quarta-feira, novembro 30

Além das palavras

O penetrar o denso nevoeiro que abafa a luz artificial da noite, numa vã tentativa de enganar a mente, irromper no cinza brilhante e desaparecer no seu interior, antevendo a possibilidade – remota – de te descortinar entre os espasmos difusos da negritude que se move traçando estranhos desenhos e desígnios, quase gnósticos, parece ser o objectivo deste mergulho no abismo de mim.

Saltar no vazio e sentir o êxtase de águas límpidas tocando ao de leve o corpo na sua queda e o desejar que no fim desse voo rasante interminável o encontro aconteça.

Pequenas partículas de água – gotas talvez – fizeram essa viagem sem regresso, acompanhando [me] durante todo o percurso rectilíneo até à confluência de todas as águas, agora fogo, evaporando no sentido inverso um denso fumo, fruto da fricção. Depois, a paz infinita do desaparecimento – ou do encontro cara-a-cara comigo mesmo? – na tranquilidade do paraíso prometido. (O suicídio como forma única de libertação, por não obedecer a desígnios superiores. A dignidade de escolher o momento, eis o que é de facto o deixar de respirar por opção)

A voz quase inaudível:

[Amo-te. Tenho medo. Tenho medo deste sentimento], ou [Agora vou para a aula], ao que te respondi que iria também, sabendo ambos que nem a distância física consegue separar duas almas que se entregaram.

O ouvir ainda os passos que se apressam pisando apenas o vácuo palmilhando distâncias, cumprindo amores, na invisibilidade do finito envolto em denso nevoeiro.

Água que mergulha em água, penetrando-se mutuamente no encontro pós-queda do abismo, misturando fluidos, libertando energia, saboreando o momento único da fusão.


Analiticamente.

Analogamente também elas libertam sinergias isótopas num aparente contraditório disfuncional.
[Como se a razão que nos quiseram impor seja capaz de se sobrepor aos afectos. Nego a razão]

A união pelo éter, pela limpidez de águas transparentes, marcada pela sobreposição de vozes calmas e intranquilas a um tempo, a desaparição nesse mesmo éter numerado que se liga e desliga como se fosse castigo, é recompensada com afectos que ultrapassam a compreensão.

[Do ontem sobram as palavras gravadas num espaço temporal que é sempre possível revistar nos momentos angustiantes da aparente desaparição. O desnudar-te é apenas consequência deste sentir que está além das palavras].

2ª opinião

Após uma discussão, o marido sai para o trabalho e grita à mulher:
-...E fica sabendo, nem na cama és boa!!!
Passado algum tempo, arrepende-se e liga para casa para pedir desculpa.
O telefone toca, toca...
- Porque demoraste tanto a atender?
- Eu? Estava na cama!
- Na cama?! A fazer o quê, a uma hora destas?!
- A ouvir uma segunda opinião

Cortina d'Ampezzo


Em Agosto. O que será agora ...

(Fotografado por Peter)

Gripe das aves



PORQUE usaram para estimativa do número de baixas (40 milhões) causadas por uma Pandemia a de 1918 que ocorreu sob os efeitos da 1ª Guerra Mundial com a população enfraquecida pela Fome e pela Tuberculose, sem Hospitais capazes, sem Medicamentos e com condições de Higiene que não eram minimamente comparáveis ás de hoje em dia, e não a de 1968 a ultima do século 20 que aconteceu em condições piores mas muito mais próximas ás de hoje em dia e na qual as baixas não ultrapassaram 2.5% (1 milhão) das da Pandemia de 1918?
Ou ainda a Pneumonia Atípica (SARS) em 2003 cujo Vírus o Coronavírus passou com facilidade de homem para homem e se espalhou rapidamente desde a China para os Estados Unidos, Canadá, França, Grã-Bretanha, Austrália etc. numa Pandemia que se estendeu por todos os Continentes em três meses e não causou mais de 774 baixas?

PORQUÊ, tendo aparecido o primeiro surto do famoso H5N1 em aves de Hong-Kong em 1997 só quando apareceram algumas aves contaminadas na Rússia neste Verão de 2005 (passados 8 anos) é que foi lançado o alarme de Pandemia? Será porque o vírus se aproximava da Europa onde há Dinheiro para medicamentos e na Ásia não havia?

PORQUÊ na semana seguinte ao anuncio de que o fabricante do famoso TAMIFLU tinha assinado acordos de sub licenças para produção nos Estados Unidos, apareceu um senhor a dizer que os Estados Unidos não estavam minimamente preparados para a Pandemia, e logo de seguida o senhor Bush anuncia uma verba monstruosa para se prepararem e comprarem TAMIFLU?

PORQUÊ praticamente só se fala no TAMIFLU e se ignoram os outros antivirais que existem?

PORQUÊ o fabricante do TAMIFLU só podia entregar as quantidades encomendadas em 2007 e depois do anúncio de que os Chineses já tinham descoberto um medicamento semelhante já podia entregar no primeiro trimestre de 2006?

PORQUÊ este vírus H5N1 é sempre nomeado como altamente perigoso para o homem se na Ásia desde 1997, no meio de uma população de 4 mil milhões de pessoas e mais de 120 mil milhões de aves domésticas que convivem intimamente e em condições sanitárias deploráveis, causou 60 baixas e outras doenças que causam números arrepiantes de baixas não são consideradas todos dias como altamente perigosas?

Por exemplo:

Causas de Mortes por Ano/Mundo
Sida 3 Milhões
Malária 1 Milhão (2000 crianças por dia)

Europa dos 15
Cancro 750.000
Doenças Coração 425.000
Diabetes 50.000
Acidentes Trânsito 45.000
Infecções 30.000
Gripe Comum (Portugal) 2000 a 3000

SERÁ que rendimentos de cerca de 1500 milhões de Euros até ao fim de 2005 com o TAMIFLU, já anunciados pelo seu fabricante e uma subida de 50% na bolsa das acções dessa empresa, justificam que se ande a assustar as pessoas para provocar uma corrida ás farmácias e a compra de um medicamento que até há 6 meses atrás era um fracasso comercial e que o mais provável é que não venha a servir para nada, justifica tudo isto?

PAREM COM ISTO, JÁ CHEGA!

(recebido por e-mail)

terça-feira, novembro 29

Os presos contam os dias eu também



os presos contam os dias eu também
nesta prisão impotente a que chamamos Terra
eu trago correntes que atravessam países cidades e horas
são feitas não de ferro mas de vento

são enormes navios que sulcam o mundo
deles avisto não o mar nem as pedras
mas grandes desertos como a alma humana

fito o infinito numa qualquer rua
os olhos que comigo cruzam
são uma prisão maior

e este poema foi escrito
para enfrentarmos juntos o dia escuro
a solidão fria dos homens
e o terror do esquecimento

(Maria Azenha)

Imagem: www.fotorex.com.br

Publicado no blog “pátria d’água”, que está nos n/links referenciado em MariaAzenha.

João de Mendia

Julgo que a maior parte dos leitores já leu o artigo que o ex-jornalista do Diário de Notícias, João de Mendia, escreveu sobre o Dr Mário Soares.

O candidato à PR é, na realidade, uma pessoa extremamente viajada. Segundo um e-mail recebido, possivelmente propaganda maliciosa dos outros candidatos:

“Durante os anos que ocupou o Palácio de Belém, Soares visitou 57 países(alguns várias vezes como por exemplo Espanha que visitou 24 vezes e aFrança 21 vezes), percorrendo no total 992.809 KMS o que corresponde a22 vezes a volta ao mundo.”

M31: The Andromeda Galaxy



Explanation:

Andromeda is the nearest major galaxy to our own Milky Way Galaxy. Our Galaxy is thought to look much like Andromeda. Together these two galaxies dominate the Local Group of galaxies. The diffuse light from Andromeda is caused by the hundreds of billions of stars that compose it. The several distinct stars that surround Andromeda's image are actually stars in our Galaxy that are well in front of the background object. Andromeda is frequently referred to as M31 since it is the 31st object on Messier's list of diffuse sky objects. M31 is so distant it takes about two million years for light to reach us from there. Although visible without aid, the above image of M31 is a digital mosaic of 20 frames taken with a small telescope. Much about M31 remains unknown, including how the center acquired two nuclei.

Credit & Copyright: Robert Gendler

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Reflexo de Vénus


Venus at the beach on Nov. 19th. There are no Venus shadows in this particular photo, only reflections. Credit: Pete Lawrence.

Nunca vira uma foto do reflexo de outro planeta, nas nossas águas .

City Of Blinding Lights

O “Videozinho” foi substituído. Assim, basta desligar a “Musiquinha” e ligá-lo para verem e ouvirem os U2.

The more you see the less you know
The less you find out as you go
I knew much more then than I do now

Neon heart day-glow eyes
A city lit by fireflies
They're advertising in the skies
For people like us

And I miss you when you're not around
I'm getting ready to leave the ground

Oh you look so beautiful tonight
In the city of blinding lights

Don't look before you laugh
Look ugly in a photograph
Flash bulbs purple irises
The camera can't see

I've seen you walk unafraid
I've seen you in the clothes you made
Can you see the beauty inside of me?
What happened to the beauty I had inside of me?

(cut)

And I miss you when you're not around
I'm getting ready to leave the ground

Oh you look so beautiful tonight
In the city of blinding lights

Time...time...time...time...time
Won't leave me as I am
But time won't take the boy out of this man

Oh you look so beautiful tonight
Oh you look so beautiful tonight
Oh you look so beautiful tonight
In the city of blinding lights

The more you know the less you feel
Some pray for others steal
Blessings are not just for the ones who kneel... luckily

segunda-feira, novembro 28

Do sonho

Desafiar a gravidade com pequenos pingentes de gelo transparente e dar a todo o movimento – perpétuo? – a sensação de inutilidade, cristalizar momentos em pequenos folículos inusitados ouvindo [te] e o “deixar ir” na suavidade que se imprime a vozes, desafiando toda a imaginação, percorrendo os caminhos do corpo que se adivinha, se deseja e em última análise se possui.

[És minha pela inteligência, pela arte – que nos une – pelos sentires que estão para além da compreensão]

A posse como elemento de contraponto à entrega que se quer etérea, desvanece-se nessa intranquilidade de todos os amantes.

O constatar da ausência como fórmula única e intransponível da partilha ou em jeito de pólo oposto o saber que este amor está para além da posse.

Amar além do amor, finalidade abstracta que retrata a verdade absoluta da busca em detrimento da razão, sempre inimiga de todas as emoções.

Rendilhar [te] palavras que se mostram insuficientes perante a avalanche de sentires que [nos] assaltam é tarefa árdua, já que nenhum verdadeiro amor se pode traduzir com a limitação das letras.

O abstraccionismo como forma última de entender o que não se explica.

[Ontem desnudei-te] num tremendo desafio à imaginação. Percorrer-te o corpo [adivinhado] mergulhar nele e fazer de todos os sonhos uma realidade, sentindo aromas, fluidos, mãos que se tocam em desespero, a praia que parece esfumar-se em encruzilhadas de prata, deixando aqui e ali, salpicos e estilhaços na areia que se quer molhada onde os corpos ficaram impressos.

