quarta-feira, abril 30

Metáforas

Li os “Capitães da Areia” há muitos anos, tinha 13 de idade.
Por um motivo qualquer, de vez em quando dou uma passagem pelos livros que já li. Há uma meia dúzia onde ainda vou retirando coisas. Este é um deles.
Curiosamente, e aparentemente, os miúdos ladrões cresceram e propagaram-se pelo mundo. São eles que tomaram conta dos desígnios da humanidade e esqueceram-se de que viveram num “trapiche” abandonado, junto ao mar. Esqueceram-se que os tambores soavam como clarins de revolta.

De repente, começam a soar gritos, sim, mas de aflição. Dando sequência aos livros de ficção científica, surgem ameaças reais de revolta contra os preços dos bens essenciais. Um pouco por todo o mundo tem-se a consciência de que os recursos não são inesgotáveis e que, afinal, há que repensar na qualidade de vida das pessoas. Todas as pessoas.

É claro que ninguém vai pensar em coisa alguma.
O mundo gira em torno dos pequenos mundos de pessoas cujo cérebro se confunde com o umbigo.
Gira em torno de pessoas que ganham dinheiro e poder de toda e qualquer maneira, sobretudo com a solidariedade, hoje um negócio muito rentável.

Os Capitães da Areia eram miúdos – que digo eu? São! –, que não tinham, têm, muitas alternativas.
E nós, que nos tornamos cada vez mais dependentes de uma vida de que desconhecemos os contornos, acabamos também por não as ter.
De repente aquele livro é uma grande metáfora sobre o mundo actual.

E nós apenas observadores, incapazes de fugir às doenças, à violência, ao desejo de ter o que não podemos mas a que sentimos ter direito.
Presos a idealizações, a desejos que observamos por detrás da janela do nosso olhar interior.

Bem sei que não estou a dizer nada de novo. Só que desta vez não me apetece escrever sobre amor e desamor.
Aliás não me apetece escrever, de todo. Por isso não escrevo.




(Foto: Ant)

domingo, abril 27

A Justiça dos ricos

Há 7 anos que um grupo de compradores de apartamentos individuais, T1 e T2, anda em litígio com um poderoso Grupo económico. O processo arrasta-se e os julgamentos vão sendo sucessivamente adiados.
Tentou-se, por várias vezes, chegar a um mútuo consenso, mas tal não foi possível dada a irredutibilidade do opositor.
Assentou-se então numa reunião entre as partes em litígio, a qual não chegou a durar 10 minutos, pois foi-nos dito despudoradamente:

- "Nós temos todo o tempo, dinheiro e advogados à nossa disposição. Movam um processo contra nós e iremos apelando sucessivamente até às Instâncias Superiores".

Não é só cá no nosso país. Há casos bem conhecidos internacionalmente ocorridos nos EUA.

Por cá, os casos são do conhecimento de todos, por isso não vale a pena falar neles, apenas para lamentar o dinheiro gasto com os mesmos e o despudor, o descaramento extremo e a arrogância de certos personagens, perante o nosso encolher de ombros e a passividade geral.

Lamentável!

sábado, abril 26

Luanda e Lisboa

Gosto de Luanda e gosto de viver em Lisboa.
São as duas cidades onde passei mais tempo da minha vida.
Na primeira nasceram os meus dois filhos gémeos, por isso será sempre para mim uma cidade inesquecível. Sempre gostei dos seus habitantes, que considero meus irmãos.
Lisboa é a cidade dos namorados. É linda e solarenga quando se espreguiça pelas suas sete colinas.
"Enamoramento" e "amor", a melhor coisa que pode acontecer a um ser humano é apaixonar-se. Nem todos gozam essa felicidade e entram directamente no sexo.

E isto vem a propósito do quê?

De vos contar um caso, ou anedota, que me enviaram por e-mail. Penso que será para rir, mas é a cultura angolana, o seu modo de ser, que temos de respeitar e que eu respeito.
Sou alentejano e tenho orgulho nisso, no entanto adoro ouvir anedotas sobre os meus conterrâneos.
Vamos então à sua transcrição:

Anúncio em plena Av. Angola (Alto Maé)

