalmente o resultado da vida e morte de muitas gerações ao longo de nove séculos.
Ganhámos com o nosso próprio esforço um lugar na comunidade internacional e ganhámos também o direito à soberania, ou seja ao governo de nós próprios.
Por isso é uma verdadeira aberração a forma como o processo de integração europeia, principalmente a partir do Tratado de Maastricht tem levado o nosso país (e não só o nosso país, naturalmente) a reduzir aflitivamente a sua margem de auto-governo.
Como é evidente a interdependência entre as nações, que é uma característica do mundo actual, leva à necessidade de uma muito maior cooperação entre os estados e à regulação supranacional de alguns domínios (o ambiente, a segurança internacional o comércio mundial são alguns exemplos).
Mas o processo de integração europeia tem ido muito mais além do que seria necessário no caminho da redução do auto-governo dos estados, em particular dos de pequena ou média dimensão.
É um erro pensar que o nosso país se pode desenvolver sem autonomia política dentro duns utópicos Estados Unidos da Europa, cujo caminho é, aliás, aberto pelo Tratado de Lisboa.
A autonomia política é uma capacidade que as regiões periféricas devem preservar a todo o custo para poderem prosperar. E basta recordar o que foi o desastre da dominação filipina ou o da dominação da Irlanda pelos Ingleses, para verificarmos que assim é.
Talvez que, na confusa percepção de um guerreiro da Idade Média, Afonso Henriques tenha compreendido isto. Fê-lo certamente melhor que muitos dos políticos portugueses actuais.”


(João Ferreira do Amaral – Economista – “Página 1” – 26/06/2009)

quarta-feira, julho 1

A menina saiu de casa

Nunca pensei chegar a esta idade e vir a ter quaisquer preconceitos raciais.
Aliás, sempre me achei um defensor acérrimo das igualdades, sejam elas raciais, sociais, académicas, sexuais e outras.

Pensava eu que estava livre de algum dia vir a ter um olhar de reprovação face às opções de vida fosse de quem fosse.

Pois é. Fui apanhado na curva do meu pseudo liberalismo, da minha pseudo defesa das diferenças.
Tudo isto – e mais alguma coisa –, caiu por terra quando a minha filha me apresentou o seu namorado.

O rapaz, um preto (assim mesmo, porque não me apetece estar com polimentos idiotas), de um metro e 90, surge-me em casa para o jantar de apresentação. Não que alguma vez eu tivesse pensado num jantar de apresentação, mas ela insistiu – aparentemente a malta agora gosta dessas etiquetas – e eu deixei andar. Afinal é a minha menina e um namorado é um namorado. Sabe-se lá se virá a ser meu genro, não é?

Ao ver aquela coisa enorme à minha frente fiquei quase sem acção, estupefacto.
Na verdade, se a ideia de ser apresentado, assim, a um namorado, era algo de estranho, fiquei elucidado quanto aos motivos do evento.
Espertalhona…

É claro que culpei imediatamente a Benetton e os seus anúncios multicolores. Culpei o Governo, a globalização, o Obama e um sem número de gente.
E a mim.

Ainda se fosse ao contrário...

O rapaz, simpático, tratou de se pôr a jeito da inquisição própria do Torquemada.
Logo que pude, tentei saber a posição da minha mulher. É claro que ficou desolada com a minha consternação. Afinal de contas tínhamos educado a miúda para fazer as suas opções. Qual era a dúvida agora?

Ainda por cima o Mário, assim se chama a criatura, é enfermeiro e possui uma vida independente. Aliás, com os pais em Angola, não poderia ser de outro modo.
Nem sei se isso não é mais assustador.
Conheceram-se no estágio da Inês no IPO. Ela está a terminar o seu próprio curso de enfermagem e aparentemente encontraram muitas coisas em comum para além da opção profissional.
O Mário está a meio do curso de Psicologia clínica e com uma notas de assustar qualquer pai que queira encontrar um qualquer defeito que sirva para objectar uma relação.

O jantar decorreu agradável. Fosse ele um amigo do meu filho mais velho e tudo estaria bem.
Assim, a minha imaginação saltava de Angola para o apartamento em Telheiras, onde a Inês irá viver quando estiver colocada. Ou antes… Os fins-de-semana fora parecem-me, agora, permissividades que deveria ter evitado.

Agora já nos diz que vai ficar com o Mário, ou que vai passar o fim-de-semana com o Mário ao Algarve ou a Madrid.

Já estivermos juntos noutras ocasiões.
O Mário conhece uns tipos que lhe oferecem bilhetes para concertos na Gulbenkian ou em festivais.
Gosta de jazz, não fosse ele africano.
Descobri que temos visões comuns sobre o mundo.
Pratica Yoga e até tem um curso de Reiki.
Somos de clubes diferentes mas isso até tem piada.

Sobretudo o Mário é meigo, muito meigo. Genuinamente.
E a Inês, na sua calma natural, ama-o.
No final é isso que importa, digo eu para mim todos os dias.

Secretamente espero poder um dia destes ir até Angola conhecer os pais do rapaz. Parece que vivem numa aldeia a vida decorre sem grandes sobressaltos.


(Foto: Google)