“Sugar Mountain” e Neil Young a preencherem o silêncio com a visão alucinada de planícies vastas em que um simples olhar não basta para divisar a linha ténue do horizonte. Para lá desta, o ilimite, o sonho, o beijo, a entrega desenfreada, o consumar de todos os momentos que reuniremos apenas num.

Talvez se possa morrer de felicidade. Porém, os braços permanecerão apertados em torno do outro. Eternamente apertados.

“Tracy Chapman” e “Holy Night” completam o som que nos serve de fundo nessa entrega que ambos queremos final. A última entrega, o último amor.

Rendilhar [te] palavras que se mostram insuficientes perante a avalanche de sentires que [nos] assaltam é tarefa árdua, já que nenhum verdadeiro amor se pode traduzir com a limitação das letras.

Jornal VOZ DAS BEIRAS É NOTICIA



O Movimento dos Professores Desterrados dá grande destaque à grande Reportagem do Jornal sobre este movimento "marginal".

Fica o endereço:

http://groups.msn.com/MovimentoLeiriaQEscolaDesterrados/general.msnw

Torre de Pisa


Antes e depois.

(Fotografado por Peter)

domingo, novembro 27

Questões de contemporaneidade ou os dislates de uma sociedade decadente

O vizinho do terceiro direito comprou um carro novo. Já se sabe que a crédito. Ainda assim, é visível nos rostos de todos os outros habitantes do prédio, caras de poucos amigos e vislumbra-se mesmo alguma inveja.

Claro que esta velha questão da inveja enquanto pecado capital pode e deve ser analisado à luz de uma Igreja parada no tempo. Jesus não andava de automóvel – apesar de ter pedido um ao Pai que Se recusou a dar-lho – alegadamente “porque ainda não descobriram o petróleo. Queres andar de Jaguar à vela?”
Nunca saberemos a resposta de Cristo que se terá perdido em velhos pergaminhos que devem estar algures no Mar Morto.

A verdadeira questão é que todos os vizinhos se apressaram a comprar um carro novo. Naturalmente eu fui a excepção, já que nem para gasóleo tenho dinheiro, sendo portanto previsível uma longa temporada com a minha velha Astra.

Não acredito que tenha pesado no factor “compra carro novo” algumas premissas, como por exemplo, o pagamento da casa – ao Banco – os estudos dos filhos – subsidiados com outro empréstimo – ou até mesmo as consultas periódicas ao psicanalista. – Também financiadas pela banca – A ida ao psicanalista levanta uma série de questões que me parecem fundamentais: será possível ir ao dito ter a sessão semanal sem um carro topo de gama? Se sim, qual será o modelo mais adequado? – Parece-me óbvio que um Mercedes já não se coaduna por ser carro de empreiteiro bem sucedido e estar banalizado –
Se a opção foi comprar o Mercedes como explicar esse facto aparentemente inusitado ao psicanalista que vai de carrinho de mão?

Será acertado levar um livro da Margarida Rebelo Pinto para dar um toque de intelectualidade, ou por justaposição, deve levar-se, “Platão: como gastar dinheiro estupidamente” um livro descoberto há pouco e que se encontrava entre os pertences de Bento XVI?

Claro que este livro vem revolucionar completamente o que pensávamos deste filósofo. É agora possível verificar que Platão tinha fortes convulsões existenciais, à luz desta fantástica descoberta. Porém, levanta-se uma outra questão: se o vizinho do terceiro direito comprou um novo veículo para se distinguir dos demais habitantes do prédio, se Cristo queria à força ter um descapotável e se todos acabaram em psicanalistas, como pagar à banca os desmandos da fachada?

Estou seriamente preocupado com Sua Alteza Real, D. Nuno Pio de Bragança. A mania de se fazer deslocar numa vistosa carroça pintada é certo, com tons doirados e com o brasão visível na zona lombar do burro que puxa tão elegante meio de transporte, levanta aqui uma outra questão: quanto custa cada quilómetro da besta, em função do preço da palha?

Desiludido e sem respostas, atiro-me do terceiro andar abaixo a cantar a “Marselhesa” vestido de pai natal. Descobri tarde de mais que nem assim consigo voar.

Resta-me saber que terei de arranjar uma grande dívida à banca e parecer um tipo normal, embora deixe alguns sinais inequívocos de que sou na verdade diferente. Refiro-me, claro está, ao meu porte garboso, ao cabelo despenteado e à minha promessa de nunca tomar um banho.

Astronomia e Astrofísica, a ciência do Universo




A Astronomia utiliza as leis da Física para explicar o universo, daí que a Astronomia moderna seja apelidada de Astrofísica.

O Universo é um laboratório maior do que qualquer construído na Terra. As condições extremas existentes em sistemas astronómicos, temperaturas e densidades muito elevadas ou muito baixas, composições químicas extremas, campos muito intensos, permitem executar testes únicos de teorias físicas.

Através da Astronomia, a Física atingiu alguns dos seus grandes avanços:

- a verificação das leis da fusão nuclear como fonte de energia das estrelas;
- as oscilações entre três famílias de neutrinos nos neutrinos solares;
- as variações das órbitas de binários de pulsares como prova da existência de ondas gravitacionais, uma previsão da Relatividade Geral de Einstein;
- limites extremamente fortes para a variação temporal nos valores das intensidades das interacções físicas;
- a existência de matéria escura e de energia escura.

( apontamentos tirados durante uma conferência pronunciada por João Lin Yun, Director do OAL)

Foto: Nebulosa do Caranguejo (NASA)

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Chegada a Veneza


(Copyright Peter)

Cartas dos candidatos à PR ao Pai Natal

Cartas ao Pai Natal V - Mário Soares

Pai Natal

Acordei agora da sesta. Tive um sonho original. Conversei com a Maria e achamos que não é sonho mas uma ideia genial!
Já fui ministro, primeiro-ministro e duas vezes presidente deste país. Está na hora de mudar de ares, aceitar novos desafios, levar mais longe o nome de Portugal, ou o meu nome... como sempre quis. Como tu tenho já uma certa idade e no ventre a mesma proeminência. Decidi que para o ano quero ser o Pai Natal.
Portanto...Olha pá faz as malas. Desocupa a Lapónia. Vou ser eu o Pai Natal. Tem lá paciência.

Assinado:
Mário Soares (Ex-deputado. Ex-Primeiro Ministro. Ex-Presidente da Republica. Ex-Deputado europeu. Futuro Pai Natal)

Cartas ao Pai Natal IV - Manuel Alegre

Pai Natal

Quando voares nos céus da minha Pátria
Quando aterrares as renas nas planícies do meu País
Lembra-te desta carta, pedido singelo
De um homem que só para a Pátria pede
Para si... Nada quis.

Se o nevoeiro que levou D. Sebastião
Te fizer perder o rumo e baralhar o norte
Segue o cheiro a verde pinho
Ouve a minha trova no vento que passa
E chegarás às chaminés do meu país
Pátria desafortunada.
Sem euros.Má sorte.
Numa das chaminés de Lisboa sentirás o odor
E verás o fumo negro da traição
Que o teu trenó sobre ela paire
Que sobre a chaminé de Soares a tua rena páre
E solte bosta.Um imponente cagalhão.

Assinado: Manuel Alegre

Cartas ao Pai Natal III - Francisco Louçã

Isto não é uma carta! É um manifesto. Um protesto. Uma petição, assinada por dezenas de intelectuais e outras pessoas que jamais se reviram numa festa, bacanal, orgia de oferendas, dadas sem qualquer critério e que perpetuam uma tradição caduca, reaccionária clerical, que tu representas oh pai do natal.
Com esta petição pretendemos que a data seja referendada, não imposta, decretada por um estado economicista e liberal e que seja celebrada quando um homem quiser.
Não à roda da mesa. Consoada.Mas num portuguesíssimo arraial.

Assina: Francisco Louçã

Cartas ao Pai Natal II - Aníbal Cavaco Silva

Excelentíssimo Senhor Doutor Pai Natal

Venho por esta via pedir para a minha Maria o Kama Sutra, versão condensada.
Não sei se a minha Maria teria para a versão completa e ilustrada suficiente pedalada.
Eu para mim, por ora nada peço e de momento nada digo. Não abdico do meu direito de manter o suspense e de fazer tabu do meu posterior pedido.
Mas.... E só isto adianto: não preciso de Viagra para acompanhar a minha Maria na leitura do acima citado livro que teso e hirto ando eu sempre. Não precisando por isso de muleta, ou qualquer outro suplemento para manter a rigidez e o meu porte sobranceiro.
Despeço-me atentamente economizando palavras, porque como vossa Excelência sabe:os tempos são de crise e tempo é dinheiro.

Assina o Professor Doutor:
Cavaco Silva

Cartas ao Pai Natal I - Jerónimo de Sousa

Camarada

Tu que és explorado pela entidade patronal durante a época do Natal.
Usado como símbolo do capitalismo para fomentar o consumismo desenfreado, descontrolado, que enriquece a burguesia e empobrece o proletariado, junta-te a nós no combate contra a guerra no Iraque.
Oferece Che Guevaras não ofereças Action Man's.
Luta pela igualdade feminina, não dês Barbies mas Matrioshkas.
Educa as crianças de hoje, comunistas amanhã, substitui o Harry Potter pelo livro "O Capital".
Camarada reivindica o teu direito a um transporte decente: pára o trenó e as renas que não é veículo de gente operária e trabalhadora como tu oh pai natal!
Unidos venceremos o imperialismo e os reaccionários.
Viva o Natal dos oprimidos!
Viva o Natal dos operários!

Assinado pelo candidato: Jerónimo de Sousa
(Carta aprovada por unanimidade e braço no ar pelo Comité Central do PCP)

(recebido por e-mail)

P.S. - Se calhar foi o Pai Natal que mo enviou ...

sábado, novembro 26

As minhas questões existenciais

Hoje vesti um kilt.
É certo que o mesmo até me poderia ficar bem, não fora a questão insolúvel da minha tíbia esquerda. É magra. Muito magra.

Cascão, o cão do vizinho do 3º direito não perde uma única oportunidade de me dar uma valente ferradela na dita. Sem grande êxito, porque os dentes já lhe caíram há muito e o meu osso tibioso é duríssimo de roer.
Porém, não resisto eu também em dar umas valentes dentadas no malfadado cão. Sempre na pata posterior direita, não vá o gajo correr que nem louco abrir o kilt e comer-me a única coisa que tenho de realmente valiosa.

Cascão sofre de uma depressão cataléptica e anda a ser tratado pelo doutor Cesário, reconhecido psiquiatra da nossa praça. Este ilustre médico desloca-se num velho carro e faz trabalhos ao domicílio; dentro do automóvel esfarrapado umas boas dezenas de gatos acompanham-no para todos os locais.

Claro que para o Cascão isto é um verdadeiro insulto e agora sempre que vai à consulta leva a tiracolo o livro da Margarida Rebelo Pinto, “Não há coincidências”, a única frase feliz construída por esta famosa escritora. Ainda assim, a construção da frase deixa muito a desejar. Porque o plural de “há” é hão”, o que seria mais apropriado. Logo, o título deveria ser alterado para “Não hão coincidências”. Esta temática do foro gramatical tem preenchido a mente mesquinha do cão que teima em me morder a tíbia.