“Medico tradicional que acaba de xegar de Nampula! Veio pra ajudar você: cura quase tudo!
1. Faz scapar condenção de juiz no tribunal;
2. Faz aquele que não da filho dar filho;
3. Faz devolver aquilo que roubaram ou fica maluco;
4. Tem remédio para homem que já dexou de ser homem levantar e ser homem outra vez;
5. Tem remédio de separar casal para ficar com mulher ou marido dele;
6. Tem remédio pra quando dormir com mulher ou marido de dono não ser descoberto;
7. Tem remédio para homem ficar muito tempo dentro da mulher;
8. Faz meninas parecerem bonitas e ser gostado por todos os homens;
9. Cura doenças venerea que se apanha quando faz asnera de adultos;
10.Ajuda mulheres pra os marido lhe dar muito dinhero;
11.Cura doença dos pulmõs;
12.Faz passar de classe estudantes que no estuda

Já esteve em muitos paises internacionales entre eles: Chimoio, gurue,niassa, tete, maxixe, zandamela, xocué e boane!

Recebe 50% no dia do tratamento os outros 50% recebe quando cliente ja estar bom;

Dr. Taibo Hamad Abdulah
Avenida de Angola perto do canhoero ver placa amarela!”

sexta-feira, abril 25

25 DE ABRIL DE 1974


Deixo aos eventuais visitantes deste espaço a tarefa de o comentarem.

Como não há censura prévia, podem fazê-lo da forma como entenderem, mesmo anonimamente.

Se se desinteressarem do evento em si, que gozem bem o feriado com um belo dia de praia, ou de neve, que ainda deve haver lá pela Estrela.

quarta-feira, abril 23

Reflexões avulsas

Define-se o que é pel' o que há. Mas, como qualificar o que há?
O que há, existe, isso o diferencia do que não há. Contudo,
confrontar o que há com o que não existe
é uma desmesura infinita.

Para qualificar o que há, para distinguir entre si o que existe,
e assim pluralizar as manifestações de ser, nenhuma relação
se deve estabelecer com o que não há. O que existe só pode
relacionar-se com o que há, de que aliás depende
por composição.

Como discernir então diferenças no que existe? Arbitrando qualidades,
estados, eventos, cuja presença ou ausência imponha semelhanças/
/dissemelhanças entre as manifestações do que há.

Tal operação implica a co-possibilidade do observador com a coisa observada
o qual arbitra as diferenças que entender operar nas coisas que observa.

Especificando cada característica, o observador estabelece a dicotomia
do mundo pela presença ou ausência da qualidade que monitoriza.
Progredindo na análise, na bifurcação geométrica não/sim, 0/1,
de cada critério, modela a inteira descrição do mundo.

Mas explica-o? Não.

Tudo o que há não se explica pelo que não há e não pode explicar-se
pelo que há, por óbvia circularidade do explicado na coisa a explicar!


No Teeteto, Sócrates conta que, em sonho, lhe teriam revelado,
que «os elementos primeiros, dos quais somos compostos,
nós e todas as coisas, não teriam explicação;
cada um deles só poderia ser nomeado,
mas não seria possível dizer nada
sobre eles!

— lembra a física quântica mais os seis sabores dos quarks! :).


Na verdade, se fosse possível designar um elemento
e ele ter uma explicação própria,

então ele teria de ser nomeado
independentemente de tudo o mais!

Ora, tal é impossível.

{Pode algo independer de tudo!?
Só de um mundo 'fora do mundo',
o que requereria um 'terceiro mundo'
que integraria o mundo e a sua causa
independente, que, ipso facto
deixaria de o ser.} :)


Sendo assim, os compostos que derivam dos elementos primeiros,
inexplicáveis, só nomeáveis, como tal incognoscíveis, mas
denotáveis, observáveis (no mínimo, com a qualidade
de se distinguirem entre si
,

— como os sabores dos quarks :) —,
já são passíveis de explicação pois que

«o entrelaçamento dos nomes (dos elementos)
é justamente aquilo que a explicação é»
!


Assim a ciência,
que explica o que há
por aquilo que ignora!

:)

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terça-feira, abril 22

Cordas de "quarks"

É um aditamente ao artigo anterior e está inserido nele como resposta a um comentário da "papoila", mas como muitos de nós (entre eles eu) não lêem os comentários e porque o artigo que ontem escrevi me levou tempo e trabalho, é essa a razão porque resolvi publicá-lo.


Stephen Hawking o primeiro cientista que ocupa a cadeira deixada vaga por Newton e que lhe foi oferecida por mérito próprio, refere-se à "Teoria das cordas" no seu último livro publicado em Portugal pela Gradiva em Julho de 2002, "O Universo numa casca de noz", nas págs 51-54, 56 e 140 (para quem quiser ler).