Atreveu-se mesmo a levar esta questão a um congresso de linguística que abordou entre outras temáticas, “o uso indevido da boca”, “Já não tenho dentes para isto” e “Maldita tíbia”. Entre muitos outros foi possível ver na plateia, Veríssimo Serrão, Pedro Mantorras, que abordou a questão “qual a diferença entre mim e o Cascão?”, a que alguém respondeu: “o Cão tem mais pelo”.

Mantorras olhou-se e perguntou-se porque é que nunca havia dado conta desse pormenor.

Porém, o uso do kilt é um verdadeiro teste de sobrevivência. Fui assobiado na rua por umas centenas de mulheres; resta-me saber se por gostarem das minhas pernas, ou se por acharem a tíbia um verdadeiro problema. Na dúvida, tapei-a com um enorme cobertor de uma conhecida marca de cigarros.

Agora passei a transportar a tíbia debaixo do braço, o cobertor, o Cascão, o Mantorras e o livro da Margarida Rebelo Pinto.
É com todo este arsenal que me dirijo ao psiquiatra todos os dias. Claro que com o Cascão, a quem vou mordendo alegremente.
Estamos pois, ambos no bom caminho: ele deixou de me morder a tíbia e eu passei a morder-lhe a pata posterior esquerda, que já começa a apresentar verdadeiros sinais das minhas dentadas.
Aos berros vou ouvindo “E tudo o vento levou”, uma conhecida canção do regime antigo

Problema

Com este tempo chuvoso, entretenham-se a resolver esta questão e depois amanhã vejam a resposta.

Qual é o próximo número da sequência abaixo?

2, 10, 12, 16, 17, 18, 19,...

Como é que se transmite a alegria do primeiro nevão do ano?




















PORTO - AVENIDA DOS ALIADOS


Como é que os habitantes do Porto, a pesar do seu conhecido bairrismo, vão consentir de braços cruzados, à destruição desta beleza?
Porque a Câmara assim o decidiu?
Decidiu mal.

Porque os autores do projecto são figuras de reconhecido mérito (Siza Vieira e Souto Moura) ? Os portuenses não gostam dele e são eles que lá vivem.


Onde está a bela calçada portuguesa, com motivos alegóricos da região?
Eu não sou portista, não nasci, nem vivo lá. Sou "mouro" e "sulista".

sexta-feira, novembro 25

MUPPETS

Cada um interprete como quiser.

TAP AirPortugal

Durante vários anos, a TAP, pelos seus elevados déficits e pelo seu "mau serviço" (diziam, pois eu nunca tive razões de queixa) foi abertura, pela negativa, dos noticiários da TV.
Era o tempo dos "comissários" políticos, alguns deles com experiências fracassadas em elevados cargos anteriores. Não cito nomes, pois é só ler a imprensa da época, nomeadamente a do tempo da construção da EXPO 98, ou, mais tarde, da tentativa falhada de associação com a falida Swissair.

Um presidente brasileiro, Fernando Pinto, contra tudo e contra todos, conseguiu que a Companhia progredisse a olhos vistos. Numa altura em que o preço do combustível atingiu os níveis a que chegou, a TAP superou todas as dificuldades e é uma das boas Companhias europeias. "Estabilidade é a palavra de ordem", no dizer de Fernando Pinto, um homem que merece bem aquilo que ganha (e que é muito).
A “estabilidade” foi obtida pela sua postura e pelo sacrifício do pessoal de voo, que há 3 anos não é aumentado. Mas estão a defender os seus postos de trabalho.
Quanto à “postura” de Fernando Pinto, além de ser uma pessoa que aperta a mão a todos os trabalhadores, quando viaja fá-lo em turística, junto do pessoal de cabine. Isto diz tudo: uma diferença abissal em relação a Cardoso e Cunha.

Olhem em vosso redor e indiquem-me casos de sucesso iguais a este. Vocês conhecem-nos bem, mas pela negativa, pelos chorudos ordenados, pensões de reforma e acumulação das mesmas, indemnizações milionárias, “cambalachos” de troca de cargos directivos entre companhias estatais …
Por isso eu fiquei satisfeito por ele se ter naturalizado português: "este é o País dos meus avós por isso, este é um retorno às origens".

Criticou-se o negócio com a VARIG, numa altura de dificuldades económicas e em que a TAP ainda é uma companhia com elevados passivos anteriores, que têm vindo a ser neutralizados. Mas o que se comprou à VARIG foi a parte de manutenção dos aviões, que passará a ser feita pela TAP, onde outras companhias aéreas estrangeiras, vêm também procurar os nossos excelentes serviços.

Criticou-se a compra de 15 novos aviões topo de gama, mas, segundo Fernando Pinto, "a TAP tem que estar à frente, para não corrermos o risco de perdermos o mercado".

Quando será que deixaremos esta atitude de inveja, de mesquinhez, de coitadinhos, e que aprenderemos a apreciar aquilo que temos e quem trabalha para nós de forma eficiente, mesmo recebendo aquilo que a sua qualidade e os méritos demonstrados o merece?

quinta-feira, novembro 24

Futuro, que futuro?

“Temo o futuro, porque não o diviso. Temo o presente, por se tratar de um verdadeiro pesadelo.Temo um amanhã que nunca acontecerá, porque uma raça de políticos incompetentes, não acautela o presente e hipoteca um futuro que pelo que nos é dado verificar nunca acontecerá.”

(Jornal “Voz das Beiras”- edição de 23-11-2005 – Editorial - A. Pinto Correia)

Pensamentos profundos.

A subtileza do enriquecimento:


Quando tratava da única couve do seu quintal, o senhor Silva foi surpreendido por um jorro de líquido escuro que se elevava no ar.
De imediato mergulhou a boca no líquido. Era petróleo.
Bebeu mais ainda para comemorar o facto de se ter tornado da noite para o dia um milionário. Na verdade julgava-se já um príncipe saudita ou de outro país qualquer. Mas príncipe devia ser de certeza.

Sentiu ligeiras tonturas, ou seria embriaguez? Já tinha ouvido dizer que o petróleo provocava tremendas bebedeiras.
Pelo sim pelo não, bebeu mais um pouco mas desta feita adicionou-lhe uma aspirina.

O efeito foi tremendo. Tossiu, colocou no prato da vitrola “Eu tenho dois amores” de Marco Paulo e saiu a dançar o vira.

Pensamentos profundos:

A senhora Felismina guardava ciosamente na sua nova casa de banho umas quantas galinhas.
Agora passava o tempo a ouvir falar da gripe das aves.
“Essas coisas só acontecem em sítios de gente herege”. Este pensamento sublime era da responsabilidade do pároco local que afirmava “ser Deus, mas faltarem-me alguns pormenores para realizar milagres”.

Uma galinha tossiu quando se preparava para ouvir os sons pouco recomendáveis de uma visita da senhora Felismina à sanita.
Tossiu de novo. À terceira tossidela, morreu. A senhora Felismina que se encontrava sentada que nem rainha num trono na sua imensa sanita, olhou-a pasma e morreu também.
Moral da história: se uma galinha tossir não dejecte.

Introspecções de criança (minhas)

Ainda não perdi a mania de todos os dias quando passo pelo gato da senhora Albertina, o cumprimentar cerimoniosamente.
Porém, incomoda-me o desdém com que este me olha. Dir-se-ia que se julga um ser superior.
Há já mais de 30 mil dias que o cumprimento em vão.
Hoje não resisti: coloquei um rádio a tiracolo enquanto este passava música de Tony Carreira e abati-o selvaticamente com a voz desconexa deste “cantor”.

Filosofando:

O que me incomoda seriamente é o facto quase inédito – já Mozart tinha a mesma mania – de transportar às costas um piano.
É certo que gosto de Wagner e de Stravinsky. Mas transportar o piano é apenas um dos males. António Vitorino de Almeida, resolveu dar concertos itinerantes e aproveita-se das minhas costas.
Ainda lhe vou pedindo se não pode trazer a Inês de Medeiros mas recusou.

Stravinsky, por seu lado, resolveu aparecer quase todos os dias. Disfarça-se de pai natal.
Wagner lamenta a atitude pouco inteligente de Stravinsky. “Prefiro estar invisível. Assim posso entrar em todos os quartos onde belas mulheres se vão despindo”.

Remate:

Falhou. Apenas uma perna se vê sobrevoando o estádio do Dragão. Ainda está por saber se poderá tratar-se da perna esquerda de Quaresma.

Seja como for, Pinto da Costa decretou blackout e para demonstrar como se deve fazer, mandou cozer a boca num reputado cirurgião plástico.

Aviso aos Pais

Fui surpreendido esta semana com a notícia que mais temia ouvir em toda a minha vida, confesso que sendo pai há dois anos estou mentalmente preparado praticamente para tudo; o flagelo da droga; os gangs ... etc.

Mas o que eu mais temia aconteceu, o meu filho olhou-me nos olhos e
disse-me:"xou do BENFICA". Naquele momento tudo parou para mim (qual experiência de morte). Vi a minha alma a sair do meu corpo e dei por mim a flutuar no tecto da sala olhando de cima para mim e para o meu filho, vi o longo túnel com a luz ao fundo, mas, de repente fui sugado novamente para dentro de mim próprio. Nessa noite não dormi a pensar no que terei falhado ou feito para merecer tal castigo. Com o passar das horas fui-me habituando a ideia. Até porque existem pelo menos quatro semelhanças entre o meu filho de dois anos e o BENFICA:

1- O meu filho gosta de ser levado ao colo.

2- O meu filho não sabe jogar futebol.

3- O meu filho tem quem resolva por ele os seus problemas.

4- O meu filho não tem dinheiro mas tem tudo "do bom e do melhor".

(recebido por e-mail)

Assis - A cidade


Parecida com Fátima, não é?

Assunto: inteligência!!!

És mesmo inteligente??
Em baixo estão 4 perguntas mais uma de bónus...
Tens que responder instantaneamente.
Não podes levar tempo a pensar, responde logo. OK?
Vamos descobrir se realmente és tão inteligente como pensas...
Preparado?

1ª Pergunta:
Estás a participar numa corrida.
Ultrapassas o segundo concorrente.
Em que lugar estás?
R: Se respondeste que estavas em 1º lugar, estás absolutamente errado!
Se ultrapassares o 2º concorrente, tiras-lhe o lugar, logo estás em2º!
Tenta não errares esta pergunta, vá...
Para responder a esta pergunta, não leves tanto tempo como levaste na primeira...

2ª Pergunta:
Se ultrapassares o último concorrente da corrida, então estás em...?
R: Se respondeste que estavas em penúltimo, então desta vez estás completamente errado de novo.
Como podes ultrapassar o último concorrente, se ele era o último? Não és muito bom neste tipo de questões, pois não?