As partículas maiores, feitas de "quarks", seriam uma espécie de pequenos pedaços de "corda", estando um "quark" em cada ponta da mesma.
Por vezes as "cordas" são vistas apenas como simples comprimento; outras vezes as suas pontas estão juntas e formam uma pequena laçada ("loop").
De qualquer modo, os "quarks" são inseparáveis, pois constituem partes da "corda", ou laçadas de corda, que vibra de modo distinto, segundo a natureza dos 3 "quarks" ("top" e "bottom", "up" e "down", "strange" e "charm") e seriam eles que determinariam as características comportamentais da partícula criada pela sua combinação. Um é o "top", o outro o "bottom" e o 3º é variável.
Em vez de considerarem as partículas como pontos únicos, os físicos de partículas vêem-nas agora como "cordas", cujas vibrações contribuiriam para o aspecto das forças detectadas nos átomos.



A força da Ciência reside no facto de nada poder ser considerado verdadeiro sem confirmação experimental. Há muitas pessoas que se esquecem disso.



















Já agora, lembrem-se que hoje, 22 de Abril é o "Dia da Terra", este belo planeta azul onde habitamos. Pelo menos utilizemos os
"Eco-pontos".

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segunda-feira, abril 21

Mais seis dimensões no Universo

Físicos norte-americanos da Universidade de Wisconsin-Madison detectaram vestígios de seis dimensões adicionais do Unuverso ao analisarem a sua influência na energia cósmica libertada no Big Bang e captada por satélites como o WMAP da NASA e que terão ficado intactos durante 13.000 milhões de anos.
Utilizando geometrias matemáticas simples, Gary Shiu e Bret Underwood reconstruíram um mapa de energia alternativo dos primeiros momentos do Universo, uma espécie de eco do Big Bang, no qual detectaram indícios de diminutas formas geométricas (ver imagem) demasiado pequenas para serem medidas através dos actuais métodos de observação.

Uma ideia que pode ser um método viável para se testar a TEORIA DAS CORDAS, candidata à "teoria do tudo", que os físicos há muito procuram como forma de unificar as 4 forças fundamentais (força da gravidade, força nuclear forte, força nuclear fraca e força electromagnética), mas até agora não existia uma forma para a testar experimentalmente.
Em 1984, os físicos Michael Green, então no "Queen Mary College e John Schwarz, do "California Institue of Tecnnology, encontraram a primeira indicação convincente de que a "teoria de supercordas" ( ou simplesmente "teoria das cordas") poderia fornecer essa compreensão.

Vejamos pois um pouco do que nos diz essa teoria, para o que vou utilizar o livro de Brian Greene, "O Universo Elegante" (Gradiva, OUT 2000) que foi galardoado com o "Aventis Science Prize 2000" para o melhor livro de ciência de língua inglesa:

De acordo com essa teoria, os constituintes fundamentais do universo NÃO são partículas pontuais, embora por serem suficientemente pequenas ( cada uma é feita de um único e minúsculo “loop” de corda oscilante com o comprimento de cerca de 100 biliões de biliões) , qualquer coisa como 10^20 vezes mais pequeno do que um núcleo atómico se pareceriam mesmo assim com partículas pontuais e poderiam portanto, ser consistentes com os dados experimentais.
Digamos que teriam em média o já aqui falado “comprimento de Planck” e seriam os ingredientes ultramicroscópicos de que seriam formadas as partículas e os átomos que nos constituem. Assim, as propriedades de cada uma das partículas elementares, têm origem no modo de vibração da sua “Corda” interna.

Uma vez que a massa de uma partícula determina as suas propriedades gravitacionais, poderíamos concluir que existe uma relação directa entre o “padrão de vibração de uma corda” e a resposta de uma partícula à força da gravidade.

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domingo, abril 20



E está o Sol aqui, depois de uns dias
com o jardim obscurecido a beber sombra.

(fiama hasse pais brandão)

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sábado, abril 19

Existe uma oposição credível?

A democracia é uma palavra de "costas largas" e chamo-lhe "palavra", porque até regimes autoritários de esquerda, como foi o Stalinista-Leninista, com ela se pavoneavam.
Mas ocupemo-nos do que se passa na n/casa pois é isso que é do interesse de todos nós. É necessária uma oposição credível, capaz de disputar o poder ao PS e tal não existe, assim como é necessário aumentar o número de lugares no Parlamento, conquistados pelo voto e não na rua, a todos os partidos que verdadeiramente se assumam como tal e tenham essa possibilidade.
Só assim a Democracia funciona.

O partido socialista ganhou com maioria parlamentar as últimas eleições. Depois da saída para as funções que ocupa actualmente e que foi entendida como uma "distinção (?) para Portugal", assumiu as suas funções Pedro Santana Lopes; e o Povo, que somos todos nós, votou em conformidade, optando pelo PS.

Numa situação económica de crise mundial, ou, pelo menos, do mundo Ocidental, o Governo no Poder viu-se obrigado a proceder a reformas necessárias que há longos anos foram sendo sempre sucessivamente adiadas, pois caminhávamos a passos largos para o abismo. Faz-me lembrar a orquestra a tocar, enquanto o Titanic se afundava, pois continuo a não compreender como é que:
- em Fevereiro já não existiam lugares na TAP para passar a Páscoa no Brasil;
- Portugal é o país europeu que maior número de telemóveis possui por habitante;
- em Março, o número de automóveis vendidos em Portugal apenas foi superado pela Finlândia;
- os apartamentos de luxo em condomínios privados estão todos vendidos antes mesmo de serem construídos;
e o melhor é ficar por aqui.

Parece que 2009 será bem pior e que iremos sentir seriamente a recessão económica, a qual, só por um "milagre de Fátima" não nos iria atingir.
Veremos, mas devemos não assumir uma atitude pessimista e encarar com coragem, espírito de sacrifício e sobretudo com muita coragem, o que está para vir.
É certo que os e-mails que circulam entre nós, se verdadeiros, nos dão conhecimento de muitas situações revoltantes e injustas, para lhe não chamarmos publicamente outras coisas, o que não seria "muito saudável".

A demissão do presidente do PSD, a quem apenas dei por substituir (e, quanto a mim, mal) o tradicional símbolo do partido, foi o culminar da actuação de um político que não convenceu ninguém, que não conquistou nem o Partido, nem o povo e, muito menos o País. Um verdadeiro líder tem de ter carisma, tem de ter ideias e sabê-las expor de maneira convincente, não se mostrar apagado e triste, atitude que mais nos fez lembrar a n/actual situação, bem traduzida nos gastos no consumo que atingiu em Março uma diminuição alarmante.

Conseguirá o PSD ganhar as próximas eleições, ou pelo menos impedir que o PS volte a ter a maioria parlamentar?
Não o creio, até porque a percentagem de votantes flutuante, que é considerável e vota alternadamente PSD ou PS, não o faz por espírito de vingança, mas sim de acordo com as suas conveniências, e ela não irá certamente votar num Partido "em cacos" ...

quinta-feira, abril 17

FANTÁSTICO!

Desculpem lá! Mas eu gosto de futebol e sou sportinguista.
Impedido de o ver pessoalmente, assisti na TV àqueles 15/20 m fantásticos, em que o SCP muda um resultado desfavorável de 0-2 para 3-2, depois o SLB faz 3-3 e o SCP responde com 5-3.
Fabuloso, nunca tinha visto nada assim!
Estaremos no Jamor a disputar a Taça de Portugal com o FCP, a melhor equipa que temos e que, naturalmente irá ganhar, pois não tenho ilusões sobre as nossas possibilidades, mas a bola é redonda ...
Reconheço que o SLB, durante toda a 1ª parte foi a melhor equipa, que nos dominou completamente, mas na 2ª, logo de início as coisas começaram a pender para o lado do SCP.


Peço desculpa aos meus colegas de blog e a todos que não gostam de futebol, mas eu não podia deixar de assinalar aqui, no blog que criei, este facto que tanto prazer me deu.

Afinal, se não se podem divulgar publicamente os e-mails que continuamente recebemos sobre factos políticos e muito menos contar anedotas sobre estes, pois começamos a ter medo e já estão a levar blogs a tribunal, pedindo indemnizações milionárias, etc, vamos falar de quê?
Isso é o que "eles" querem, dirão os que me lêem e talvez tenham razão.

(Foto do jornal “O Sporting”)

quarta-feira, abril 16

Nesta onda de anedotas,
apetece-me contar uma,
antiga, mas receio
chocar...