3ª Pergunta:
Matemática complicadíssima...
Não podes usar calculadora ou papel e caneta, utiliza apenas a cabecinha...
Faz um esforço...
Pega em 1000 e soma-lhe 40.
Agora soma mais 1000.
Agora soma 30.
Soma mais 1000.
Agora adiciona 20.
Volta a juntar 1000.
Soma mais 10.
Qual é o total?
R: Obtiveste 5000?
É que a resposta certa é mesmo 4100...
Não acreditas?
Vá, faz a conta na calculadora!
Decididamente, hoje não é o teu dia....
Talvez acertes a última pergunta

Última Pergunta:
O pai da Maria tem cinco filhas:
1. Nana, 2. Nene, 3. Nini, 4. Nono.
Qual o nome da quinta filha?
R: Nunu?
NÃO! Claro que não... O nome dela é Maria. Lê a pergunta de novo, bronco...

Vá lá, esta é fácil pra saíres daqui bem-disposto.
Por isso que é a pergunta de bónus...
Pergunta de Bónus:
Um mudo quer comprar uma escova de dentes.
Ao imitar o movimento que se faz ao escovar os dentes, consegue fazer-se entender, e assim, o dono da loja percebendo o cliente, vende o produto pretendido.
Agora, tens um cego que quer comprar uns óculos escuros...
Como se deve exprimir ao vendedor da loja?
R: Abre a boca e pede... Não é preciso tirar um curso pra saber isto, certo?

( enviado por marakoka...)

quarta-feira, novembro 23

Uma foto espantosa!

Suporte e usuário

CLIENTE: "Não consigo fazer conexão com a Internet."
SUPORTE: "Tem certeza que utilizou a senha certa?"
CLIENTE: "Sim, tenho certeza. Vi um colega fazendo."
SUPORTE: "Pode me dizer qual foi a senha?"
CLIENTE: "Cinco estrelinhas."


CLIENTE: "Não consigo imprimir. Cada vez que tento, o computador diz:
"Não é possível encontrar a impressora". Já levantei a impressora e
coloquei-a em frente ao monitor, mas o computador continua dizendo que
não consegue encontrá-la."


SUPORTE: "Serviço ao cliente da HP. Sérgio falando. Em que posso ser
útil?"
CLIENTE: "Tenho uma impressora HP que precisa ser reparada."
SUPORTE: "Que modelo é?"
CLIENTE: "É uma Hewlett-Packard."
SUPORTE: "Isto eu já sei. É colorida ou preto e branco?"
CLIENTE: "É bege."


SUPORTE: "Bom dia. Posso ajudar em alguma coisa?"
CLIENTE: "Eeh... Olá. Não consigo imprimir."
SUPORTE: "Pode clicar no 'Iniciar' e... ?"
CLIENTE: "Calma aí! Não responda assim muito tecnicamente. Não sou o
Bill Gates!"


CLIENTE: De repente aparece uma mensagem na minha tela, que diz Clique
'Reiniciar'... O que eu devo fazer ?"
SUPORTE: O senhor aperte o botão solicitado, desligue e ligue novamente.
Sem pestanejar, o cliente desliga o telefone na cara do atendedor e
liga para o suporte novamente.
CLIENTE: E agora o que eu faço ?


CLIENTE: "Tenho um grande problema. Um amigo meu colocou um protector
de tela no meu computador, mas cada vez que mexo o mouse, ele desaparece!"


SUPORTE: "Em que posso ajudar?"
CLIENTE: "Estou escrevendo o meu primeiro e-mail."
SUPORTE: "OK, qual é o problema?"
CLIENTE: "Já fiz a letra "a". Como é que se faz o círculozinho em
volta dela ?"


CLIENTE: "A Internet também abre aos domingos?"



SUPORTE: "O que tem do lado direito da tela?"
CLIENTE: "Uma samambaia"
SUPORTE: Silêncio...

D. Duarte Nuno faz estágio em casa de alterne

D. Duarte Nuno, Duque de Bragança, procura a todo o custo ser pai de uma infanta.
“A questão é saber se sou capaz de fabricar uma”, disse em conferência de imprensa.

Isabel Herédia mostra-se “incomodada com a ideia de D. Nuno ter ido para Bragança. Sei lá o que aquelas meninas são capazes de lhe fazer!”, afirmou com o semblante carregado.

D. Duarte que compareceu na conferência de imprensa com o bigode protegido por uma vitrina, mostra-se desolado “com o facto de não ter uma infante como acontece com meu real primo, príncipe das Astúrias. Ou será do País Basco?”

Após passar algum tempo numa conhecida clínica de copuloterapia sem grandes resultados práticos, excluindo o domínio quase perfeito da linguagem literária da revista Maria, em que se especializou, passando em breve a fazer parte do corpo redactorial, o herdeiro do trono, mostra-se relutante em ter de “meter o meu pénis real dentro de um antro de carne esquisita. É contra todos os mandamentos de Deus”, afirmou.

No sentido de ultrapassar este problema, a Casa Real emitiu um comunicado onde se prometem alvíssaras a “quem conseguir ter uma relação íntima com D. Isabel. O candidato terá de jurar por sua honra que fabricará uma menina. Se tal feito for conseguido, Sua Alteza nomeá-lo-á, Conde de Alpedrinha, um simpático lugarejo perdido algures por aí”.

Já em Bragança, D. Nuno mostra-se “esperançado em aprender qualquer coisinha com estas meninas cuja fama já ultrapassou as nossas fronteiras. Será seguro não usar uma borrachinha?”

É de realçar que o herdeiro do trono, não sabendo muito bem o que fazer com a dita borrachinha, a colocou na língua, o que lhe dificulta imenso a fala.
Ao olhar para o lado, a vitrina embateu numa parede, deixando o bigode em contacto com o ar, o que certamente poderá contribuir para a sua queda precoce.

“Já nem o bigode me interessa”, foi dizendo em tom monocórdico. “Tudo o que eu queria era ter uma infanta. Chamar-se-á, Leonor de Albergaria Frederica Afonsa Bernardes Rita Sacadura Cabral de Pio e Bragança”.

O InApto apurou que após ter dado entrada num dos quartos reais com uma das meninas, esta saiu a correr e bradou a quem a quis ouvir: “Caiu o pénis real a sua Alteza”.

Cabisbaixo, D. Nuno prepara-se para assistir na alcova real à cerimónia de abertura do concurso “Cobridor-mor do Reino”.

Assis - Fresco de Giotto


Fresco de Giotto na Basílica de S. Francisco de Assis.

(Foto tirada às escondidas, por Peter)

ASSIS


A foto é da Basílica de S.Francisco, ou igreja superior, já reconstruída depois do terramoto que atingiu a cidade e cujo interior se encontra decorado com frescos de Giotto, representando cenas da vida de S. Francisco de Assis.
A igreja inferior é uma maravilha, completamente decorada com frescos de Giotto, Cimabue, Simone Martini, Lorenzetti e outros pintores da provável escola de Giunta Pisano (sec XIII). Encontra-se ali a cripta com os restos do santo, entregues à guarda dos Franciscanos do Sagrado Convento, construído junto da Basílica.

Na imprensa de hoje é noticiado que o actual Papa Bento XVI emitiu um decreto que limita a autonomia dos referidos monges, "considerados de esquerda, por muitos católicos italianos".
Tive oportunidade de contactar com alguns deles, nomeadamente dois monges brasileiros, quando visitei Assis, na companhia dum professor do "Istituto Tecnico Per Geometri, Antonio da Sangallo il Giovane", da cidade de Terni, na Umbria. Conversámos quase exclusivamente sobre temas sociais, relacionados com a situação na América Latina. Talvez por isso sejam considerados "de esquerda"...

(Foto de Peter)

segunda-feira, novembro 21

Dádiva

A arte do impossível é tornar este possível.

A Arte é dom. São indissociáveis estas duas realidades que se constituem numa só.

[Ainda no ouvido o som da voz e um pequeno formigueiro de prazer. Sentir o lóbulo tocado pela pureza de uns lábios que adivinho quentes e húmidos, fazendo de cada segundo um espaço temporal de prazer que se prolonga para lá da mera temporalidade. É eterno]

O sentir a presença sentada ao lado, mão na mão, vagueando num qualquer tapete mágico sobre as nuvens e o cinza que vai pintando cada dia. O Sol está mais perto quando a tua voz se faz sentir junto a mim. Até nos silêncios, ou também nos silêncios este sentir que é maior do que a estrutura que me suporta, que extravasa o espaço para ser ele mesmo uma noção de espaço infinito, toca-me, toca-te, toca-nos.

A partilha do segredo e da subversão das iniquidades castrantes do homem que apenas pensa em aniquilar liberdades, vontades e desejos contrariados por normas aberrantes, são certamente para quebrar. Ultrapassar as formalidades anacrónicas é o objectivo de todos os amantes.

[Sabes como poderá ser percorrer a praia deserta numa noite de lua cheia, molhar os pés na areia banhada pelas águas intemporais, pesquisar o horizonte e adivinhar nele o infinito e a plenitude?]

Ontem não existiu. Amanhã não existe. Apenas um ponto ininterrupto que se prolonga para além da linha imaginária. Todos os imaginários ficam para lá dessa linha inexistente.
O estarmos para além do tempo, do espaço, da razão, o sermos apenas afectos, vertigem e abismos insondáveis, onde inevitavelmente o beijo acontecerá, o toque que passa além de.
Atravessarmo-nos como se fossemos impalpáveis, a fusão na invisibilidade, a troca que inexoravelmente acontecerá talvez numa praia deserta num tremendo acto de intimidade e permuta. Dou e dás. Nesse entretanto seremos apenas um, ligados pelo cordão que se quer umbilical até ao fim de todos os espaços, mesmo os temporais.

O beijo [que tu sentes] de lábios também eles molhados.


[Ainda no ouvido o som da voz e um pequeno formigueiro de prazer. Sentir o lóbulo tocado pela pureza de uns lábios que adivinho quentes e húmidos, fazendo de cada segundo um espaço temporal de prazer que se prolonga para lá da mera temporalidade. É eterno]

Morreu o fundador do Peter Café Sport

"José Azevedo, proprietário do Peter Café Sport, mundialmente conhecido por ser paragem obrigatória dos velejadores que cruzam o Atlântico, morreu ontem na cidade da Horta, ilha do Faial, aos 80 anos. Com a chegada dos primeiros iates aos Açores, ainda antes da década de 1960, José Azevedo foi o rosto do Café Peter, que estabeleceu uma ligação de apoio e amizade com iatistas, que se prolonga até à actualidade. A poucos metros do porto da ilha do Faial, o café está repleto de recordações dos iates que passaram, durante décadas, pela Horta, como bandeiras, dedicatórias, postais e cartas. Nascido a 18 de Maio de 1925, José Azevedo desde muito novo começou a dar os primeiros passos no Café Sport, ajudando o pai a levar compras aos ingleses que residiam na Horta e que trabalhavam nos cabos submarinos. Foi no navio Lusitânia que ganhou o nome de Peter, atribuído pelo comandante, que o achou parecido com o seu filho. Citado em vários livros, José Azevedo foi nomeado sócio honorário do Ocean Crusing Club e abriu um museu de scrimshaw (gravura em osso de baleia). A revista Newsweek integrou o Café Peter no lote dos melhores bares do mundo."

Notícia no DN de ontem.
Hoje foi justamente homenageado pelos CTT devido ao precioso papel que vem desempenhando há décadas como centro de contacto entre os velejadores que cruzam o Atlântico.