Não levem a mal.
É só pra rir! :):

«Fizeram um inquérito à população portuguesa
sobre o que faziam após o coito! Então, obtiveram
as respostas agrupáveis em três categorias:

— 5% dos inquiridos disseram que não faziam nada;
— 10% disseram que iam à janela fumar um cigarro;
— 85% declararam que iam para casa!
»

RAG

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terça-feira, abril 15

Declaração de Casamento

Senhor engenheiro ministro das Finanças da 5ª Repartição, 4º bairro,
Chelas, Zona K,

Excelência
Zé Carlos & Soraia Vanessa vêm por este meio bufar junto de Vossa Excelência os gastos que fizeram anteontem, derivado ao matrimónio que contraíram, aqui ao lado, naquela igreja pré-fabricada que tem a cruz fluorescente em roxo, não sei se está a ver, é aquilo que parece a oficina do Chinas, mas em branco e sem pneus pendurados. Prontos.

Então é assim, tivemos que dar uma data de dinheiro ao senhor padre, mas ele não passou recibo, pelo que achamos que é de prendê-lo e mandar vir outro. Ao resisto com cervatória, o civil, sem ser pela igreja, esse também pagámos bué, mas esses Vossa Excelência já deve estar a mancar e sobre olho, derivado a serem da família, salvo seja, de Vossa Excelência.

Passamos então ao chamado vestido de noiva, o qual foi oferecido por uma senhora chamada Dona Clara que criou a minha esposa desde pequena,isto agora sou eu a escrever, o Zé Carlos, porque a Soraia foi à bica à Dona São, derivado a que a mãe dela teve de ir bulir para Barcelona e deve ter-se casado por lá, mas ninguém tem a certeza, derivado ao que não podemos, portanto, bufar junto de Vossa Excelência quanto é que custou o casório dela, se é que se casou mesmo, se não bufávamos e Vossa Excelência até era homem para nos fazer um desconto no IRS que eu sei que você era.

O dito vestido de noiva era da Zara e custou 19 euros, há quem ache caro à vista, mas até foi barato, a Dona Clara diz que estava em saldos e aproveitou. Como é de Verão, deve acrescentar-se ao preço do vestido uma embalagem de parasitamor, que foi para a carraspana, genéricos, adquiridos na Farmácia da Dra. Lena (ficou de venda suspensa, por isso não tenho aqui a factura nem o número de contribuinte da Dra. Lena, senão juro que lhe mandava, até porque essa senhora deve estar cheia à custa do dinheirão que leva em preservativos e outros géneros de primeira necessidade, mas prontos, Vossa Excelência, de gatunos deve saber tudo).

Eu levei um fato do Manecas, que é central do Picheleira e mais ou menos do meu tamanho (n/c 128 3...). Ele não me levou nada pelo fato, só tive que o mandar limpar na Tinturaria Tati, mas foi a minha esposa que o mandou e ela, como disse, foi à Dona São, por isso não tenho aqui a facturazinha, mas acho que é três euros, não sei é se é por peça ou todo.

Quanto ao copo de água, foi servido na já referida Dona São e pago pelo meu padrinho, o Toni (n/c 277 2...), que me disse que foi um bocado caro, mas não dizia quanto porque não se diz. Mas é perguntar lá que a Dona São faz-lhe a conta. Éramos cinco homens, à média de umas quatro bujecas cada um e seis senhoras, incluindo a minha, que beberam três um compal laite, uma uma mini e duas só quiseram água,que foi uma seca prós brindes, derivado a que não se fazem saúdes com água. E quatro sandes de fiambre, duas de torresmos e um bolicau prá Sandrinha que levou as alianças, as cujas eram e voltaram a ser hoje do meu pai e da minha mãe.

A noite de núpcias não teve gastos, já íamos aviados.

Espero que Vossa Excelência fique satisfeito e que não me venha cá com coimas, porque neste preciso momento a Soraia já chegou e tenho de parar de escrever. Vossa Excelência sabe como é a vida de casado, se é que tem mulher que lhe pegue e interesse nelas (isto é eu na reinação,não leve a mal).

Pede deferimento, Zé Carlos e Soraia.
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Diar Zé,trazeite-me your uaife to bufeite-me in person.
If i like, então i deferirei.

Ass. Zé Sócas

P.S. isto é inglês técnico.
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Estou farto de política, de misérias e de desgraças, por isso recebi e resolvi publicar este e-mail enviado por pessoa amiga. Pelo menos vamo-nos rindo.
O riso ainda não paga imposto, pois não?

segunda-feira, abril 14

É bem verdade , que o último a rir é quem ri melhor

Querido,

Estou a escrever esta carta para dizer que te vou deixar para sempre. Fui uma boa mulher para ti durante sete anos e não tenho nada a provar.
As duas semanas passadas foram um inferno, o teu chefe chamou-me para dizer que te tinhas demitido e isto foi a última gota.
Na semana passada, chegaste a casa e não notaste que eu tinha um novo penteado e tinha ido à manicura. Cozinhei a tua refeição preferida e até usei uma nova lingerie. Chegaste a casa, comeste em dois minutos e foste dormir depois de ver o jogo. Não me dizes que me amas, nunca mais fizemos sexo.
Ou me estás a enganar ou já não me amas mais, seja qual for o caso, vou-te deixar.

A tua Ex-mulher
P.S - Se me quiseres encontrar, desiste. O teu IRMÃO e eu vamos viajar para as Bahamas e casar!
______________________________________________________________

Querida ex-mulher.

Nada me fez mais feliz do que ler a tua carta. É verdade que estivemos casados durante sete anos, mas dizeres que foste uma boa mulher é exagerar. Vejo futebol para tentar não te ouvir a resmungar a toda a hora. Assim não valia a pena.
Realmente reparei que tinhas um novo penteado na semana passada, a primeira coisa que me veio à cabeça foi "Pareces um homem!". Mas a minha mãe sempre me disse para não dizer nada que não fosse bonito.
Quando cozinhaste a minha refeição preferida, deves ter confundido com a do MEU IRMÃO, porque deixei de comer porco há sete anos. Fui dormir porque reparei que a lingerie ainda tinha a etiqueta do preço. Rezei que fosse uma coincidência o meu irmão ter-me pedido emprestado 50,00 EUR e a lingerie ter custado 49,99 EUR.
Depois de tudo disto, eu ainda te amava e senti que podíamos resolver os nossos problemas. Assim quando descobri que eu tinha ganho o Euromilhões, deixei o meu emprego e comprei dois bilhetes de avião para a Jamaica. Mas quando cheguei a casa já tinhas ido. Tudo acontece por alguma razão. Espero que tenhas a vida que sempre sonhaste. O meu advogado disse-me que devido à carta que escreveste, não vais ter direito a nada. Portanto cuida-te.

Assinado:
Milionário e Solteiro

P.S. - Não sei se eu alguma vez te disse isto mas o Carlos, o meu irmão, nasceu Carla. Espero que isto não seja um problema.

(Enviado pela "bluegift". De vez em quando é bom rirmo-nos um pouco. Possivelmente já a conheciam, mas voltam a rir-se.)

sábado, abril 12

Descontos aos reformados

Em 1997 assisti na FCG a uma série de conferências, na qual foi oradora Viviane Forrester, romancista e ensaísta, crítica literária do "Le Monde" e autora de "L'Horreur Économique", publicado pela Fayard e que no ano anterior tinha tido grande sucesso em França. A autora aproveitou para lançar a sua obra, publicada pela Terramar. Trata-se de uma análise muito documentada, denunciando os discursos habituais, que mascaram os sinais de um mundo condenado a não ser mais do que económico, do qual - segundo nos vão avisando - NÓS SOMOS UM MERO DISPÊNDIO SUPÉRFLUO.
Parece que, 11 anos volvidos, esta doutrina fez escola.

A obsessão de equilibrar as contas públicas, desprovida de sensibilidade e bom senso, tudo justifica. Em 2007 aos aposentados da Administração Pública, com uma pensão média de 1.000€, foi-lhe descontado 1% sobre o subsídio de Natal e de férias com destino à ADSE, o que dá cerca de cerca de 7 milhões de Euros, que estão rendendo juros ao Estado.
O governo ainda não esclareceu se vai devolver o dinheiro cobrado indevidamente a cada contribuinte, cerca de 20€.
Também o Min Finanças, não adianta prazos para essa devolução, que será muito possivelmente quando a maior parte dos beneficiários já estiverem mortos (é a tese de Viviane Forrester) referindo apenas que está a analisar a situação. Entretanto, quanto mais tempo levar essa análise, mais juros o Governo embolsa.
O Min das Finanças, interrogado ontem por uma repórter da TV, limitou-se a dizer:- “Vai ser devolvido.”
Tendo a mesma perguntado se tivera havido erro na decisão de cobrar a referida taxa sobre 14 meses, enquanto aos cidadãos no activo essa cobrança só incide sobre 12 meses, a resposta foi a mesma:
- “Vai ser devolvido.”