O Peter's, que pelo seu carácter de acolhimento serviu também de inspiração a este cantinho (ver foto mais abaixo na coluna "blogues meus"), é um dos "portos de abrigo" mais conhecidos e queridos dos velejadores de todo o mundo.

Fica aqui a merecida homenagem ao seu fundador.


Um gin pelo Peters !
Longa vida ao Peters !

Florença



Desculpem lá, pois já devo ter publicado esta foto, mas duas razões me levam a fazê-lo:

- gosto muito da cidade, mais do que de Veneza;
- gosto da foto, foi um acaso feliz.

( Foto do Peter - tirada por detrás do vidro da janela da Galeria dos Ofícios )

Do poeta ao seu povo


Darei ao povo o meu poema.
eu lhe darei a flor e a pedra
cada minuto cada tristeza
e uma azagaia contra a dura sorte
e a minha raiva acesa em cada noite. Eu lhe darei
a flor e a pedra. E a minha vida. E a minha morte.

E o direito do povo me julgar
e o direito do povo me dizer:
tu dormiste de mais. Cantaste pouco amigo.
Há muita coisa que não sabes.
E eu lhe darei meu sono e eu lhe darei meu sonho.
E eu dou ao povo tudo quanto sei.

E nunca sei se tudo quanto dou é tudo.
Porque parei por vezes à beira dum poço
havia raparigas cântaros e seios
e então bebi. Era Setembro e não pensei
que os homens não cantavam lá nas verdes vinhas
da minha pátria onde a vindima é triste.

Porque dormi de mais algumas vezes.
Outras ainda presumi e disse:
vou acordar o povo. Eu sou o poeta.
E não bati a cada porta e não deixei
em cada casa a taça da canção.
Porque não disse ao povo: sou apenas um homem.

Porque menti e dei aos outros
uma alegria feita à pressa uma alegria triste.
Porque não disse os meus defeitos e nem sempre
eu disse ao povo duramente os seus defeitos
que também estão em mim. Porque me orgulho tanto
dos defeitos em mim do povo que não tem os meus.

Porque não disse ao povo: sou apenas um homem
talvez não preste é certo mas é tudo.
E nem sempre fiz tudo para ser mais do que sou..
Porque lhe disse: eis o poema eis o meu sangue.
E pensei que era tanto e pensei que era tudo
quando é tão pouco o sangue dum poeta.

(Manuel Alegre)

domingo, novembro 20

A múmia, a esfinge e os outros

Indubitavelmente o debate de pré campanha para as Presidenciais está ao rubro.

Claro que peca por ausência de debate tal como o vulgar cidadão interpreta a troca de ideias.
Mas esta é obviamente uma campanha subtil, inteligente, feita apenas para meia dúzia de entendidos.

Enquanto Soares, a múmia, percorre o país de lés-a-lés arengando estranhas línguas parecidas, é certo, com o francês e exibindo a sua linha genética que lhe permite admitir viver até aos cem anos, Cavaco, a esfinge voou para o Brasil tentando convencer os pobres portugueses que se encontram naquele país, de que é o herdeiro de D. Pedro. Alegre perde-se em estrofes e rimas, acabando mesmo por ter uma interessante discussão sobre a constituição portuguesa com Marcelo Rebelo de Sousa, a quem afirmou tratar-se [a Constituição] de uma longa estrofe com uma métrica considerável, “embora não saiba exactamente o número”.

Louçã que numa feira se julgou um ser divino [olhos nos olhos: estão hipnotizados] vai afirmando que “engolir um garfo nem é o pior. O mau é assistir a um concerto do António Vitorino de Almeida e ele acabar a fazer publicidade aos canais Lusomundo”

Jerónimo apelidou-se de herói. Sem se saber porquê, o candidato comunista acha que é o grande guerreiro com o mesmo nome “pese embora o facto de o tipo não ser Marxista. Ou era? Pelo menos combateu o imperialismo Americano, a CIA e os seus apaniguados”, embora alguém o lembrasse a propósito que a CIA ainda não existia naquele tempo. “Engano o seu. A CIA esteve sempre presente na vida dos americanos. Assim como o Al Capone”.
Não conseguimos ver a relação, mas também não aprece ser importante.

Algumas notas breves sobre os discursos dos candidatos:

“Engoli um piano. Notei que lhe faltava algumas teclas. Por isso a música é sempre a mesma”, afirmou o Professor no Rio de Janeiro.

“O que verdadeiramente me impressiona é a facilidade com que um baterista toca tanto instrumento ao mesmo tempo”, disse Francisco Louçã numa feira na Golegã.

“Stravinsky é o verdadeiro culpado do défice. Aqueles devaneios de louco conduziram o país ao caos” afirmou Jerónimo de Sousa.

“Revejo-me nas gravuras de Foz-Coa. São da idade da pedra como eu”, rematou no final de um discurso alusivo ao tema “Entrar mudo e saír calado” que ocorreu nesta conhecida localidade.

Alegre está ainda no penedo da Saudade. “Ai flores de verde pinho, se sabedes novas do meu amigo, ai ué, ai ué”. Rima, não rima?

A pobreza do debate político está patente na ausência de discurso e na grandiloquência do mesmo.

Afinal vamos votar em quem e no quê?

Bicas


Beber "bicas" é que faz bem à saúde!

Comecei por pedir "bicas" cheias. É uma estupidez. Maior quantidade de água a passar pelos grãos de café e portanto uma "bica" com mais cafeína que um café curto.
Está certo. Meio desconfiado, comecei a beber descafeinado.

Foi "pior a emenda que o soneto".
Um estudo levado a efeito pela Sociedade Norte-Americana de Cardiologia, seleccionou cerca de 180 voluntários. Destes, 1/3 bebia 3 a 6 "bicas"/dia, com cafeína, claro. Outro grupo bebia a mesma quantidade, mas de "descafeinados" e o último terço não bebia café.
Claro que este último grupo eram "mosquinhas mortas", sem genica.

No fim da experiência, concluiram que:
- O grupo que bebia "descafeinados", apresentava um aumento de 18% nos níveis de ácidos gordos no sangue, que levam à produção do mau colesterol (LDL). Os níveis altos de LDL constituem um dos factores de risco que podem conduzir a problemas cardíacos e diabetes. Tinham também níveis 8% mais altos de uma proteína ligada ao "mau colesterol": a apolipoproteína B (que nome complicado).

Pelo sim pelo não, é melhor consultar o médico.

Nova Palavra para o Dicionário



Otário - indivíduo que defende, com fervor, mas sem argumentos, a construção do Aeroporto da Ota.

Veja como ganhar e perder pontos com uma mulher!!!



1) Tarefas simples

- Você faz a cama (+1)
- Você deixa a tampa da privada levantada (-5)
- Você troca o papel higiénico que acabou (+2)
- Você vai ao mercado só pra comprar papel higiénico(+5)
- Na chuva (+8)
- Mas retorna com cerveja (-15)
- Você levanta de noite, pois ela ouviu um barulho estranho(0)
- Você levanta de noite, mas o barulho não foi nada (0)
- Você levanta de noite e o barulho era de um rato (+5)
- Você mata o rato (+10)

2) Social

- Você fica ao lado dela a festa inteira (0)
- Você vai beber ao lado dos amigos (-2)
- Entre os amigos está uma mulher chamada Fernandinha (-4)
- Fernandinha é loira e magra (-16)
- Fernandinha o conhece (-180)

3) O aniversário dela...

- Você a leva para jantar fora (0)
- Leva para jantar fora e não é o restaurante de sempre(+1)
- É o restaurante de sempre (-2)
- É um boteco(-3)
- É um boteco e a TV está mostrando futebol (-10)

4) Passeios com amigos

- Você sai com um amigo (-5)
- O amigo é solteiro (-14)
- O amigo é cheio de namoradas (-27)
- O amigo dirige um conversível (-180)
- A Fernandinha vai junto!!! (-500)

5) Uma noite fora

- Você a leva para o cinema (+2)
- Para ver um filme que ela gosta (+4)
- Para ver um filme que ela gosta e você odeia (+6)
- Você a leva para ver um filme que você gosta (-2)
- O filme se chama 'O massacre da serra eléctrica III' (-13)
- Você mentiu e disse que seria um filme francês de amor (-135)
- Na saída do cinema você encontra a Fernandinha e ela faz "aquela" cena: "Queriiiiiiiidooooo, há quanto tempo!!!" (-750)

6) Grandes questões

- Ela pergunta 'Eu estou gorda?' (-1) (é, você perde um ponto de qualquer jeito!)
- Você pensa antes de responder (-10)
- Você diz que não (-35)
- Você diz que gosta dela mesmo que ela esteja gorda (-280)
- Você faz comentários a respeito do corpo da Fernandinha (-450)

7) Comunicação (ela quer contar algo)

- Você ouve com uma expressão atenta (0)
- Você ouve por mais que 30 minutos (+5)
- Ouve por mais q 30 minutos s/ olhar para a TV (+10)
- Ela percebe que você está dormindo de olhos abertos (-320)

- Você balbucia o nome da sua querida amiga "Fe...Fernandinha", enquanto está dormindo de olhos abertos (- 1.000.000+divórcio e pensão para o resto da vida)

Você percebeu que casar com uma mulher não é tarefa tão difícil assim. Basta um pouco de boa vontade...

(recebido por e-mail)

sábado, novembro 19

Provérbios para gente culta como nós

Expõe-me com quem deambulas e a tua idiossincrasia augurarei.
(Diz-me com quem andas e te direi quem és)

Espécime avícola na cavidade metacárpica, supera os congéneres revolteando em duplicado.
(Mais vale um pássaro na mão, que dois a voar)

Ausência de percepção ocular, insensibiliza o órgão cardial.
(Olhos que não vêem, coração que não sente)

Equino objecto de dádiva, não é passível de auscultação odontológica.
(A cavalo dado não se olham os dentes)

O globo ocular do perfeito torna obesos os bovinos.
(O olho do amo engorda o gado)

Idêntico ascendente, idêntico descendente (Tal pai, tal filho)

Descendente de espécime piscícola sabe movimentar-se em líquido inorgânico.
(Filho de peixe sabe nadar)

Pequena leguminosa seca após pequena leguminosa seca atesta a capacidade de ingestão de espécie avícola.
(Grão a grão enche a galinha o papo)

Tem a monarquia no baixo ventre
(Tem o rei na barriga)

Quem movimenta os músculos supra faciais mais longe do primeiro, movimenta-os substancialmente.
(Quem ri por último ri melhor)

Quem aguarda longamente, atinge a exaustão (Quem espera desespera)

Carta ao meu País

" (...) País erótico de incompletude, sempre em pose de engate e fuga, largando tudo a meio, semeando nesgas de promessas inesquecíveis, começando e interrompendo, desenhando interrupções como se pudesses enganar o tempo com a brincadeira inconclusa da eternidade. (...)"

(Inês Pedrosa, "Carta a uma amiga")

Veneza - Ponte dos suspiros





Uma das pontes mais famosas do mundo, é uma estrutura barroca do início do século XVII que chega até às prisões do palácio.
Diz-se que os condenados "suspiravam" ao verem pela última vez o céu e o mar.