Qual a lógica de não taxar pela mesma medida quem andou uma vida a trabalhar e quem está no activo, prejudicando os primeiros, os que mais recorrem à ADSE, é certo, mas os mais fragilizados economicamente, com a introdução das "taxas de moderação" e o preço dos medicamentos?
Porque não se avançou com a modalidade de criar embalagens individuais, ou pelo menos mais reduzidas?
Porque não convinha aos Laboratórios, não é?
Todos sabemos os milhões de contos de medicamentos não utilizados, que anualmente são entregues nas farmácias.

Porque não se cria um imposto de “salvação nacional”, uma percentagem sobre as reformas “escandalosas” que são do domínio público, pois circulam aí pela NET através de e-mails?

sexta-feira, abril 11



The Jazz Vippers, returning home,
after the Katrina hurricane,
at The New Orleans
Spotted Cat

:)

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quarta-feira, abril 9



«O que presta às acções humanas o sabor da justiça
é uma certa nobreza ou coragem ( )
em virtude da qual se despreza
ficar devendo o bem-estar da vida
à fraude ou ao desrespeito pelas promessas.»
(Thomas Hobbes)
.
A quota de responsabilidade dos cidadãos
perante a inoperância da polícia e da justiça,
pode talvez filiar-se naquela falta de coragem
e de nobreza de que fala Hobbes...
.
O regime de delacção e opressão do corporativismo,
travestiu-se na demagogia dos direitos dos trabalhadores,
e na demissão dos governantes em dirigirem a sociedade.

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domingo, abril 6

O novo Código de Processo Penal


Não, não sou juiz, nem advogado. Sou um cidadão (não sei se me intitule português, pois parece ser um termo antiquado, e deveria era intitular-me "cidadão do mundo"), pois bem, sou um cidadão português (assumo) que anda aterrorizado e revoltado.
Segundo o juiz Augusto Lourenço declarou na sua entrevista à revista VISÃO (27/Março):
- "é cada vez mais difícil julgar e condenar criminosos. A Justiça vive uma espécie de joguete de formalismos, em que a verdade material é, vezes sem conta, mandada para o caixote do lixo, prevalecendo a verdade formal."
Referindo-se concretamente ao "carjacking", admite que este crime por se enquadrar na definição de "roubo agravado", punível com pena de 3 a 15 anos de prisão, fica muitas vezes impune.
"Quando os suspeitos são detidos, nem sempre se faz o reconhecimento presencial com as testemunhas, pois as poucas existentes revelam em julgamento o seu receio de represálias. Este é um meio de prova importantíssimo, dado que, mesmo quando os criminosos confessam tudo à polícia, isso não vale de nada em tribunal."

No mesmo artigo, o advogado Francisco Garcia, cuja família foi vítima de "carjacking" às 23h30 de 18 Dezembro, não fica surpreendido com o crescimento deste crime, face à forma como as averiguações são realizadas:
"O que se faz hoje, fazia-se há 30 anos ... E como ninguém é identificado, reina a impunidade."
Os juízes têm de aplicar a Lei que não fizeram, por isso não lhe podemos assacar responsabilidades pelo facto de o novo Código de Processo Penal dificultar, como nenhum outro a nível europeu, a investigação e a produção de prova, nos casos de "carjacking". Talvez que o pacto de Justiça firmado entre o PSD e o PS, tenha culpas no cartório. Em tempos disseram para aí, que o novo Código era bom, é preciso apenas aguardar um tempo. Como não sou mau, espero que o citado crime não atinja entretanto os legisladores, nem as suas famílias.

O crime marca psicológica e profundamente vítima. Não é o prejuízo da perca do automóvel que está em causa, mas sim a experiência vivida que deixa a pessoa traumatizada, ao ponto de ter dificuldade em voltar a conduzir. Passámos a ter a sensação de não estarmos seguros em lado nenhum, nem mesmo à porta de casa.

Pois é, passei o tempo a falar do “carjacking”, mas há tantos casos que não compreendo:
- em Novembro, 3 indivíduos assaltaram uma moradia em Parada de Todeia, levando 200.000€ em jóias, um Porsche Carrera 4 e vandalizando as várias divisões da habitação.
Foi agora detido um deles, o qual agrediu e sequestrou, quando do assalto, o filho de 16 anos dos proprietários da moradia.
Presente ontem (5 Abril) ao juiz de instrução criminal, foi sujeito a uma branda medida de coacção (“peanuts”).

Às vezes penso (julgo ainda ter esse direito e poder expressá-lo publicamente) que tudo isto é para poupar dinheiro com a alimentação dos indiciados, não lhes aplicando a medida coerciva de “prisão preventiva”.