(Foto do Peter)

Frase do dia

"Mais importante que ser primeiro-ministro, mais importante que ser PR, mais importante que ser deputado, é ser Mário Soares"

( MSoares candidato a PR )

sexta-feira, novembro 18

Veneza - Praça de S.Marcos

(Fotografado por Peter)

Depois à noite no Verão, sentado numa das esplanadas da Praça, feericamente iluminada e com o pianista tocando para nós ...

Frase do dia:

”Aquele que envelhece é um “outro”, que fatalmente temos de incorporar em nós, sem jamais se aceitar essa incorporação.”

(Fernando Namora, “Jornal sem data”)

Galileu Galilei

“A filosofia está escrita neste grande livro – estou a falar do universo – que se nos oferece constantemente para contemplação, mas que não pode ser lido até termos aprendido a sua linguagem e termos ficado familiarizados com os símbolos em que está escrito. Ele está escrito na linguagem da matemática, e os símbolos usados são triângulos, círculos e outras formas geométricas, sem as quais é humanamente impossível compreender uma única palavra nele contida – sem as quais nos moveremos em vão num labirinto escuro.”

(Galileu Galilei, “Il Saggiatore”, 1623)

Novo Código Civil Brasileiro


"A união do homem com a mulher sob a égide da lei faz com que ambos tenham deveres e obrigações; contudo a coabitação exclusiva (...) além de ser essencial à instituição é um dever mútuo dos cônjuges. Somente através da coabitação, vivência diária dos prazeres e dissabores da vida é que haverá o auxílio mútuo e o companheirismo."

quinta-feira, novembro 17

Isto é Gestão!

Uma empresa, entendeu que estava na altura de mudar o estilo de gestão e contratou um novo administrador.
Este veio determinado a agitar as bases e tornar a empresa mais produtiva.
No primeiro dia, acompanhado dos principais assessores, fez uma inspecção a toda a empresa.
No armazém todos estavam a trabalhar, mas um rapaz novo estava encostado à parede, com as mãos nos bolsos. Vendo uma boa oportunidade de demonstrar a sua nova filosofia de trabalho, o administrador perguntou ao rapaz:
- Quanto é que você ganha por mês?
- Quinhentos euros - respondeu o rapaz sem saber do que se tratava .
-Porquê?
O administrador tirou quinhentos euros do bolso e deu-os ao rapaz, dizendo:
- Aqui estão os seus quinhentos euros deste mês. Agora desapareça e não meta aqui os pés nunca mais!
O rapaz guardou o dinheiro e saiu o mais depressa que pôde.
O administrador, enchendo o peito, pergunta ao grupo de operários:
- Algum de vocês sabe o que este tipo fazia aqui?
- Veio entregar uma piza - respondeu um dos operários .

Sabedoria Milenar

"Mesmo que a conduta do marido seja censurável, mesmo que este se dê a outros amores, a mulher virtuosa deve reverenciá-lo como a um deus.
Durante a infância, uma mulher deve depender do seu pai, ao casar-se, do seu marido, se este morrer, dos seus filhos e se não os tiver, do seu soberano. Uma mulher nunca se deve governar a si própria"
Leis de Manu (Livro Sagrado da Índia)

"A mulher que se negar ao dever conjugal deverá ser atirada ao rio."
Constituição Nacional Suméria (civilização Mesopotâmica, século XX A.C.)

"Quando uma mulher tiver conduta desordenada e deixar de cumprir as suas obrigações do lar, o marido pode submetê-la à escravidão. Esta servidão pode, inclusive, ser exercida na casa de um credor do seu marido e, durante o período em que durar, é licito a ele (marido) contrair novo matrimónio"
Código de Hamurabi (Constituição Nacional da Babilónia, outorgada pelo rei Hamurabi, que a concebeu sob inspiração divina, século XVII A.C.)

"As mulheres, os escravos e os estrangeiros não são cidadãos".
Péricles (político democrata ateniense, século V A.C. um dos mais brilhantes cidadãos da civilização grega)

"A mulher é o que há de mais corrupto e corruptível no mundo."
Confúcio (filosofo chinês, século V A.C.)

"A natureza só faz mulheres quando não pode fazer homens. A mulher é, portanto, um homem inferior."
Aristóteles (filosofo, guia intelectual e preceptor grego de Alexandre “o Grande”, século IV A.C.)

"Que as mulheres estejam caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar. Se querem ser instruídas sobre algum ponto, interroguem em casa os seus maridos".
São Paulo (apostolo cristão, ano 67 D.C.)

"Os homens são superiores às mulheres porque Alá outorgou-lhes a primazia sobre elas. Portanto, dai aos varões o dobro do que dais às mulheres. Os maridos que sofrerem desobediência de suas mulheres podem castigá-las: deixá-las sós em seus leitos, e até bater nelas. Não se legou ao homem maior calamidade que a mulher."
Alcorão (livro sagrado dos muçulmanos, escrito por Maomé no século VI, sob inspiração divina)

"Para a boa ordem da família humana, uns terão que ser governados por outros mais sábios que aqueles; daí a mulher, mais fraca quanto ao vigor da alma e força corporal, estar sujeita por natureza ao homem, em quem a razão predomina. O pai tem que ser mais amado do que a mãe e merece maior respeito porque a sua participação na concepção é activa, e a da mãe, simplesmente passiva e material."
São Tomas de Aquino (italiano, um dos maiores teólogos católicos da humanidade, século XIII)

"Inimiga da paz, fonte de inquietação, causa de brigas que destroem toda a tranquilidade, a mulher é o próprio diabo."
Petrarca (poeta italiano do Renascimento, século XIV)

"Quando um homem for repreendido em público por uma mulher, cabe-lhe o direito de derrubá-la com um soco, desferir-lhe um pontapé e quebrar-lhe o nariz para que assim, desfigurada, não se deixe ver, envergonhada de sua face. E é bem merecido, por dirigir-se ao homem com maldade de linguarejar ousado."
Le Menagier de Paris (Tratado de conduta moral e costumes de França, século XIV)

"O pior adorno que uma mulher pode querer usar é ser sábia."
Lutero (teólogo alemão, reformador protestante, século XVI)

"As crianças, os idiotas, os lunáticos e as mulheres não podem e não têm capacidade para efectuar negócios".
Henrique VII (rei da Inglaterra, chefe da Igreja Anglicana, século XVI)

"Enquanto houver homens sensatos sobre a terra, as mulheres letradas morrerão solteiras."
Jean-Jacques Rousseau (escritor francês, precursor do Romantismo, um dos mentores da Revolução Francesa, século XVIII)

"Todas as mulheres que seduzirem e levarem ao casamento os súbditos de Sua Majestade mediante o uso de perfumes, pinturas, dentes postiços, perucas e recheio nos quadris, incorrem em delito de bruxaria e o casamento fica automaticamente anulado."
Constituição Nacional Inglesa (lei do século XVIII)

"A mulher pode ser educada, mas a sua mente não é adequada às ciências mais elevadas, à filosofia e a algumas das artes."
Friederich Hegel (filosofo e historiador alemão do século XIX)

"A mulher deve adorar o homem como a um Deus. Todas as manhãs, por nove vezes consecutivas, deve ajoelhar-se aos pés do marido e, de braços cruzados, perguntar-lhe:
- Senhor, que desejais que eu "faça?"
Zaratustra (filósofo persa, século VII A.C.)

- Estou "feito" ...
Peter (bloguista, século XXI)

Começo a ficar farto de Confusões!


O artigo, com o título:

“Uma Versão Fashion de Camões”

foi apagado, uma vez que o mesmo poema surge na capa do livro recentemente editado pela “Encandescente” (www.catedral.weblog.com.pt) como sendo seu e com o título "Prescrição para males de amor", como se pode ver na imagem ao lado.

Alguma coisa não bate certo!

quarta-feira, novembro 16

Veneza

( Foto do Peter )

Todo o cuidado é pouco ...

Bue de experiência: são muitos anos!!!

Um velho fazendeiro tinha um bonito lago na sua enorme fazenda.
Depois de muito tempo sem ir ao local, decidiu dar uma olhadela geral para ver se estava tudo em ordem.
Pegou num balde para aproveitar o passeio e trazer umas frutas existentes no caminho. Ao aproximar-se do lago, escutou vozes femininas, animadas.
Quando chegou mais perto avistou um bando de jovens mulheres no banho completamente nuas. Fez-se sentir a sua presença e com isso todas fugiram para a parte mais funda da água.

Uma das mulheres gritou:
- "Não sairemos enquanto o senhor não sair daí e para bem longe!"

O velho respondeu:
- "Eu não vim até aqui para vos ver nadar ou sair do lago nuas !"

Levantou o balde e continuou:
- "Eu só vim dar comida ao jacaré............."


Experiência, idade e esperteza sempre triunfarão sobre a juventude e o entusiasmo!

terça-feira, novembro 15

O fio invisível da teia

O fio invisível da teia prolonga-se além da mera distância física, contornando obstáculos, circundando montanhas, voando sobre as copas das árvores, azul intenso imitando o infinito do céu. Desagua na praia dos meus sonhos em águas prateadas pela intensidade uma lua envergonhada projectando tons de ouro sobre marés encrespadas de espumas alvas que se desfazem contra a falésia.

Lá – nessa praia de todos os sonhos – ficarão as marcas de pés lado a lado até à eternidade, caminhando em direcção ao abismo profundo de todas as perdições. Nem a acção do tempo nem todas as erosões apagarão algum dia os sinais deixados no lento caminharem em direcção às águas profundas onde buscámos todos os afectos.

[O observar-te de perfil vendo apenas meio rosto, lábios firmes de contornos bem definidos, belos, a sugerirem trocas salivares e línguas].

Troca de afectos e silêncios; o contraponto: tudo é audível nesse mar de nada, fragmentado em mil espumas brancas resultado do estilhaçarem-se contra a falésia que é o abismo de ambos.

Os traços visíveis são os contornos de vidas desenhadas por lsbirinticas teias, encruzilhadas imateriais, convidando ao desejo de quebrar todas as regras, [apesar da troca do verbo em tons de clandestinidade ser uma aliciante que nos torna ainda mais meninos]

Sublinhar [te] com a intensidade que apenas as grandes emoções permitem, adivinhando [te] contornos à luz difusa de uma noite de maresia.

Lá – na praia dos sonhos – a água revolta beijará os corpos envoltos na loucura da entrega.

[Agarrados] para além da eternidade.

O efémero do conceito de eternidade será isso mesmo: a constatação que apenas este sentir será verdadeiramente eterno.

No ouvido ainda o som celestial da tua voz.

A frase do dia

"Em dia de tempestades e trovoadas o local mais seguro é perto da sogra, pois não há raio que a parta."

A freira vai ao médico

- Doutor, tenho tido um ataque de soluço, que não me deixa viver. Não durmo, não como, e dor no corpo de tanto movimento compulsivo involuntário.
- Tenha calma, irmã, que vou examiná-la. Ele examina-a e diz:
- Irmã, a senhora está grávida. A freira levanta-se e sai correndo do consultório, com cara de pânico.