Será?

sexta-feira, abril 4

Ainda um pouco a propósito das pertinências da cultura australiana deparei-me hoje com esta reflexão cartesiana de Ernest Gellner no seu livro Razão e Cultura, ed. Teorema:

«As outras nações sustentam crenças extravagantes e rídiculas. Quem somos nós para pensarmos que estamos isentos de confiantes ilusões? O argumento da ilusão é formulado por Descartes, como aliás deve ser, em termos de culturas inteiras, e não de erro individual. O que é perturbador é, não o facto de eu ser capaz de errar, mas de as convicções partilhadas por toda uma sociedade, insertas no seu modo de vida e por ele sustentadas, serem profundamente erróneas. [ ] Assim sendo, como podemos nós confiar nas nossas pr´prias convicções colectivas fortes? [ ] Estaremos nós isentos de insensatez? E porque nos haveríamos de nos considerar isentos dessa falibilidade?»

Como antídoto céptico a esta verdade, que nos persuade «apenas pelo exemplo e pelo costume», a dúvida purifica a inteligência nunca nos permitindo «ser persuadidos por outra coisa que não a evidência da nossa razão.» Este o fundamento e a utilidade do diálogo e da negociação política entre os estados do vários povos.

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quinta-feira, abril 3

Pertinências...

Recebi por e-mail este alegado discurso do 1º Ministro da Austrália.
Não estou em condições de saber se é ou não, ou se é apenas a opinião, uma opinião qualquer de alguém que anda farto destas discussões sobre as multiculturalidades.

Como ando pouco dado à poesia por estes dias, aqui fica o sinal de que algo está a mudar e que a tolerência se está a esgotar, até porque, aparentemente, só tem funcionado num sentido...


Para reflectir.


Discurso do 1º Ministro Australiano à comunidade Muçulmana


Aos Muçulmanos que querem viver de acordo com a lei do Sharia Islâmico foi-lhes dito muito recentemente para deixarem a Austrália, no âmbito das medidas de segurança tomadas para continuar a fazer face aos eventuais ataques terroristas. Aparentemente, o Primeiro Ministro John Howard chocou alguns muçulmanos australianos declarando que apoiava agências-espiães encarregadas de supervisionar as mesquitas da nação. Citação: OS IMIGRANTES NÃO-AUSTRALIANOS, DEVEM ADAPTAR-SE. É pegar ou largar ! Estou cansado de saber que esta nação se inquieta ao ofendermos certos indivíduos ou a sua cultura. Desde os ataques terroristas em Bali, assistimos a uma subida de patriotismo na maioria do Australianos.A nossa cultura está desenvolvida desde há mais de dois séculos de lutas, de habilidade e de vitórias de milhões de homens e mulheres que procuraram a liberdade.A nossa língua oficial é o Inglês; não é o Espanhol, o Libanês, o Árabe, o Chinês, o Japonês, ou qualquer outra língua. Por conseguinte, se desejam fazer parte da nossa sociedade, aprendam a nossa língua!' A maior parte do Australianos crê em Deus. Não se trata de uma obrigação cristã, de influência da direita ou pressão política, mas é um facto, porque homens e mulheres fundaram esta nação sobre princípios cristãos, e isso é ensinado oficialmente. É perfeitamente adequado afixá-lo sobre os muros das nossas escolas. Se Deus vos ofende, sugiro-vos então que encarem outra parte do mundo como o vosso país de acolhimento, porque Deus faz parte da nossa cultura.Nós aceitaremos as vossas crenças sem fazer perguntas. Tudo o que vos pedimos é que aceitem as nossas e vivam em harmonia e em paz connosco. ESTE É O NOSSO PAÍS, A NOSSA TERRA, E O NOSSO ESTILO DE VIDA'. E oferecemos-vos a oportunidade de aproveitar tudo isto. Mas se vocês têm muitas razões de queixa, se estão fartos da nossa bandeira, do nosso compromisso, das nossas crenças cristãs, ou do nosso estilo de vida, incentivo-os fortemente a tirarem partido de uma outra grande liberdade australiana, : O DIREITO de PARTIR. Se não são felizes aqui, então PARTAM. Não vos forçamos a vir para aqui. Vocês pediram para vir para cá. Então, aceitem o país que vos aceitou.(Talvez se fizéssemos circular isto entre nós, entre todos os cidadãos do mundo, encontraríamos o meio de falar e espalhar as mesmas verdades. A comissão Bouchard-Taylor deveria inspirar-se nesta declaração antes de qualquer outra.)