Uma hora depois o médico recebe uma chamada da madre superiora do convento:
- Doutor, o que disse o senhor para a irmã Carmem?
- Cara madre superiora, como ela tinha uma forte crise de soluços, eu disse que ela estava grávida. Espero que com o susto ela tenha parado de soluçar!
- Sim, a irmã Carmem parou de soluçar, mas o padre Paulo pulou da torre da igreja!!!

O horror económico

"Vivemos no meio de um logro colossal, de um mundo desaparecido que algumas políticas artificiais pretendem perpetuar. Os nossos conceitos de trabalho e consequentemente de desemprego - em torno dos quais gira (ou pretende girar) a política - já não tem substância: são milhões de vidas destroçadas, são destinos aniquilados por este anacronismo. A impostura geral continua a impor os sistemas de uma sociedade caduca, para que fique despercebida uma nova forma de civilização já a despontar, na qual desempenhará funções apenas uma pequena percentagem da população terrestre.
A extinção do trabalho passa por um simples eclipse, ao passo que, pela primeira vez na História, o conjunto dos seres humanos é cada vez menos necessário para o reduzido número de indivíduos que modelam a economia e detêm o poder. Descobrimos agora que, para além, da exploração dos homens, ainda havia pior e que, perante o facto de já não ser explorável a multidão de homens considerados supérfluos, cada homem no seio desta multidão pode tremer. Da exploração à exclusão, da exclusão à eliminação ...?"

A autora, Viviane Forrester, é romancista e ensaísta francesa, tem sido também crítica literária do jornal "Le Monde" e membro do júri do prémio literário Fémina.
Este seu livro tornou-se indiscutivelmente o maior êxito editorial em França, na época de 1996/97.
Foi lançado na sua tradução portuguesa numa conferência realizada na Gulbenkian pela autora e integrada num ciclo, de que já não me lembro o nome e ao qual assisti.

segunda-feira, novembro 14

Pensionistas contratam empresas de contabilidade

Os recentes aumentos propostos para os pensionistas levam estes a procurarem empresas de contabilidade para conseguirem lidar com tanto dinheiro.

Após o anúncio do aumento das pensões por parte de Sócrates e do seu governo, o porta-voz dos felizes contemplados afirmou, “tratar-se de uma questão de justiça”.

Sócrates sublinha por seu turno “o enorme esforço do estado para conseguir oferecer esta prenda de Natal antecipada. Vejam as caras felizes de todos eles”, concluiu.

As empresas de contabilidade e empresas de assessoria não têm mãos a medir. Segundo um alto representante do sector, “esta é uma medida porque pugnamos há muito. Mais dinheiro, mais justiça”, afirmou.

Na verdade, este acto de generosidade inesperado por parte do governo apanhou toda a gente desprevenida. Teme-se uma corrida à habitação, aos stands de automóveis e outros bens de consumo.
Representantes destes sectores apelaram já à boa vontade dos empresários “para que façam um esforço acrescido com a finalidade de não deixar faltar nada a estes bafejados pela sorte”.

O InApto quis saber de viva voz o que pensam na verdade estes felizardos.
Interpelámos o senhor Manuel Silva, aposentado da função pública, agora com a choruda reforma de 257,25 euros e jogador de cartas profissional no parque da cidade: “Estou feliz. Assim posso deixar de apostar o que tenho e o que não tenho. Agora sou um homem rico graças à generosidade do senhor primeiro-ministro”, disse com ar visivelmente feliz.

Prevêem-se manifestações de regozijo um pouco por todo o país.
Sabe-se mesmo que o grupo Inglês “Pink Floyd” foi contratado para dar um concerto no Pavilhão multiusos para celebrar tão substancial aumento.

“O dia de hoje ficará para sempre assinalado na história. Ponderamos mesmo apanhar todos juntos uma bebedeira monumental”, afirmou ainda Manuel Silva.

Protecção à Natureza

Real e Virtual

Para muitos, a passagem do virtual para o real é bastante dura. Para outros, impossível.

- Lembro-me dela, que não era ela, era ele.
- Lembro-me dele que não tinha charme algum, embora fosse um verdadeiro Don Juan no virtual. Sabia lidar muito bem com as palavras escritas.
- Lembro-me de toda aquela falsa alegria que vários deixaram transparecer durante anos através das letras e que, no real, rolou ladeira abaixo.
- Lembro-me de opções sexuais que não eram verdadeiras e de amizades que não foram sinceras.
- Lembro-me de críticos literários. Viviam de um sonho que possivelmente jamais concretizaram.
- Lembro-me dos exaltados, ferozes, provocadores. Verdadeiras “ovelhinhas” no real.
- Lembro-me de profissões virtuais: Médicos, Advogados, Engenheiros.Seres reais que nem sequer tiveram a oportunidade de passar na porta de uma faculdade.
- Lembro-me dos donos da verdade virtual, apenas virtuais. No real, não tinham opinião a respeito de nada. Perdiam-se dentro das suas próprias dúvidas.
- Lembro-me dos intelectuais, vários, a maioria de "trazer por casa".
- Lembro-me de amores que jamais passaram para o real pois no virtual já eram impossíveis. Se bem que necessários.
- Lembro-me do carácter dos seres virtuais. Como distinguir os bons e os maus? No virtual, nunca ninguém foi de ninguém e quando chegaram ao real, poucos foram de alguém.
- Lembro-me dos formadores de opinião e das “vaquinhas de presépio”.
- Lembro-me da unanimidade virtual, talvez a única coisa real.
- Lembro-me de enigmas. É assim ou assado? É falso ou verdadeiro?
- E lembro-me dos especialistas em enganar, trapacear, provocar.
- Lembro-me dos ódios e intrigas. Quem seria o vilão e a vítima? Jamais saberei.
- Lembro-me da ofensa, da necessidade de denegrir a imagem de pessoas que incomodavam a outras pelo simples facto de se destacarem virtualmente.
- Lembro-me, finalmente, que o único jantar a que fui, foi uma desilusão, para mim e para os outros e que o virtual jamais conseguiu ser real e o real vivia a anos luz do virtual.

Depois de lembrar-me de tudo isto chego á conclusão de que apenas sei que nada sei sobre o mundo virtual, assim como ninguém sabe.

(autor desconhecido)

domingo, novembro 13

“Os valores” dos políticos, ou a arte do desenrasca!

Louis Armstrong é, sem dúvida, o músico de jazz mais conhecido do público em todo o mundo. Foi chamado de "a personificação do jazz". O seu retrato e sua voz são inconfundíveis, mesmo até para quem não é aficionado do jazz.
A extraordinária musicalidade inata de Armstrong, somada à disciplina técnica adquirida na banda do reformatório, capacitaram-no a tocar num estilo pessoal, incisivo e virtuosíssimo que ultrapassava o estilo reinante em New Orleans naquele tempo.
Se o jazz é a arte do improviso, os portugueses são todos excelentes músicos deste estilo musical. Improvisar – leia-se desenrascar – é uma arte que cultivamos desde o berço da nacionalidade. O próprio acto independentista não está isento desta nobre arte em que nos tornámos especialistas.
Assinalei reformatório em negrito itálico propositadamente.
O estigma que persegue o pobre é imenso e aparentemente inultrapassável.
Quando alguém pobre consegue singrar na vida vêm logo os ditos invejosos.
“Será possível que o Saramago seja um prémio Nobel? – Afinal ele não passava de um Zé-ninguém, sem berço, sem estudos, sem nada. Aqui há coisa”.
E há: inteligência e uma enorme capacidade criativa, associadas a uma enorme técnica que faz inveja aos linguistas.
Saramago não passou por um reformatório. Mas Aquilino passou por um colégio de padres onde fez os seus primeiros estudos, já que não era possível aos pais que viviam na aridez das “terras do demo” proporcionarem-lhe o ensino que merecia.
Um e outro nasceram pobres. Um e outro triunfaram no difícil mundo da escrita. Um e outro galgaram as fronteiras físicas e linguísticas, tornando-se figuras do mundo e património da humanidade, fruto de imenso trabalho que durou anos a ser reconhecido.
Porém, na sociedade que ajudámos a criar, não é necessário passar por um reformatório como Armstrong, ou por um colégio de padres perdido algures em terras da beira, ou ainda ter sido ajudante de serralheiro.
Basta ser-se político. Reformulo: basta dedicar-se à política. Aí sim, o enriquecimento e a notoriedade são rápidos.
Não vou mencionar nomes. Não porque tenha medo de o fazer, mas porque não seria possível apenas numa edição de jornal escrevê-los todos.
Cada um de nós tem conhecimento desses rápidos enriquecimentos. Todos conhecemos um presidente de Câmara, de Junta, um ministro, ou qualquer outro cargo que implique o “pequeno poder”, que entraram com “uma mão atrás e outra à frente” e num ápice eis que surgem os sinais exteriores de riqueza. É o carro topo de gama, é a nova mansão de gosto duvidoso, é a piscina, a empregada doméstica, a frequência quase certa de casas de alterne, os sapatos de marca, a televisão monstruosa. Tudo serve para mostrar aos papalvos que os elegerem que vivemos num país de espertos; chegados ao pequeno poder, rapidamente aprendem de cor a “cartilha” de bem desenrascar. É o cunhado que tem negócio de materiais de construção, o amigo que vende tintas, a tia que vende mobiliário. Começa então a verdadeira arte de iludir os outros. Em documentos todos estes bens foram adquiridos a preços sobrevalorizados sem que no entanto seja possível localizá-los, já que na verdade nunca aparecem. Ganham os “eleitos”, ganham os amigos, os tios.
Não ganham os honestos, a não ser uma consciência tranquila a que já nem me atrevo a chamar de valor!
“Valores?”, questionaria um desses espertos. “Valores” são os meus bens pessoais e a minha conta bancária. Será que têm razão?

A VIDA

sábado, novembro 12

A existência

“Quando eu deixar de existir, já não haverá mais rosas,
ciprestes, lábios vermelhos e vinho perfumado.
Não haverá mais alvoradas e crepúsculos, alegrias e
dores.
O universo não existirá mais,
Pois que a sua realidade depende do nosso pensamento.”

Omar Khayyam

“O mistério das cousas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?
E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?
Sempre que olho para as cousas e penso no que os
homens pensam delas,
Rio como um regato que soa fresco numa pedra.

Porque o único sentido oculto das cousas
É elas não terem sentido oculto nenhum.
E do que os sonhos de todos os poetas
E os pensamentos de todos os filósofos,
Que as cousas sejam realmente o que parecem ser
E não haja nada que compreender.

Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos:
As cousas não têm significação: têm existência.
As cousas são o único sentido oculto das cousas.”

Fernando Pessoa

“A minha presença de mim a mim próprio e a tudo o que me cerca é de dentro de mim que a sei – não do olhar dos outros. Os astros, a Terra, esta sala, são uma realidade, existem, mas é através de mim que se instalam em vida: a minha morte é o nada de tudo.”

Vergílio Ferreira

As piores piadas do mundo

O Batman pegou no seu bat-sapato social e no seu bat-blazer onde ele foi?
-A um Bat-zado (dahh)

Dois litros de leite atravessaram a rua e foram atropelados. Um morreu, o outro não, porquê?
- Por que um deles era Longa Vida (ai tristeza!)

Porque é que o elefante não pega fogo?
- Porque ele já é cinza (sem comentários)

O que é que a galinha foi fazer na igreja?
- Assistir à Missa do Galo. (ô ô ô)

Como é que as enzimas se reproduzem?
- Fica uma enzima da outra.... (looooooooool)

Por que a Coca-Cola e a Fanta se dão muito bem?
- Porque se a Fanta quebra, a Coca-Cola ! (cada uma mais triste que a
outra!)

Por que as plantinhas não falam?
- Porque elas são mudas. ( argh...)

Por que o galo canta de olhos fechados?
- Porque ele já sabe a letra da música de cor (aaaahh!)

Porque é que o Batman colocou o batmóvel no seguro?
- Porque ele tem medo que robin. (não, não)

Como é que o o Batman faz para que abram a bat-caverna?
- Ele bat-palma.( uauu..fantástico! )

Como se faz uma omeleta de chocolate ?
- Com ovos de páscoa ! (k interexante!!)

Por que na Argentina as Vacas vivem olhando pró céu?
- Porque tem "Boi nos Ares"! (...esta ganhou de todas)

Para que servem óculos verdes?
- Para verde perto...(acho que vou me matar)

Para que servem óculos vermelhos ?
- Para vermelhor.. (triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiste!)

Por que a mulher do Hulk se divorciou dele ?
- Porque ela queria um homem mais maduro... ( he is green...get it?)

Por que o jacaré tirou o jacarezinho da escola?
- Porque ele ia réptil de ano.(n digam mais nada!...)

Já conheces a piada do fotógrafo?
- Ainda não foi revelada. (tão O R I G I N A L)

Como se fala top-less em chinês?
- Xem-chu-tian. (ai)

Sabes qual a diferença entre uma lagoa e uma padaria ?
- Na lagoa há sapinho, e na padaria, assa pão.(não)

O que é que um cromossoma fala pró outro?
- Cromossomos bonitos! (ihihihhhh)

Esquecimentos


As moças esqueceram-se de vestir a parte inferior do bikini ( e depois admiram-se de haver choques em cadeia), eu esqueci-me de verificar a veracidade do artigo do Prof Eduardo Prado Coelho ( que agora vêm dizer tratar-se de "spam", pois não teria sido escrito por ele ) a quem desde já peço desculpas por lhe atribuir a autoria, embora eu concorde a 100% com o que lá está escrito e tenho também de ir de corda ao pescoço junto do PÚBLICO, por lhe atribuir a publicação de um texto que tão bem retrata a (ir)realidade portuguesa.

sexta-feira, novembro 11

Cascata

Desce o crepúsculo sobre a cidade matizando-a de tons rosáceos e verdes definhados, esbatidos pelo tempo e pelo ciclo da vida. É a natureza na sua constante renovação.

Tão etérea é a imagem que quase vislumbro os guerreiros de outrora.
Uma ou outra pessoa atravessa a rua sempre tranquila. Ao longe os contornos das montanhas já brancas da estrela.

Ainda no local de trabalho tento em vão concentrar-me neste. Impossível!

A tua marca feita a ferros está omnipresente. Sinto a carne dilacerada pela explosão de todos os sentires.
Sei-te perto. Sei-te aqui, pese embora a distância física que nos separa e uma linha quase imperceptível que já ultrapassámos.

Ainda na tua queda envolta em magia planando na enorme cascata transparente, tão límpida que consigo divisar cada pedaço teu tornando cada instante em murmúrios quase incorpóreos.

Na efusão de todas as emoções, a entrega plena. Existimos apenas ambos. Ouço o ruído das águas transparentes a esborracharem-se de encontro ao abismo. É uma imagem que guardo no mais intimo de mim. Apazigua. Apaziguas. Apaziguo-me.

Sinto cada fiapo de cabelo sedoso toar-me o rosto. Em todos os finíssimos fios de cabelo sinto o êxtase das emoções.

[Imagino-nos na longa praia deserta à noite. Apenas as marcas de pés permanecem para além do tempo.
Também todos os sentidos permanecerão intemporais.]








Num ápice o silêncio foi quebrado por estilhaços de vidas e espíritos vagabundos.
A convergência alucinante de cada pedaço espartilhado perspectivando sucessões de vozes sem sons gritando em uníssono o vácuo.

O azul celeste tinge as multicores de uma natureza conspurcada por míseros humanos. O grito de revolta far-se-á ouvir num amanhã não-longínquo fazendo do futuro, agora.

As pétalas das rosas juncam o solo dando-lhe tonalidades rubras/brancas, um branco sujo e morto, no sucumbir das diatribes do Homo erectus que se julga sapiem.

Do caule escorre a seiva/sanguinolenta putrefacta do pecado do Homem.

[O vazio como prova evidente do preenchimento]

Tombam as milenares árvores vergadas não ao peso dos anos, mas ao peso das atrocidades a que são diariamente sujeitas.
Tombam os homens bons. Tomba a clarividência, tomba a verticalidade.

O ser apenas dejecto de nós mesmos é uma constatação do domínio do desagradável. Porém verdade absoluta.
Mesquinhez que se sobrepõem ao são convívio. No passar por cima de sentimentos alheios, a terrível voragem quase obscena do triunfo.
Que triunfo?! – O de ser mais servil do que seria imaginável? – A subserviência como “arma” para se atingir estatuto? – Que estatuto?
Pobres de espírito que misturam a Luz com vis metais!
Pobres de espírito que misturam a Verdade na tremenda mentira que se comprazem em manter!

Nas pétalas de rosas caídas no solo infértil, no limiar do azul, voarei.
Voarei contigo.



"O mundo só pode ser entendido pelos afectos.
A vida de cada um de nós não pode resumir-se a miseráveis números, contas bancárias e matéria.
Para além desta está todo um universo por descobrir. O universo dos sentidos, das emoções, mesmo do imaginário e porque não dos sonhos.

Detecto em determinados comentários um mundo fechado, cheio de ideias feitas. Ainda não entendi qual é o mal de criarmos afectos através deste meio de comunicar.
Aparentemente algumas pessoas com uma visão reduzida do mundo pretendem que apenas o contacto físico pode proporcionar o encontro, o encantamento, ou mesmo o despoletar dos afectos.

Vivem certamente nalgum mundo paralelo onde as novas tecnologias não chegaram, pese embora o facto de as usarem.

Podemos apaixonar-nos por letras? – Claro que sim. Por detrás delas está alguém com toda a certeza.

Uma visão redutora de todo este universo conduz inexoravelmente à cegueira, à trivialidade de comentários anónimos e pouco claros, sempre com a perspectiva de lançar a suspeição. Contam-se meias verdades, vai-se picando quem ao menos se deu ao trabalho de promover o debate, que pode e deve ser sempre interessante. Não é o facto de discordarem de mim, que faz de alguém meu inimigo de estimação. São os ataques muito claros com interesses obscuros que me incomodam.
Apesar de poder parecer a alguns que serei isento de inteligência, devo advertir que tenho alguma. Não muita, mas alguma. A suficiente para entender de onde e porque alguns ataques traiçoeiros vêm.

Apesar disso, ou talvez por isso, o meu profundo desprezo por pessoas que não conseguem ver além do próprio nariz."


[A enormidade de peles assemelham-se a todos os livros já lidos onde se misturam amálgamas de personagens que se confundem num cérebro a acusar sinais dos tempos. Apenas uma marca permanece intacta qual marca d´água insolúvel que apenas se apagará quando já nada restar]


O recordar aquela noite louca em que foste desejada a tal ponto que se transformou em dor por ser a última, as lágrimas incontroladas na noite escura numa estrada deserta onde apenas o agitar fantasmagórico de árvores davam algum sinal de que o mundo ainda rodopiava em torno dele mesmo, num círculo amplexo e viciado repetindo vezes sem conta a lembrança que apenas se queria esquecida.

O eterno retorno ao ponto de partida que mau grado a tentativa de esquecimento se repete a cada segundo como se o tempo não tivesse passado, transforma-se numa série de sentimentos múltiplos que vão desde a raiva incontida à esperança nunca perdida, até á certeza única de que agora estamos sós.

[A enormidade de peles assemelham-se a todos os livros já lidos onde se misturam amálgamas de personagens que se confundem num cérebro a acusar sinais dos tempos. Apenas uma marca permanece intacta qual marca d´água insolúvel que apenas se apagará quando já nada restar]


As luminescências registadas através de uma fina cortina alva resultado de candeeiros acesos numa tentativa infrutífera de iluminar o negro da noite, esbatem-se por sobre objectos vivos e inanimados dando-lhes aspectos irreais. Tudo parece estilhaçar-se de encontro às vidraças protegidas pela ténue defesa branca que evolui ao sabor de ventos em estranhas danças nocturnas.
Registe-se para que conste, que apenas o negro é real.

O fantasiar ou o equacionar situações são tremendo exercício memorial – que não o do Convento – anestesiando corpo, inteligência e vontade.
O continuar a marca d´água presente, tanto mais presente quanto o tempo se esvai entre dedos, levando á confusão de todas as peles qual miríade de livros já lidos onde personagens se misturam sem se conseguirem descortinar características, aromas, vozes, acentua ainda mais essa presença/ausência, a tal ponto que dói.

O tic tac do relógio inexorável recorda o fim que se vai aproximando, também ele de uma inexorabilidade arreliadora; permanecem os aromas inconfundíveis de ti.

Estás sem estar.

O percorrer a estrada sinuosa noite dentro mergulhando no silêncio e na solidão de te encontrar horas depois, silêncios interrompidos pelo retinir do telefone móvel questionando se ainda o caminho a percorrer demoraria muito.

A cidade Templária aparecia então ao olhar repleta de promessas.
Que se cumpriam sempre.

Um dia era apenas um ponto longínquo num horizonte infiel e uma presença inaudita.

Sentir-te em cada espaço que foi partilhado é tudo o que resta.

É intangível a compreensão de desejarmos a felicidade e tudo fazermos para a perdermos.

Apesar disso sei que me sabes.

[Voarei contigo na cascata, descendo lentamente entre as espumas brancas de águas transparentes]

A tua marca feita a ferros está omnipresente. Sinto a carne dilacerada pela explosão de todos os sentires. Sei-te perto. Sei-te aqui, pese embora a distância física que nos separa e uma linha quase imperceptível que já ultrapassámos. Ainda na tua queda envolta em magia planando na enorme cascata transparente, tão límpida que consigo divisar cada pedaço teu tornando cada instante em murmúrios quase incorpóreos. Na efusão de todas as emoções, a entrega plena. Existimos apenas ambos. Ouço o ruído das águas transparentes a esborracharem-se de encontro ao abismo. É uma imagem que guardo no mais intimo de mim. Apazigua. Apaziguas. Apaziguo-me.

Trinta dinheiros

No bengaleiro do mercado público
penduraram o coração.
Vestem o fato dos domingos fáceis.
Não têm rosto
têm sorrisos muitos sorrisos
aprendidos no espelho da própria podridão.
Têm palavras como sanguessugas.
Curvam-se muito.
As mãos parecem prostitutas.
Alma não têm. Penduraram a alma.
Por fora parecem homens.
Custam apenas trinta dinheiros.
(Manuel Alegre)